Taxonomic Notes
Descrita em: Acta Horti Berg. 12, 61, 1934.
Justification
Árvore de altura de desconhecida, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi documentada Floresta de Terra-Firme associada a Amazônia presente no estado do Amazonas, município de São Gabriel da Cachoeira. Apresenta distribuição conhecida restrita, EOO=4 km², AOO=4 km² e uma situação de ameaça. Entretanto, é conhecida somente pela coleção-tipo (1931), e desde então, pouco se avançou em relação ao seu estado de conhecimento, mesmo após transcorridos quase um século desde sua última documentação. Assim, diante da carência de dados geral e pelo fato da espécie ter sido descrita a partir de material coletado em uma região onde esforços de coleta são considerados insuficientes e extensões significativas de fitofisionomias florestais em estado prístino predominam na paisagem, a espécie foi considerada como Dados Insuficientes (DD). Estudos direcionados a conduzir a revisão de materiais não determinados depositados em herbários regionais podem revelar novos registros de ocorrência para a espécie. Assim como buscas específicas almejando encontrar a espécie na localidade típica e em outras localidades próximas e/ou com ocorrência potencial. Estes estudos fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional e assim, possibilitar uma robusta avaliação de seu risco de extinção, diante do aumento dos vetores de pressão que se apresentam para sua região de ocorrência conhecida (Becker, 2004, Hecht, 2011, Silva, 2015, Souza et al., 2015).
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Amazonas, no município São Gabriel da Cachoeira.
Population Information
Não existem dados sobre a população.
Habitat and Ecology Information
Árvore de altura de desconhecida, ocorrendo no bioma da Amazônia, associada à Floresta de Terra-Firme (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Na Amazônia, ocorre degradação florestal por conta da mineração (Joly et al., 2019). Desde a década de 1960, a expansão de estradas, barragens e grandes projetos de mineração levaram a um intenso processo de ocupação regional que já levou cerca de 20% das florestas originais associadas ao bioma Amazônia no Brasil, e causaram conflitos sociais recorrentes (Becker, 2004, Hecht, 2011, Silva, 2015, Souza et al., 2015). Em 2004, o desmatamento chegou a 27.772 km², o que levou o governo brasileiro a elaborar um plano de longo prazo para controlar o desmatamento e afastar a região do modelo de fronteira tradicional para um plano de desenvolvimento mais centrado na conservação (Hecht, 2011). Entre 2005 e 2015 a mineração representou 9% do desmatamento na floresta amazônica. Contudo, os impactos da atividade de mineração podem se estender até 70 km além dos limites de concessão da mina, aumentando significativamente a taxa de desmatamento por meio do estabelecimento de infraestrutura (para mineração e transporte) e expansão urbana (Sonter et al., 2017). Estudos recentes indicaram que 15% do bioma Amazônia está potencialmente ocupado por áreas de mineração, podendo chegar a 30% em áreas protegidas (Charity et al., 2016). De acordo com Veiga e Hinton (2002), as atividades de mineração artesanal também têm gerado um legado de extensa degradação ambiental, tanto durante as operações quanto após as atividades cessarem, sendo um dos impactos ambientais mais significativos derivado do uso de mercúrio no garimpo de ouro. O município de São Gabriel da Cachoeira contém reservas importantíssimas de minério (nióbio, manganês e fosfato) que estão sendo visadas para exploração, já possui rodovias dentro dos seus limites (Perimetral Norte e a Rodovia São Gabriel-Cucuí parcialmente construída), instalações militares, seis reservas indígenas, incluindo uma missão salesiana e está sofrendo invasões muito sérias por parte de garimpeiros (especialmente ao longo Rio Cauaburí) (Rylands e Pinto, 1998). Incentivos fiscais generosos oferecidos pelo governo brasileiro para fazendas de gado na Amazônia nos anos 70 e início dos 80 foram motivos importantes para ampliação do desmatamento, apesar da baixa produtividade das pastagens (Binswanger, 1991). O comércio de madeira, legal e ilegal, pode ser o primeiro estágio da degradação e conversão florestal. A extração de madeira é uma causa relativamente menor de desmatamento na Amazônia, mas cria uma degradação florestal significativa e, mais importante, abre a floresta para outras explorações e uso da terra, incluindo o desmatamento completo. O escopo da extração seletiva de madeira é subestimado, mas pode ter um impacto prejudicial sobre a biodiversidade. Mais amplamente, estima-se que a extração seletiva de madeira leve a uma completa mudança no uso da terra em um quarto dos casos na Amazônia (Charity et al., 2016).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information