Taxonomic Notes
Descrita em: Nov. Gen. Sp. Pl. (Martius) 1 (4): 140, t. 83. 1826. É caracterizada pelos ramos subcilíndricos, virgados, e principalmente pelas folhas geralmente orbiculares de margem revoluta (Shimizu e Yamamoto, 2012). Está proximamente relacionada a Vochysia pygmaea, com a qual compartilha hábito subarbustivo ou arbustivo e verticilos 3-meros (raramente 4-5-meros em V. pygmaea). Distingue-se pela lâmina foliar orbicular ou amplamente oval, margem foliar geralmente revoluta e o cálcar cilíndrico, que varia de 7 mm a 10 mm de comprimento, ao passo que em V. pygmaea a lâmina foliar é elíptica, elíptico-oboval a oboval, às vezes oblonga, a margem foliar é sempre plana e o cálcar tem 4 mm a 5 mm de comprimento, com formato subcônico (Shimizu e Yamamoto, 2012).
Justification
Árvore ou arbusto de até 5 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Foi documentada em Campos Rupestres da Cadeia do Espinhaço, associados ao Cerrado em Minas Gerais. Apresenta distribuição restrita, EOO=2743 km², AOO=60 km², três situações de ameaça e ocorrência em fitofisionomia fragmentada. É bem distribuída em toda a Serra do Cipó, mas não é abundante, ocorrendo sempre em pequenas subpopulações (Shimizu e Yamamoto, 2012). Mineração a céu aberto, queimadas, extração de madeira e espécies invasoras são grandes ameaças aos Campos Rupestres mineiros (Kolbek e Alves, 2008, Silveira et al., 2016). A queima de vegetação para criação de gado é uma prática comum neste bioma (Kolbek e Alves, 2008; Silveira et al., 2016). Embora a maioria das espécies de Campos Rupestres pareça ser resistente ao fogo (Kolbek e Alves, 2008, Silveira et al., 2016), essa prática intensifica a disseminação do capim invasivo Melinis minutiflora, que é capaz de crescer novamente em áreas queimadas, impedindo a regeneração das espécies nativas (Kolbek e Alves, 2008). Finalmente, a mineração a céu aberto representa uma das maiores causas de redução de biodiversidade ao longo da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais (Fernandes et al., 2005), particularmente nos municípios em que a espécie foi registrada. Foi considerada Em Perigo (EN) de extinção novamente, uma vez que mesmo dentro de áreas protegidas de forma integral, como o Parque Nacional da Serra do Cipó, suas pequenas subpopulações sofrem a incidência de ameaças diretas (DNPM, 2019; MMA e ICMBio, 2009; Giulietti et al., 1987). Assim, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão de habitat. Recomendam-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem ampliar seu risco de extinção no futuro. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para a região central do estado de Minas Gerais.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência no estado de Minas Gerais, municípios de Conceição do Mato Dentro (Costa 358), Congonhas do Norte (Pirani 5737), Diamantina (Feres 9922), Itambé do Mato Dentro (Borges 280), Jaboticatubas (Duarte 6513), e Santana do Riacho (Pirani CFSC12354).
Population Information
É bem distribuída em toda a Serra do Cipó, mas não é abundante, ocorrendo sempre em pequenas subpopulações (Shimizu e Yamamoto, 2012).
Habitat and Ecology Information
Arbusto ou árvore com até 5 m de altura, de ocorrência no Cerrado, encontrada em Campos Rupestres (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
O turismo é uma das principais atividades econômicas desenvolvidas na região do Parque Nacional da Serra do Cipó e do município de Diamantina. Muitas vezes, contudo, é realizado de maneira desordenado e sem fiscalização, sendo assim considerado uma atividade conflitante para a conservação da biodiversidade local (MMA e ICMBio, 2009). O uso do solo para o desenvolvimento da pecuária e estabelecimento de pastagens, a invasão de espécies exóticas, a coleta de plantas, e o aumento da ocorrência de incêndios por causas antrópicas, são as principais ameças para os objetivos propostos para o Parque Nacional da Serra do Cipó (MMA e ICMBio, 2009). O garimpo já foi uma das principais atividades econômicas do município de Diamantina, Minas Gerais, mas houve uma diminuição devido à criação de uma legislação adequada no município. Porém, a mineração não foi totalmente extinta (Câmara Municipal de Diamantina, 2009). A degradação da vegetação e o lixo também são problemas ambientais existentes no município de Diamantina (Azevedo e Araújo, 2011).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Anteriormente categorizada como Em perigo (EN) no Livro Vermelho CNCFlora 2013. A espécie ocorre no Parque Nacional da Serra do Cipó (Duarte 2626) e no Parque Estadual do Biribiri (Feres 9922), no estado de Minas Gerais. A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015), e em território que será contemplado por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território 10 (MG).