Descrita em: Fl. Neotrop. Monogr. no. 22, 93, 1980.

Árvore ou arbusto com até 8 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi documentada exclusivamente em tipologia de vegetação florestal aberta sobre pedras, presente exclusivamente na Ilha de Trindade, no litoral do Espírito Santo, um dos arquipélagos mais isolados do Atlântico Sul. Apresenta distribuição restrita à Ilha de Trindade, que possui extensão territorial total de cerca de 10 km². Banara trinitatis possui extensão de ocorrência (EOO) de 4 km², área de ocupação (AOO) de 4 km² e uma situação de ameaça, considerando-se os vetores de estresse históricos e atuais incidindo sobre a biodiversidade insular da região. Sabe-se que desde o início dos anos 1700, as florestas que historicamente cobriam 85% a ilha de Trindade diminuíram gradualmente para menos de 5%, devido à devastação ocasionada por cabras selvagens (Capra hircus), porcos (Sus scrofa), ovelhas (Ovis aries) e ratos (Mus musculus); entre 1965 a 1995, permaneceram aproximadamente 800 cabras e milhares de ratos na ilha, dificultando a regeneração da vegetação. A erradicação de caprinos, concluída em 2004, levou à expressiva revegetação de áreas áridas e degradadas, e aparentemente, espécies que foram considerados extintas ou ameaçadas de extinção nas décadas anteriores foram registradas novamente (Alves et al. 2011). Entretanto, mesmo com a ampliação de áreas de vegetação e o empreendimento de expedições de coleta, B. trinitatis não é documentada na natureza desde 1959, e com base na extirpação inexorável de grandes áreas de habitat potencial e do longo tempo sem documentação, estima-se que sua população tenha declinado nos últimos 90 anos (três gerações) na mesma proporção em que as áreas florestadas originais da ilha foram suprimidas, cerca de 95% (Alves et al. 2011). Diante deste cenário, portanto, infere-se redução populacional ao longo das últimas três gerações maior que 90%, ocasionado por declínio acentuado em AOO, EOO, extensão e qualidade de habitat a partir da introdução de espécies exóticas de alto poder competitivo. Também infere-se declínio no número de situações de ameaça e no número de indivíduos maduros. Assim, B. trinitatis foi considerada Criticamente em Perigo (CR) de extinção nesta ocasião. Poderia ser considerada uma espécie possivelmente extinta, mas evidências de que há regeneração natural e a potencial manutenção de um banco de sementes podem revelar indivíduos no futuro, conforme expedições forem empreendidas à Ilha.

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Espírito Santo — no município Vitória.

Não existem dados populacionais.

Árvore de 8 m de altura, ocorrendo em restinga, associada à Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2020).

Desde o início dos anos 1700, as florestas que historicamente cobriam 85% a ilha da Trindade diminuíram gradualmente para menos de 5%, devido à devastação por cabras selvagens (Capra hircus), porcos (Sus scrofa), ovelhas (Ovis aries) e ratos (Mus musculus). De 1965 a 1995, permaneceram aproximadamente 800 cabras e milhares de ratos, dificultando a regeneração da vegetação. A erradicação de caprinos, concluída em 2004, levou à rápida revegetação de áreas áridas e à expansão das populações de espécies de plantas endêmicas Psilotum triquetrum Sw. f. insularis, Achyrocline disjuncta, Peperomia beckeri e Plantago trinitatis, que foram considerados extintos ou ameaçados de extinção nas décadas anteriores (Alves et al. 2011).

Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.

Recomendam-se ações de pesquisa (busca específica por essa espécie, principalmente nas áreas mais remotas e elevadas da Ilha de Trindade, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas podem ter levado-a a extinção. A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território TER33 - Espírito Santo - 33 (ES), e deve ser considerada um táxon prioritário para pesquisa e ações direcionadas.