Taxonomic Notes
Descrita em: Neodiversity 8, 32, 2015. É afim de Spondias tuberosa Arruda, mas difere em: estatura (4-8 m em Spondias bahiensis versus 3-5 m em S. tuberosa), padrão de ramificação (copa mais aberta versus densa, torta padrão de ramificação), margem do folheto na base (curvado em direção à superfície abaxial versus plana), tricomas na lâmina do folheto (ausente versus presente), número de veias secundárias (10-15 pares versus 8-12 pares) venação secundária relevo na superfície abaxial (proeminente versus plana), estilos desenvolvendo-se em protuberâncias em a fruta (presente versus ausente), lenticelas em superfície do fruto (presente versus ausente), superfície do endocarpo (estriada superficialmente versus lisa), forma do endocarpo em seção transversal (elíptico para redondo versus oblongo), e projeções espinhosas em ambas as extremidades distal e proximal de endocarpo (presente versus ausente). Popularmente conhecida como umbu-cajá (Machado et al., 2015).
Justification
Árvore com até 8 m de altura (Machado et al. 2015), endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado da Bahia, municípios Cruz das Almas, Mundo Novo e Pindobaçu, e no estado de Pernambuco, municípios Arcoverde e Petrolina. Ocorre na Caatinga, em Floresta Estacional Semidecidual (Flora do Brasil, 2020). Apresenta AOO= 20 km² e cinco situações de ameaça. A partir de diversos incentivos governamentais, do crescente interesse na produção de biocombustíveis (Gauder et al. 2011) e da aplicação de novas técnicas de produção, dentre elas a irrigação e melhoramento de cultivares, o cultivo de cana-de-açúcar passou a expandir sua área de cultivo (Ferreira-Junior et al. 2014). O município de Cruz das Almas (BA) possui 10,19% (1418ha) do seu território convertido em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). A conversão do uso da terra para agropecuária é evidente no bioma Caatinga, sendo uma das principais fontes de renda e subsistência para os habitantes da Caatinga (Antongiovanni et al. 2018, Joly et al. 2019). Na Caatinga e em outras regiões semiáridas, o pastejo tem sido associado à compactação do solo, redução na sobrevivência de plântulas e mudas, consumo de biomassa de dossel, alteração da riqueza e composição das plantas (Marinho et al. 2016). Os municípios Arcoverde (PE), Cruz das Almas (BA), Mundo Novo (BA), Petrolina (PE) e Pindobaçu (BA) possuem, respectivamente, 37,7% (12189,9 ha), 73,98% (10292,5 ha), 47,82% (71347,1 ha), 12,21% (55683,5 ha) e 25,8% (12794,7 ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). Diante o cenário de ameaças vigentes infere-se o declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e situações de ameaça. Assim, Spondias bahiensis foi avaliada como Em Perigo (EN) de extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Planos de Ação, Conservação in situ e ex situ) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Cruz das Almas, Mundo Novo e Pindobaçu —, e no estado de Pernambuco — nos municípios Arcoverde e Petrolina.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 8 m de altura (Machado et al. 2015). Ocorre na Caatinga, em Floresta Estacional Semidecidual (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Tradicionalmente, a região Nordeste destacava-se pela produção de cana-de-açúcar cultivada sobre a Caatinga (Kohlhepp 2010). Apesar disso, a região não apresentava bons níveis de produtividade devido às suas condições ambientais (Kohlhepp 2010, Waldheim et al. 2006). A partir de diversos incentivos governamentais, do crescente interesse na produção de biocombustíveis (Gauder et al. 2011, Kohlhepp, 2010, Koizumi, 2014, Loarie et al. 2011) e da aplicação de novas técnicas de produção, dentre elas a irrigação e melhoramento de cultivares, o cultivo de cana-de-açúcar passou a expandir sua área de cultivo (Costa et al. 2011, Ferreira-Junior et al. 2014, Loarie et al. 2011). Similarmente, a região destaca-se na produção de algodão (Borém et al. 2003, Vidal-Neto e Freire, 2013), frutas (Vidal e Ximenes, 2016) e, nas últimas décadas, o cultivo de soja tem expandido (Sanches et al. 2007). O município de Cruz das Almas (BA) possui 10,19% (1418ha) do seu território convertido em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). Os municípios Arcoverde (PE), Cruz das Almas (BA), Mundo Novo (BA), Petrolina (PE) e Pindobaçu (BA) possuem, respectivamente, 37,7% (12189,9 ha), 73,98% (10292,5 ha), 47,82% (71347,1 ha), 12,21% (55683,5 ha) e 25,8% (12794,7 ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). É uma demanda importante para a região da Chapada, já que o rio corta a cidade e, quando chove forte, transborda e causa inúmeros prejuízos. Os ambientalistas afirmam que o esgoto da cidade é jogado direto no rio, o que tem causado sua deterioração. É importante a retirada do sistema de esgoto do curso do Rio Capivari para que o mesmo possa recuperar sua vitalidade natural, frisa Valmir (Jornal da Chapada, 2018). A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). A conversão do uso da terra para agropecuária é evidente no bioma Caatinga, sendo uma das principais fontes de renda e subsistência para os habitantes da Caatinga (Antongiovanni et al. 2018, Joly et al. 2019). Na Caatinga e em outras regiões semiáridas, o pastejo tem sido associado à compactação do solo, redução na sobrevivência de plântulas e mudas, consumo de biomassa de dossel, alteração da riqueza e composição das plantas (Marinho et al. 2016). Em geral, bovinos, caprinos e ovinos são criados em regime de liberdade, tendo acesso à vegetação nativa como base de sua dieta (Marinho et al. 2016). O aumento da densidade do gado pode presumir que a pecuária é um distúrbio crônico na Caatinga, gerando efeitos negativos sobre a diversidade de plantas, resultando na remoção permanente de pequenas frações de biomassa florestal até a desertificação completa do Bioma (Ribeiro et al. 2015).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Planos de Ação, Conservação in situ e ex situ) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.