Taxonomic Notes
Descrita em: Novon 11(1), 119, 2001. É afim de Croton schiedeanus Schlectendahl, mas difere pelas folhas com tricomas lepidotos espalhados e facilmente visíveis na superfície inferior da folha, glabra na superfície superior; um par de glândulas na base da lâmina da folha; flores estaminadas estreitamente lanceoladas; estames densamente vilosos na metade inferior do filamento; falta de pétalas nas flores pistiladas; e fruta jovem marrom amarelada (Secco et al., 2001).
Justification
Árvore com até 13 m de altura (Secco et al., 2001), endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado do Pará, município Belém. Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra-Firme e Floresta de Várzea (Flora do Brasil, 2020). Apresenta extensão de ocorrência (EOO) de 27 km², área de ocupação (AOO) de 12 km² e duas situação de ameaça. A Amazônia brasileira, com 330 milhões de hectares, possuía, em 2014, 4.337.700 ha (1,3%) de sua extensão convertidos em áreas agrícolas (TerraClass, 2020). Outra estimativa realizada em 2018, registrou 5.488.480 ha (1,6%) (MapBiomas, 2020) da Amazônia brasileira convertidos em áreas agrícolas. Até o ano de 2004, o desflorestamento no Centro de Endemismo Belém alcançou 76%. Os remanescentes de floresta primária nesse Centro de Endemismo ocupam apenas 24% da paisagem, e as florestas secundárias 18,66%. A exploração seletiva de madeira, que ocorre, na maioria das vezes, de forma clandestina, ocupou quase 10% da área desse Centro de Endemismo. Cerca de 24% da área estavam ocupados por atividades agropecuárias e apenas 1,4% com reflorestamento (Almeida e Vieira, 2010). Diante o cenário de ameaças vigentes infere-se o declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e situações de ameaça. Assim, Croton diasii foi avaliada como Em Perigo (EN) de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Pará — no município Belém.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 13 m de altura (Secco et al., 2001). Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra-Firme e Floresta de Várzea (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem aumentado a sua produção e a produtividade agrícola de larga escala, com destaque para as commodities, cujas exportações cresceram consideravelmente nas últimas décadas (Gasques et al., 2012, Martorano et al., 2016, Joly et al., 2019). As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 75,0 milhões de hectares em 2017/18 para 85,0 milhões em 2027/28 (MAPA, 2019). A Amazônia brasileira, com 330 milhões de hectares, possuía, em 2014, 4.337.700 ha (1,3%) de sua extensão convertidos em áreas agrícolas (TerraClass, 2020). Outra estimativa realizada em 2018, registrou 5.488.480 ha (1,6%) (MapBiomas, 2020) da Amazônia brasileira convertidos em áreas agrícolas. Em 2019, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas na região Norte foi estimada em ca. 9.807.396 kg (IBGE, 2020). Apenas em abril de 2020, foram produzidos ca. 10.492.007 kg desses produtos agrícolas, o que representou um incremento de 7% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012, Charity et al., 2016). Segundo o IBGE (2020), na região Norte, em 2019, a produtividade da soja na região Norte foi de ca. 5.703.702 kg, enquanto em abril de 2020, já foram produzidos ca. 6.213.441 kg, representando um incremento de 8.9% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). Em abril de 2020, a cultura de soja foi responsável por 59,2% de toda produtividade agrícola na região Norte, seguida pelo milho, com 30,1% (IBGE, 2020). A soja é mais prejudicial do que outras culturas, porque estimula projetos de infraestrutura de transporte de grande escala que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além daquelas já diretamente utilizadas para cultivo (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012). Até o ano de 2004, o desflorestamento no Centro de Endemismo Belém alcançou 76%. Os remanescentes de floresta primária nesse Centro de Endemismo ocupam apenas 24% da paisagem, e as florestas secundárias 18,66%. A exploração seletiva de madeira, que ocorre, na maioria das vezes, de forma clandestina, ocupou quase 10% da área desse Centro de Endemismo. Cerca de 24% da área estavam ocupados por atividades agropecuárias e apenas 1,4% com reflorestamento (Almeida e Vieira, 2010).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de Belém e Parque Estadual do Utinga. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Planos de Ação, Cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação e Conservação ex situ) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.