Taxonomic Notes
Descrita em: Proc. Kon. Ned. Akad. Wetensch., C 85(4), 442, 1982. É afim de Coussapoa orthoneura, mas difere pela veia intercostal proeminente e na densa cobertura de pelos aracnoides brancos nas folhas e inflorescências (Berg et al., 1990).
Justification
Árvore com até 35 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi documentada em Floresta de Terra-Firme associada à Amazônia presente no estado do Amapá, município de Ferreira Gomes. Apresenta distribuição conhecida restrita, extensão de ocorrência (EOO) de 4 km², área de ocupação (AOO) de 4 km² e uma situação de ameaça. Entretanto, é conhecida somente pelo holótipo, realizado em 1961, em região onde esforços de coleta ainda são considerados insuficientes e onde ainda estão presentes na paisagem fitofisionomias em estado prístino. Diante da carência geral e da impossibilidade de suspeitar, estimar ou mesmo inferir uma eventual redução populacional ocasionada por vetores de pressão que tem amplificado na região, a espécie foi considerada como Dados Insuficientes (DD) nesta ocasião.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Amapá — no município Ferreira Gomes.
Population Information
A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada rara (André Luiz Gaglioti, comunicação pessoal, 2020).
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 35 m de altura (Berg et al., 1990). Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra-Firme (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem aumentado a sua produção e a produtividade agrícola de larga escala, com destaque para as commodities, cujas exportações cresceram consideravelmente nas últimas décadas (Gasques et al. 2012, Martorano et al. 2016, Joly et al. 2019). As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 75,0 milhões de hectares em 2017/18 para 85,0 milhões em 2027/28 (MAPA, 2019). A Amazônia brasileira, com 330 milhões de hectares, possuía, em 2014, 4.337.700 ha (1,3%) de sua extensão convertidos em áreas agrícolas (TerraClass, 2020). Outra estimativa realizada em 2018, registrou 5.488.480 ha (1,6%) (MapBiomas, 2020) da Amazônia brasileira convertidos em áreas agrícolas. Em 2019, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas na região Norte foi estimada em ca. 9.807.396 kg (IBGE, 2020). Apenas em abril de 2020, foram produzidos ca. 10.492.007 kg desses produtos agrícolas, o que representou um incremento de 7% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al. 2006, Vera-Diaz et al. 2008, Domingues e Bermann, 2012, Charity et al. 2016). Segundo o IBGE (2020), na região Norte, em 2019, a produtividade da soja na região Norte foi de ca. 5.703.702 kg, enquanto em abril de 2020, já foram produzidos ca. 6.213.441 kg, representando um incremento de 8.9% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). Em abril de 2020, a cultura de soja foi responsável por 59,2% de toda produtividade agrícola na região Norte, seguida pelo milho, com 30,1% (IBGE, 2020). A soja é mais prejudicial do que outras culturas, porque estimula projetos de infraestrutura de transporte de grande escala que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além daquelas já diretamente utilizadas para cultivo (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al. 2006, Vera-Diaz et al. 2008, Domingues e Bermann, 2012). A implantação de hidrelétricas em Ferreira Gomes (AP) alterou a área natural do município, visto que é um chamativo de empregos para pessoas de outros municípios e estados. Isso colaborou para o aumento da população local, consigo a demanda de novos espaços para moradias.
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Estudos direcionados a revisar material não determinado depositado em herbários regionais podem revelar novos registros de ocorrência para a espécie, assim como buscas específicas visando encontrar a espécie na localidade típica e em outras localidades próximas e/ou com ocorrência potencial. Tais estudos fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional, e assim possibilitar uma robusta avaliação de seu risco de extinção.