Taxonomic Notes
Descrita em: Phytotaxa 141(1), 55, 2013.
Justification
Árvore com até 7 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado de Alagoas, municípios Murici e Quebrangulo, e no estado de Pernambuco, município Jaqueira. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Flora do Brasil, 2020). Apresenta extensão de ocorrência (EOO) de 1450 km², área de ocupação (AOO) de 16 km² e três situações de ameaças. Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os municípios de Jaqueira (PE), Murici (AL) e Quebrangulo (AL) possuem, respectivamente, 34,86% (3040ha), 14,09% (5888ha) e 6,88% (2200ha) de seus territórios convertidos em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). Diante o cenário de ameaças vigentes infere-se o declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e situações de ameaça. Assim, Erythroxylum umbrosum foi avaliada como Em Perigo (EN) de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado de Alagoas — nos municípios Murici e Quebrangulo —, e no estado de Pernambuco — no município Jaqueira.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 7 m de altura (N.T. Mendonça 513). Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
A maior parte do Centro de Endemismo de Pernambuco (CEPE), foi destruída devido a práticas agrícolas (Silva e Tabarelli, 2000, 2001), que criaram uma matriz não florestal de campos de pastagem e plantações de cana-de-açúcar. De acordo com as estimativas do pesquisador M. Siitonen realizada em 1997 pela visitação da área, houve uma diminuição na área de floresta tropical ca. 10% durante os 20 anos do programa 'pró-álcool' subsidiado pelo governo que promoveu o cultivo de açúcar cana para produção de combustível à base de álcool. Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). Os municípios de Jaqueira (PE), Murici (AL) e Quebrangulo (AL) possuem, respectivamente, 34,86% (3040ha), 14,09% (5888ha) e 6,88% (2200ha) de seus territórios convertidos em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). A constante expansão de estradas é um fator que contribui para a perda de biodiversidade e degradação florestal na Mata Atlântica (Joly et al., 2019). Costa et al. (2019) confirmaram pela primeira vez os efeitos à biodiversidade ocasionado pela construção e pavimentação de rodovias, bem como o tráfego intenso de veículos no Bioma da Mata Atlântica, que podem se estender por muitos metros além da estrada, tendo efeito direto na mortalidade e diversidade das no fragmento.
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental de Muricí, Estação Ecológica de Murici, Reserva Particular do Patrimônio Natural de Frei Caneca e Reserva Biológica de Pedra Talhada. A espécie foi avaliada por Da Costa-Lima e Alves (2013) sendo considerada Em Perigo (EN), com base nos critérios B1 (extensão de ocorrência estimada em menos 5.000 km²), a (alta fragmentação e número de locais de ocorrência menor que cinco), e b(iii) (declínio contínuo observado, inferido ou projetado na área de ocupação, extensão e/ou qualidade do habitat). Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Planos de Ação, Cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação e Conservação ex situ) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.