Taxonomic Notes
Descrita em: Bol. Mus. Nac. Rio de Janeiro n.s., Bot. 62, 1, 1981. É reconhecida por suas folhas longamente pecioladas (6–10 cm), de margem inteira, pelas flores estaminadas isoladas cada uma subentendida por uma bráctea e com dois estames, pelo ovário de superfície bulada e pelo estilete longo e delgado. Conhecida apenas pelo material-tipo, coletado em capoeira (Emmerich, 1981, Oliveira, 2010).
Justification
Árvore com cerca de 10 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi documentada em Floresta Ombrófila associada ao Cerrado presente no estado da Bahia, município de Itambé. Apresenta distribuição conhecida restrita a uma localidade, área de ocupação (AOO) de 4 km² e é considerada uma espécie rara (Secco e Rosário, 2009). Entretanto, é conhecida somente pelo material-tipo, coletado em 1971, e desde então, pouco se avançou em relação ao seu estado de conhecimento. Assim, diante da carência de dados geral e da incerteza taxonômica associada, a espécie foi considerada como Dados Insuficientes (DD) nesta ocasião.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — no município Itambé. Considerada uma espécie rara (Secco e Rosário, 2009).
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore com cerca de 10 m de altura. Ocorre no Cerrado, em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuária é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (SOS Mata Atlântica, 2020). Em levantamentos relativos a 2018, as áreas de pastagens ocupavam entre ca. 39.854.360 ha (30,4% da AALMA) (Lapig, 2020) e ca. 50.975.705 ha (39% da AALMA), dentre os quais 36.193.076 ha foram classificados como pastagens e 14.782.629 ha como Mosaico de Agricultura ou Pastagem (MapBiomas, 2020). Na Mata atlântica, a partir de 2002 foi registrado um decréscimo das áreas ocupadas por pastagens como decorrência da intensificação da pecuária (Parente et al., 2019). Apesar disso, esses autores verificaram a expansão de áreas ocupadas por atividades agricultura de larga escala (cana-de-açúcar e soja), que ocupa espaços antes destinados à pecuária mais extensiva. O município Itambé (BA) possui 63,45% (97485,4ha) do seu território convertido em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). A constante expansão de estradas é um fator que contribui para a perda de biodiversidade e degradação florestal na Mata Atlântica (Joly et al., 2019). Costa et al. (2019) confirmaram pela primeira vez os efeitos à biodiversidade ocasionado pela construção e pavimentação de rodovias, bem como o tráfego intenso de veículos no Bioma da Mata Atlântica, que podem se estender por muitos metros além da estrada, tendo efeito direto na mortalidade e diversidade das no fragmento.
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Estudos direcionados a revisar material não determinado depositados em herbários regionais podem revelar novos registros de ocorrência que podem auxiliar processos futuros de avaliação de risco de extinção, assim como buscas específicas buscando encontrar a espécie na localidade típica e em outras localidades próximas e/ou com ocorrência potencial. Tais estudos fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional.