Taxonomic Notes
Descrita em: Bol. Mus. Goeldi Hist. Nat. Ethnogr. 5, 219, 1908. É afim de Vitex flavens por causa da base longamente atenuada e não peciolulada, mas difere pelas inflorescências que são mais extensas que nas outras espécies amazônicas e as flores exalam, um aroma agradável e forte, que atrai muitos insetos. Popularmente conhecida como tarumã-cheiroso (Huber, 1909).
Justification
Árvore de altura não registrada, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado do Pará, município Anajás. Ocorre na Amazônia, em Campo de Várzea (Huber, 1909, Moldenke, 1957). Apresenta extensão de ocorrência (EOO) de 4 km², área de ocupação (AOO) de 4 km² e uma situação de ameaça. É conhecida somente pelo material-tipo, coletado há mais de 100 anos. Assim, diante da carência geral de dados sobre a distribuição, pelo fato da espécie ter sido descrita a partir de material coletado em uma região onde esforços de coleta são considerados insuficientes, a espécie foi considerada como Dados Insuficientes (DD) neste momento.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Pará — no município Anajás.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore de altura não registrada. Ocorre na Amazônia, em Campo de Várzea (Huber 1909, Moldenke 1957).
Threats Information
Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem aumentado a sua produção e a produtividade agrícola de larga escala, com destaque para as commodities, cujas exportações cresceram consideravelmente nas últimas décadas (Gasques et al., 2012, Martorano et al., 2016, Joly et al., 2019). As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 75,0 milhões de hectares em 2017/18 para 85,0 milhões em 2027/28 (MAPA, 2019). A Amazônia brasileira, com 330 milhões de hectares, possuía, em 2014, 4.337.700 ha (1,3%) de sua extensão convertidos em áreas agrícolas (TerraClass, 2020). Outra estimativa realizada em 2018, registrou 5.488.480 ha (1,6%) (MapBiomas, 2020) da Amazônia brasileira convertidos em áreas agrícolas. Em 2019, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas na região Norte foi estimada em ca. 9.807.396 kg (IBGE, 2020). Apenas em abril de 2020, foram produzidos ca. 10.492.007 kg desses produtos agrícolas, o que representou um incremento de 7% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012, Charity et al., 2016). Segundo o IBGE (2020), na região Norte, em 2019, a produtividade da soja na região Norte foi de ca. 5.703.702 kg, enquanto em abril de 2020, já foram produzidos ca. 6.213.441 kg, representando um incremento de 8.9% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). Em abril de 2020, a cultura de soja foi responsável por 59,2% de toda produtividade agrícola na região Norte, seguida pelo milho, com 30,1% (IBGE, 2020). A soja é mais prejudicial do que outras culturas, porque estimula projetos de infraestrutura de transporte de grande escala que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além daquelas já diretamente utilizadas para cultivo (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012). A alteração da cobertura vegetal em Anajás (PA), observada em imagens LANDSAT-TM, do ano de 1986, era de 4,32%. Esse desmatamento é provocado principalmente pela extração da madeira e do palmito, não acontecendo nenhum reflorestamento das áreas desmatadas (Prefeitura de Anajás, 2020).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó. Expedições botânicas direcionadas a buscar pela espécie na localidade típica e em outras localidades próximas são necessárias para aumentar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional. Com isso, espera-se que, em breve, seja possível uma reavaliação de risco de extinção robusta, ainda considerando o aumento dos vetores de pressão que incidem na região de ocorrência da espécie.