Taxonomic Notes
Descrita em: Ducke, W., 1932. Notizblatt des Botanischen Gartens und Museums zu Berlin-Dahlem 11: 341.
Justification
Árvore de até 15 m (Verdi 1416), endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Ocorre nos domínios da Amazônia em vegetação de Campinarana, Floresta de Terra Firme e Floresta Ombrófila, e foi coletada apenas no município de Manaus, estado do Amazonas (Pirani et al. 2019). Apresenta EOO=11 km², AOO= 8 km², e é restrita a habitats fragmentados naturalmente (Campinaranas) e como causa da urbanização. O desmatamento, a urbanização e extração de areia são responsáveis por declínio de EOO, AOO e na qualidade do habitat (Nogueira et al. 2007; Fonseca, 2009; Charity et al. 2016). A floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, principalmente devido à urbanização, atividades oriundas da agroindústria e pecuária extensiva, infraestrutura rodoviária e hidrelétrica, mineração e exploração madeireira (Charity et al. 2016). O crescimento populacional na zona Norte de Manaus tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a região vem sofrendo (Nogueira et al. 2007). Além disso, estudos mostram que inclusive a Reserva Adolpho Ducke, importante área de conservação e pesquisa, vem sofrendo grande pressão urbana devido ao surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu entorno (Nogueira et al. 2007). Na região de Manaus, as Campinas e Campinaras estão sendo destruídas pelo crescimento urbano e retirada de areia para construção civil, sendo pior a situação das campinas próximas às estradas (Ferreira, 2009; Fonseca, 2009). A espécie foi considerada uma planta rara (sensu Pirani, 2009) e avaliada anteriormente como Criticamente em Perigo (CR) (MMA, 2014), não havendo novos dados populacionais ou de distribuição da espécie. Portanto, foi mantida a categoria e os critérios usados anteriormente, considerando as ameaças incidentes. A espécie foi coletada pela última vez há mais de 20 anos (1996), sendo necessárias ações de pesquisa como buscas direcionadas e avaliação de tamanho e tendências populacionais. Além disso, é necessária a proteção dos habitats preferenciais da espécie em áreas arenosas e pantanosas, incluindo os habitats sensíveis e naturalmente fragmentados das Campinaranas amazônicas no município de Manaus. A grande maioria das áreas de Campinas e Campinaranas não estão protegidas por nenhuma categoria de Unidade de Conservação (UC) (Ferreira et al. 2009).
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência no estado do Amazonas, município de Manaus (Ducke 23550).
Population Information
Não existem dados sobre a população, porém foi considerada como planta rara (Pirani, 2009 apud CNCFlora 2012).
Habitat and Ecology Information
Árvores de 3-15 m de altura (Verdi 1416), ocorrendo nos domínios da Amazônia, em Campinarana, Floresta de Terra Firme e Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
Com uma alta densidade demográfica (41 habitantes por ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo (Nogueira et al. 2007). A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos 18 anos (Nogueira et al. 2007). Mas sua proximidade com a Reserva Adolpho Ducke é preocupante, pois os estudos mostram que a Reserva sofre grande pressão devido ao surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu entorno (Nogueira et al. 2007). A floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, 4,7% somente entre 2000 e 2013, principalmente devido às atividades oriundas da agroindústria, pecuária extensiva, infraestrutura rodoviárias e hidrelétricas, mineração e exploração madeireira (Charity et al. 2016). Na região de Manaus, esses ecossistemas estão sendo destruídas pelo crescimento urbano e retirada de areia para construção civil, sendo pior a situação das campinas próximas às estradas, como em Vigia do Nazaré, no Pará (Ferreira 2009, Fonseca 2009).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie não foi registrada em área protegida. Foi anteriormente avaliada como ameaçada pela Lista oficial de espécies ameaçadas da Flora do Brasil e incluída no Anexo I (MMA, 2008 apud CNCFlora 2012), como Criticamente em Perigo (CR) pela Fundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005 apud CNCFlora 2012) e novamente como Criticamente em Perigo no Anexo I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Manaus - 4 (AM). A espécie foi coletada em área arenosas e pantanosas no município de Manaus. As Campinaranas e Campinas Amazônicas ocupam juntas cerca de 30 mil km², influenciados pela profundidade do lençol freático, e representam grande diversidade de espécies endêmicas amazônicas, muitas delas exclusivas desses ambientes (Ferreira et al. 2009). Na região de Manaus, esses ecossistemas estão sendo destruídos pelo crescimento urbano e retirada de areia para construção civil, sendo pior a situação das campinas próximas às estradas (Fonseca, 2009). A grande maioria das áreas de Campinas e Campinaranas não estão protegidas por nenhuma categoria de Unidade de Conservação (Ferreira et al. 2009). As exceções são o Parque Nacional do Viruá, em Roraima, e a Serra do Aracá no Amazonas, onde existe sobreposição parcial entre um parque estadual e a Terra Indígena Yanomami (Fonseca, 2009). Portanto, para sua perpetuação na natureza são necessárias ações de conservação in situ (como o estabelecimento ou expansão de UCs que abranjam habitats potenciais e áreas da distribuição da espécie), bem como avaliação das potencialidades para sua conservação ex situ (incluindo coleta e armazenamento em banco de germoplasma, teste de germinação e possíveis reintroduções em caso de extinções locais). Para coleta e estoque das sementes da espécie, é preciso considerar que espécies típicas de campinarana apresentam uma importante adaptação aos solos escassos em nutrientes, principalmente definida pela produção de poucas sementes, porém com maior investimento energético por semente (Guimarães e Bueno, 2015).