Taxonomic Notes
Descrita em: Mem. New York Bot. Gard. 81: 21 (1998). Nome vulgar: Carneiro (Kawasaki, 1998).
Justification
Árvore de até 30 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Popularmente conhecida como Carneiro, foi documentada em Floresta Ombrófila, associada à Mata Atlântica, no estado do Espírito Santo, município de Linhares. Apresenta distribuição restrita, EOO=17 km², uma situação de ameaça e ocorrência em fitofisionomia florestal fragmentada. O estado do Espírito Santo resguarda somente 10,5% de remanescentes da Mata Atlântica original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Linhares (ES) está entre os municípios brasileiros produtores de cana-de-açúcar, cujos plantios iniciaram a partir da década de 1980 e substituíram as florestas nativas e áreas de tabuleiros (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares et al., 2010). O município de Linhares, outrora coberto integralmente por Mata Atlântica, atualmente possui cerca de 20% de remanescentes florestais. Apesar de localmente comum nas florestas úmidas costeiras do Espírito Santo (Kawasaki, 1998), a espécie vem sofrendo um declínio contínuo na qualidade e extensão do seu habitat, devido à expansão de atividades agropecuárias, principalmente o cultivo de cacau em sub bosque de florestas nativas. Diante desse cenário, Erisma arietinum foi considerada Criticamente em Perigo (CR) de extinção neste momento. Infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, extensão e qualidade de habitat e potencialmente, no número de situações de ameaça e indivíduos maduros. Ainda, só foi registrada em áreas protegidas privadas, como a Reserva Florestal da Vale, o que não garante sua indeterminada proteção in situ. Recomendam-se ações de pesquisa (busca direcionada em fragmentos florestais remanescentes na região, distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem levar o táxon a extinção funcional no futuro. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para o estado do Espírito Santo.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência no estado do Espírito Santo, município de Linhares (Farias 622).
Population Information
A espécie é localmente comum nas florestas úmidas costeiras do Espírito Santo (Kawasaki, 1998).
Habitat and Ecology Information
Árvore com altura entre 20 e 30 m, ocorrente nas florestas úmidas costeiras do Espírito Santo (Kawasaki, 1998), na Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
Linhares (ES) está entre os municípios brasileiros produtores de cana-de-açúcar, cujos plantios iniciaram a partir da década de 1980 e substituíram as florestas nativas e áreas de tabuleiros (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares et al., 2010). Tais cultivos são associados a prática da queima dos canaviais, com a finalidade de diminuir a quantidade de palha e facilitar a colheita (Mendonza et al., 2000; Oliveira et al., 2014; Pinheiro et al., 2010; Tavares et al., 2010). De acordo com a Resolução MAPA nº 241/2010, Linhares é um dos municípios indicados para o plantio de novas áreas de cana-de-açúcar, destinadas à produção de etanol e açúcar. A Conab (2018) estima uma área de cana-de-açúcar de 47,6 e 45,3 mil ha, respectivamente para as safras 2017/2018 e 2018/2019 no Espírito Santo. A prática de queimar os canaviais com a finalidade de diminuir a quantidade de palha e, desta forma, facilitar a colheita se consolidou na década de 1970, com o surgimento do Programa Nacional do Álcool. Ao contrário de outras regiões canavieiras do país, na região de Linhares (ES), os solos de tabuleiro passaram a ser cultivados com cana-de-açúcar apenas nas últimas décadas (Mendonza et al., 2000).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie é considerada Vulnerável (VU) segundo a Lista Vermelha da flora ameaçada do Espírito Santo (Simonelli and Fraga, 2007), e categorizada como Em Perigo (EN) no Livro Vermelho CNCFlora 2013, estando incluída no Anexo I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). A espécie ocorre em território que será contemplado por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território 33 (ES). A espécie foi coletada na Reserva Florestal da CVRD (Companhia Vale do Rio Doce), Espírito Santo.