Taxonomic Notes
Descrita em: Hooker's J. Bot. Kew Gard. Misc. 6, 374, 1854. É afim de Croton matourensi por apresentar um conjunto de caracteres morfológicos semelhantes, como um denso indumento de tricomas lepidotos, flores estaminadas com pétalas estreito-lanceoladas e 11 estames; flores pistiladas com lobos do cálice fendidos apenas no ápice e ovário trígono, com estilete estipitado. Pelas semelhanças apresentadas entre as duas espécies, Guimarães e Secco (2010) propuseram a sinonimização de Croton caryophyllus em C. matourensis.
Justification
Árvore de altura não registrada, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado do Amazonas, municípios Itacoatiara e Manaus. Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra-Firme (Flora do Brasil, 2020). Apresenta extensão de ocorrência (EOO) de 694 km², área de ocupação (AOO) de 12 km² e duas situações de ameaça. Com uma alta densidade demográfica (41 hab. por ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos 18 anos. Mas sua proximidade com a Reserva Adolpho Ducke há uma grande preocupação, pois os estudos mostram que a Reserva sofre grande pressão devido ao surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu entorno (Nogueira et al., 2007). Silva-Junior et al. (2018) mostraram que a suscetibilidade da paisagem aos incêndios florestais aumenta no início do processo de desmatamento. Em geral, seus resultados reforçam a necessidade de garantir baixos níveis de fragmentação na Amazônia brasileira, a fim de evitar a degradação de suas florestas pelo fogo e as emissões de carbono relacionadas. Diante o cenário de ameaças vigentes infere-se o declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e situações de ameaça. Assim, Croton caryophyllus foi avaliada como Em Perigo (EN) de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Amazonas — nos municípios Itacoatiara e Manaus.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore de altura não registrada. Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra-Firme (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Com uma alta densidade demográfica (41 hab. por ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos 18 anos. Mas sua proximidade com a Reserva Adolpho Ducke há uma grande preocupação, pois os estudos mostram que a Reserva sofre grande pressão devido ao surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu entorno (Nogueira et al., 2007). Silva-Junior et al. (2018) mostraram que a suscetibilidade da paisagem aos incêndios florestais aumenta no início do processo de desmatamento. Em geral, seus resultados reforçam a necessidade de garantir baixos níveis de fragmentação na Amazônia brasileira, a fim de evitar a degradação de suas florestas pelo fogo e as emissões de carbono relacionadas. A redução do passivo florestal decorrente da última modificação do Código Florestal aumenta a probabilidade de ocorrência de degradação florestal pelo fogo, uma vez que permite a existência de áreas com menos de 80% de cobertura florestal, contribuindo para a manutenção de altos níveis de fragmentação. Os mesmo autores preveem que a degradação florestal por fogo continuará a aumentar na região, especialmente à luz do relaxamento da lei ambiental mencionada e seus efeitos sinérgicos com mudanças climáticas em curso. Tudo isso pode afetar os esforços para reduzir as emissões do desmatamento e da degradação florestal (REDD). Esses autores indicam que ações para prevenir e gerenciar incêndios florestais são necessárias, principalmente para as propriedades onde existem passivos florestais que são compensados em outras regiões. van Marle et al. (2017) mostraram que até 1987, relativamente poucos incêndios ocorreram na Amazônia e que as emissões de fogo aumentaram rapidamente durante os anos 90. Esses autores descobriram que esse padrão corrobora razoavelmente bem com os conjuntos de dados de perda florestal disponíveis, indicando que embora incêndios naturais possam ocorrer na Amazônia ocasionalmente, as atuais taxas de desmatamento e degradação, ampliadas desde os anos 90, foram a principal causa de aumento na frequência/intensidade dos incêndios nessa região. A crescente expansão demográfica e industrial nas últimas décadas, devido à implantação da Zona Franca de Manaus, trouxe impactos ambientais à região. Como principal consequência o comprometimento das águas da bacia do Rio Tarumã-Açu por despejos de esgotos domésticos e industriais, restos de animais, detergentes, desinfetantes, erosão, lixo e detritos que são jogados, dentre outros (Melo, 2002). O chorume gerado do aterro sanitário da cidade de Manaus, contem alta concentração dos metais pesados (Zn, Co, Ni, Cu, Fe, e Pb). Este chorume contamina os corpos hídricos da Bacia do Tarumã-Açu causando impacto ambiental. Segundo Santana e Barroncas (2007) a alta concentração destes metais pesados está muito acima dos valores permitidos pela resolução 357/2005 do CONAMA.
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Margem Esquerda do Rio Negro-Setor Tarumã Açu-Tarumã Mirima e Parque Nacional de Anavilhanas. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Planos de Ação, Cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação e Conservação ex situ) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.