Taxonomic Notes
Descrita em: Baitello, J., 1993. Revista do Instituto Florestal 5(1): 60. Popularmente conhecida por canela-sassafrás (Flora do Brasil, 2019).
Justification
Árvore de até 24 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Ocorre nos domínios da Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2019). Popularmente conhecida por canela-sassafrás (Flora do Brasil, 2019), foi coletada nos estados do Espírito Santo e de São Paulo. Apresenta AOO= 124 km² e está sujeita a nove situações de ameaça. O desmatamento, agricultura, fogo usado para queima dos canaviais, expansão urbana no município de Campinas e extração de madeira são responsáveis pelo declínio de EOO, AOO, qualidade do habitat e número de subpopulações (Mendonza et al. 2000; SEMA/IF-SP, 2008; Pinheiro et al. 2010; Oliveira et al. 2014; Lapig, 2018). A espécie foi considerada Em Perigo (EN) de extinção em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (MMA, 2014), levando em conta uma distribuição mais restrita, incluindo apenas coletas no estado de São Paulo. Atualização da coleção e adição de novos registros, expandiram a distribuição da espécie para além dos limites da categoria. Portanto, a espécie passa a ser avaliada como Vulnerável (VU), infere-se o declínio contínuo de EOO, AOO, extensão e qualidade do hábitat e número de subpopulações. Há informação sobre número de indivíduos apenas em algumas localidades do estado de São Paulo (Cielo-Filho et al. 2007; Ferreira, 2007; Amazonas et al. 2011). A espécie ocorre em duas Unidades de Conservação de proteção integral e em três unidades de uso sustentável. Portanto, são necessárias ações de pesquisa (tamanho e tendência populacional) e de conservação in situ e ex-situ (incluindo avaliação da possibilidade de coleta de sementes e estoque de material em banco de sementes, teste de germinação).
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Espírito Santo, municípios de Domingos Martins (Gomes 1980) e Linhares (Moraes 3435); e São Paulo, municípios de Amparo (Moraes 2125), Araras (Costa 1), Campinas (Garcia 330), Matão (Lopes s.n.), São Paulo (Aragaki 455) e Ubatuba (Bertoni 846).
Population Information
Cielo-Filho et al. (2007) encontraram 22 indivíduos em fragmento no Ribeirão Cachoeira, Campinas, SP. Ferreira (2007) amostrou 5 indivíduos na bacia hidrográfica do Ribeirão das Anhumas, Campinas, SP. Amazonas et al. (2011) encontraram 3 indivíduos em também em Campinas, SP, 5 indivíduos em Floresta de brejo e 4 indivíduos no 'Maciço de Diatenopteryx sorbifolia Radlk.' na Reserva Municipal de Santa Genebra, Município de Campinas, SP.
Habitat and Ecology Information
Árvores de 12-24 m de altura com alta proliferação de ramos jovens ausente durante o estágio de floração, ramos jovens marrons a acinzentados, glabros a esparsamente pilosos, ritidomas ausentes, ramos velhos marrons a acinzentados, glabros (Flora do Brasil, 2019). Ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
Linhares (ES) está entre os municípios brasileiros produtores de cana-de-açúcar, cujos plantios iniciaram a partir da década de 1980 e substituíram as florestas nativas e áreas de tabuleiros (Mendonza et al. 2000; Oliveira et al. 2014; Pinheiro et al. 2010; Tavares et al. 2010). Tais cultivos são associados a prática da queima dos canaviais, com a finalidade de diminuir a quantidade de palha e facilitar a colheita (Mendonza et al. 2000; Oliveira et al. 2014; Pinheiro et al. 2010; Tavares et al. 2010). De acordo com a Resolução MAPA nº 241/2010, Linhares é um dos municípios indicados para o plantio de novas áreas de cana-de-açúcar, destinadas à produção de etanol e açúcar. A Conab (2018) estima uma área de cana-de-açúcar de 47,6 e 45,3 mil ha, respectivamente para as safras 2017/2018 e 2018/2019 no Espírito Santo. A prática de queimar os canaviais com a finalidade de diminuir a quantidade de palha e, desta forma, facilitar a colheita se consolidou na década de 1970, com o surgimento do Programa Nacional do Álcool. Ao contrário de outras regiões canavieiras do País, na região de Linhares (ES), os solos de tabuleiro passaram a ser cultivados com cana-de-açúcar apenas nas últimas décadas (Mendonza et al. 2000). O município de Matão tem 50% de seu território (52490 ha) plantados de soja, milho e principalmente cana-de-açúcar (24634 ha) (Lapig, 2018). O desmatamento foi classificado no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica muito alta e a extração de madeira como uma pressão alta. As florestas de encosta apresentam grande diversidade e estão sujeitas aos diversos tipos de perturbações (caça, corte seletivo, poluição, ocupação irregular).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi avaliada na Lista vermelha da flora de São Paulo como Em Perigo (EN) (SMA-SP, 2004), e novamente na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção como Em perigo (EN) (MMA, 2014). A espécie foi registrada no Parque Estadual da Serra do Mar (PI), Área de proteção Ambiental de Campinas (US), Área de Relevante Interesse Ecológica Mata de Santa Genebra (US), Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juquerí-Mirim Área II (US) e Reserva Natural da Vale. A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo - TER33, Território Campinas – TER18, Território São Paulo – TER20.