Taxonomic Notes
Descrita em: Brittonia 33(3): 469 (1981). Conhecida vulgarmente como falsa sapucaia ou sapucarana (Flora do Brasil, 2019). Durante o estudo de Smith et al. (2016) foi descoberto que a espécie E. alvimii como circunscrita por Mori e Prance (1990), provavelmente contém mais de uma espécie.
Justification
Árvore de até 25 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Conhecida popularmente como falsa-sapucaia ou sapucarana, foi documentada em Floresta Ombrófila (Floresta de Tabuleiro) e Restinga arbórea associadas à Mata Atlântica, no estado da Bahia. Apresenta distribuição restrita, EOO=3167 km², AOO=24 km², três situações de ameaça e ocorrência em fitofisionomias florestais fragmentadas. Hoje restam apenas 11% a 16% da Floresta Atlântica, e parte destes remanescentes é de Floresta Secundária, e menos de 10% encontra-se em áreas protegidas (Ribeiro et al. 2009). Assim como muitos outros grupos de organismos, o incremento da agricultura, pecuária, e o crescimento urbano no Leste do Brasil, tiveram um efeito negativo nas populações nativas das espécies de Lecythidaceae, muitas delas como Eschweilera alvimii potencialmente retiradas pelas características de sua madeira (Smith et al. 2016). As Florestas Úmidas do sul da Bahia possuem um longo histórico de exploração pelo homem. Atualmente, vastas áreas são utilizadas para a criação extensiva de gado (Mori, 1995) e estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005; Rolim e Chiarello, 2004). Restam atualmente no estado cerca de 11% de remanescentes florestais originais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Mesmo ocorrendo dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão do habitat e, potencialmente, no número de situações de ameaça e no número de indivíduos maduros ante o corte seletivo verificado. Assim, E. alvimii foi considerada Em Perigo (EN) de extinção novamente. Recomendam-se ações de pesquisa (localização de novas subpopulações, censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes, a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois uma extinção local pode ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN), previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada. Trabalhos de campo adicionais podem revelar que E. alvimii s.s. tem uma distribuição mais ampla, mas no momento é representada apenas por poucas coletas, em três localidades (Smith et al. 2016), o que a posiciona consistentemente dentro do limiar para a categoria de ameaça aqui expressa.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência no estado da Bahia, municípios de Igrapiúna (sem coletor 35), Porto Seguro (Farias 424), e Santa Cruz de Cabrália (Mori 19819).
Population Information
A análise presente é feita segundo estudo de Smith et al. (2016) considerando E. alvimii s.s., cuja distribuição é bem menor do que a circunscrição de Mori e Prance (1990). Segundo os autores, trabalhos de campo adicionais podem revelar que E. alvimii s.s. tem uma distribuição mais ampla, mas no momento é representada apenas por poucas coletas, em três localidades (Smith et al. 2016).
Habitat and Ecology Information
Árvore com cerca de 25 m de altura (Mori 10819), que habita a Floresta Ombrófila, na Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
Hoje restam apenas 11% a 16% da Floresta Atlântica, e parte destes remanescentes é de Floresta Secundária, e menos de 10% se encontra em áreas protegidas (Ribeiro et al. 2009). Assim como muitos outros grupos de organismos, o incremento da agricultura, pecuária, e o crescimento urbano no Leste do Brasil, teve um efeito negativo nas populações nativas das espécies de Lecythidaceae (Smith et al. 2016)
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi anteriormente avaliada como Vulnerável (VU) na Lista vermelha IUCN (Pires O'Brien, 1998). Também foi avaliada a nível nacional como Dados Insuficientes (DD) na Lista Vermelha da Flora do Brasil (MMA, 2008), e como Em Perigo (EN) no Livro Vermelho CNCFlora/RBRJ 2013, e incluída na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). A espécie ocorre em território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território 35 e 39.