Taxonomic Notes
Descrita em: Amer. J. Bot. 39, 422, 1952. É afim de Platycarpum orinocense, mas difere pela notável pubescência vilosa e ferruginosa dos pecíolos, pedúnculos, pedicelos e tubo do cálice, a pubescência marrom uniformemente longa da superfície inferior das folhas, as folhas mais estreitas e pontiagudas, a corola menor, mais curta estilo e filamentos ligeiramente mais longos (Steyermark, 1952).
Justification
Árvore com até 10 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020; Steyermark, 1952), foi documentada em Floresta de Igapó associada à Amazônia nos estados do Acre (C), município de Eirunepé, e Amazonas (AM), município de Borba. Apresenta distribuição conhecida restrita, extensão de ocorrência (EOO) de 17416 km² e área de ocupação (AOO) de 20 km²; entretanto, é conhecida por poucas coletas válidas, realizadas em sua grande parte de forma esparsa, em região onde esforços de coleta ainda são considerados insuficientes e onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias em estado prístino. Diante da carência geral e da impossibilidade de se suspeitar, estimar ou mesmo inferir uma eventual redução populacional ocasionada por vetores de estresse que tem se amplificado na região, mesmo considerando as coletas mais recentes, Platycarpum duckei foi considerada como Dados Insuficientes (DD) nesta ocasião.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Acre — no município Eirunepé —, e no estado do Amazonas — no município Borba.
Population Information
A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada rara (Mario Gomes, comunicação pessoal, 2020).
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 10 m de altura. Ocorre na Amazônia, em Floresta de Igapó (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem aumentado a sua produção e a produtividade agrícola de larga escala, com destaque para as commodities, cujas exportações cresceram consideravelmente nas últimas décadas (Gasques et al. 2012, Martorano et al. 2016, Joly et al. 2019). As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 75,0 milhões de hectares em 2017/18 para 85,0 milhões em 2027/28 (MAPA, 2019). A Amazônia brasileira, com 330 milhões de hectares, possuía, em 2014, 4.337.700 ha (1,3%) de sua extensão convertidos em áreas agrícolas (TerraClass, 2020). Outra estimativa realizada em 2018, registrou 5.488.480 ha (1,6%) (MapBiomas, 2020) da Amazônia brasileira convertidos em áreas agrícolas. Em 2019, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas na região Norte foi estimada em ca. 9.807.396 kg (IBGE, 2020). Apenas em abril de 2020, foram produzidos ca. 10.492.007 kg desses produtos agrícolas, o que representou um incremento de 7% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al. 2006, Vera-Diaz et al. 2008, Domingues e Bermann, 2012, Charity et al. 2016). Segundo o IBGE (2020), na região Norte, em 2019, a produtividade da soja na região Norte foi de ca. 5.703.702 kg, enquanto em abril de 2020, já foram produzidos ca. 6.213.441 kg, representando um incremento de 8.9% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). Em abril de 2020, a cultura de soja foi responsável por 59,2% de toda produtividade agrícola na região Norte, seguida pelo milho, com 30,1% (IBGE, 2020). A soja é mais prejudicial do que outras culturas, porque estimula projetos de infraestrutura de transporte de grande escala que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além daquelas já diretamente utilizadas para cultivo (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al. 2006, Vera-Diaz et al. 2008, Domingues e Bermann, 2012). No ano de 2018 foram produzidas 1090 toneladas de produtos provenientes da silvicultura no município de Eirunepé (AM) e 361 toneladas no município de Borba (AM), dentre eles açaí, castanha-do-pará, látex e sementes oleaginosas (IBGE, 2018). No município de Borba (AM) também foram extraídos 31.000 m³ de madeira (IBGE, 2018).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Estudos direcionados a revisar material não determinado depositados em herbários regionais podem revelar novos registros de ocorrência para a espécie, assim como buscas específicas buscando encontrar a espécie na localidade típica e em outras localidades próximas e/ou com ocorrência potencial. Tais estudos fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional, e assim possibilitar uma robusta avaliação de seu risco de extinção.