Taxonomic Notes
Descrita em: Syst. Bot. 42(4), 690, 2017.
Justification
Árvore com até 7 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado do Rio de Janeiro, município Silva Jardim. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Biral e Lombardi, 2020). Apresenta extensão de ocorrência (EOO) de 24 km² e uma situação de ameaça. O Atlas da Mata Atlântica indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). O município de Silva Jardim com 93755 ha possui 32424 ha que representam 35% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). Mesmo com registros de coleta da espécie realizados dentro de Unidades de Conservação de proteção Integral, a espécie apresenta distribuição restrita, uma situação de ameaça e presença exclusiva em fitofisionomia fragmentada. Diante das ameaças vigentes e principalmente pelos poucos e diminutos remanescentes florestais na Mata Atlântica, infere-se o declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação e qualidade de habitat. Assim, Monteverdia samydiformis foi considerada Criticamente em Perigo (CR) de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Rio de Janeiro — no município Silva Jardim.
Population Information
A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada rara (Leonardo Biral, comunicação pessoal, 2020).
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 7 m de altura. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Em direção ao interior da Região Hidrográfica, a pecuária é o principal uso do solo, com as pastagens ocupando 51% do seu território. A atividade agrícola, embora diversificada e distribuída diagonalmente ao longo da região, sobressai pelas extensas áreas ocupadas pela monocultura de cana-de-açúcar, especialmente em Casimiro de Abreu e Silva Jardim. Cabe ressaltar ainda que a maior incidência de queimadas coincide com essas áreas de canaviais (Pougy et al., 2018). O município Silva Jardim (RJ) possui 40,63% (38103,4ha) do seu território convertido em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). O Atlas da Mata Atlântica indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos. Dos 17 estados, nove estão no nível do desmatamento zero, com desflorestamentos abaixo de 100 hectares, ou 1 km². Entre eles, o Rio de Janeiro (18 ha). Apesar dos resultados positivos, cinco estados ainda mantém índices inaceitáveis de desmatamento. O relatório aponta que no último ano foram destruídos 11.399 hectares (ha), ou 113 km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3 hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de 12.562 hectares (125 km²). O município de Silva Jardim com 93755 ha possui 32424 ha que representam 35% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). Foi registrado na Rebio Poço das Antas 417 números de focos de calor no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2015. (Nunes et al., 2018). Em fevereiro de 2014 ocorreu um grande incêndio e destruiu mais de quatro milhões de metros quadrados de mata da Reserva. Os incêndios são uma das maiores fontes de danos aos ecossistemas presentes em unidades de conservação, principalmente em regiões em desenvolvimento e paisagens dominadas por áreas agrícolas e pastagens (Bontempo et al. 2011).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João - Mico Leão e Reserva Biológica de Poço das Antas. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação e conservação ex situ) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.