Taxonomic Notes
Descrita em: Fl. Bras. (Martius) 7, 191, 1868. De acordo com os especialistas (Andressa Cabral e Gerson Oliveira Romão, comunicação pessoal, 2020), Styrax lancifolius possivelmente sofrerá alterações taxonômicas no futuro, pois possui delimitação incerta, sendo facilmente confundida com Styrax martii Seub. Ainda existem algumas informações a serem obtidas para um melhor entendimento de suas variações morfológicas. A delimitação da espécie está sendo tratada por Peter W. Fritsch em uma monografia para o gênero. Capistrano (2012) tratou Styrax lancifolius Klotzsch ex Seub. como sinônimo de Styrax martii, após avaliação de amostras provenientes de suas áreas de distribuição, análises de fotos dos tipos e da diagnose original de ambas as espécies.
Justification
Árvore com até 8 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado de Minas Gerais, municípios Santa Maria do Salto e Viçosa, e no estado do Rio de Janeiro, município Rio de Janeiro. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2020). Apresenta extensão de ocorrência (EOO) de 26155 km², área de ocupação (AOO) de 20 km² e três situações de ameaça. A espécie possui registros em Unidade de Conservação de Proteção Integral. As ameaças vigentes na Mata Atlântica, assim como os diversos habitats fragmentados no domínio, podem vir a causar declínio em EOO, AOO e qualidade/extensão do habitat no futuro, levando a espécie a uma categoria de ameaça, dependendo da redução verificada. Assim, a espécie foi avaliada como Quase Ameaçada de extinção (NT).
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado de Minas Gerais — nos municípios Santa Maria do Salto e Viçosa —, e no estado do Rio de Janeiro — no município Rio de Janeiro.
Population Information
A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada frequente (Andressa Cabral e Gerson Oliveira Romão, comunicação pessoal, 2020).
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 8 m de altura. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
O crescimento urbano e a especulação imobiliária se tornam grandes vetores de pressão sobre os remanescentes florestais do Rio de Janeiro, intensificando a degradação da Mata Atlântica fluminense a partir de meados do século XX e início do século XXI (Pougy et al. 2018). A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalar-se, geralmente, em lugares menos privilegiados em relação à probabilidade de problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al. 1999). O Morro Queimado, na Serra da Carioca (Rio de Janeiro), que se trata de uma travessia pouco conhecida, se inicia no Alto da Boa Vista e termina na Mesa do Imperador (ICMBio, 2008). As principais ameaças apresentam cunho histórico como a degradação pela substituição da vegetação nativa por plantações de cana-de-açúcar no século XVII, cafezais no século XIX e a implantação de uma fábrica no final do século XIX, trazendo a urbanização a área da Serra do Mendanha (Nascimento Júnior e Nascimento, 2015). Os municípios Rio de Janeiro (RJ), Santa Maria do Salto (MG) e Viçosa (MG) possuem, respectivamente, 10,16% (12192,7ha), 64,88% (28585,2ha) e 50,84% (15223,2ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). O Atlas da Mata Atlântica indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos. Dos 17 estados, nove estão no nível do desmatamento zero, com desflorestamentos abaixo de 100 hectares, ou 1 km², incluindo o Rio de Janeiro (18 ha). Apesar dos resultados positivos, cinco estados ainda mantém índices inaceitáveis de desmatamento, incluindo Minas Gerais (3.379 ha). O relatório aponta que no último ano foram destruídos 11.399 hectares (ha), ou 113 km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3 hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de 12.562 hectares (125 km²). O município do Rio de Janeiro (RJ) com 120028 ha possui 23324,02 ha que representam 19% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al. 2018). A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Parque Nacional da Tijuca. Sugerem-se ações de pesquisa (tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.