Taxonomic Notes
Descrita em: Roessleria 8: 43. 1986. Conhecida pelo nome popular Guamirim (Ebling et al. 2014).
Justification
Árvore de até 8 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Ocorre nos domínios da Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2019). Popularmente conhecida por Guamirim, foi coletada nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Apresenta EOO= 4506 km², AOO= 60 km² e até sete situações de ameaça. O desmatamento, as atividades de agricultura, pecuária e mineração (Medeiros et al. 2005; Narvaes et al. 2008; DNPM, SIGMINE, 2019; Lapig, 2019) são os principais responsáveis pelo declínio de EOO, AOO, qualidade do habitat e de subpopulações. Informação atualizada indica que restam apenas 12,4% (16,2 milhões de hectares) de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, tendo sido desmatados 87,6% da área original do bioma (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). No estado do Rio Grande do Sul atualmente restam apenas 7.9% da Mata Atlântica original e no estado do Paraná apenas 11.8% de floresta nativa (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A espécie foi considerada Em Perigo (EN) em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (MMA, 2014) mas a recente revisão das coleções e inclusão de registros alterou a distribuição da espécie para além dos limiares de risco da categoria de acordo com o aumento no número de situações de ameaça. Portanto, a espécie passa a ser avaliada de acordo com a categoria Vulnerável (VU), em razão de distribuição restrita associada a declínio por causas não cessadas. A espécie não apresenta dados populacionais atuais e ocorre em apenas uma Unidade de Conservação de proteção integral. Portanto, são necessárias ações de pesquisa (para atualização da informação sobre tamanho e tendências populacionais), monitoramento das populações encontradas recentemente e ações de conservação (programas de conservação ex situ).
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Rio Grande do Sul, municípios Cambará do Sul (Sobral 2861), Caraá (Grings 1722), Caxias do Sul (Sehnem 2494), Maquiné (Sobral s.n.), Morrinhos do Sul (Molz s.n.), São Francisco de Paula (Wasum s.n.), São Leopoldo (Sonego s.n.), Santo Antônio da Patrulha (Senna 485) e Torres (Waechter 2453); Santa Catarina, municípios Praia Grande (Verdi 5923). Segundo a Flora do Brasil 2020 a espécie ocorre no estado do Rio de Janeiro, porém os vouchers não foram encontrados.
Population Information
A espécie apresenta uma média de 6,1 indivíduos por hectare na Floresta Ombrófila Mista da Floresta Nacional de São Francisco de Paula (Kanieski, 2010).
Habitat and Ecology Information
Árvores de até 8 m de altura (Jarenkow 2233), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica, na floresta Ombrófila pluvial (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
A Floresta Ombrófila Mista em que a espécie ocorre, no Rio Grande do Sul, vem sofrendo com o corte seletivo de madeira e com o corte raso para a expansão de atividades agrícolas (Narvaes et al. 2008). No Brasil, a área original de Floresta Ombrófila Mista (Floresta de Araucária), era de aproximadamente 200.000 a 250.000 km², ocorrendo com maior intensidade nos estados do Paraná (40%), Santa Catarina (31%), Rio Grande do Sul (25%), e com manchas esparsas no sul de São Paulo (3%), internando-se até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro (1%). Esta formação vegetacional, típica da Região Sul do Brasil, abriga componentes arbóreos de elevado valor comercial, como a Araucaria angustifolia (pinheiro) e Ocotea porosa (imbuia), por isso esta floresta foi alvo de intenso processo de exploração predatório. Atualmente os remanescentes florestais não perfazem mais do que 1% da área original, e suas espécies arbóreas estão relacionadas na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação da Região Sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, mas principalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século. No entanto, a intensidade da exploração madeireira, desmatamentos e queimadas, substituição da vegetação por pastagens, agricultura, reflorestamentos homogêneos com espécies exóticas e a ampliação das zonas urbanas no sul do Brasil, iniciados nos primeiros anos do século XX, provocaram uma dramática redução da área das florestas originais na região (Medeiros et al. 2005). O município de Morrinhos do Sul com 16544 ha tem 40,3% de seu território (6673 ha) transformado em pastagem. No município de Caraá, cerca de 49% do território municipal corresponde a área de pastagem. O município de Maquiné com 62169 ha tem 26,1% de seu território (16283 ha) transformado em pastagens. O município de Osório com 66355 ha tem 56,4% de seu território (374389 ha) transformado em pastagens (Lapig, 2018). O município de Cambará do Sul com 120865 ha, tem 69% de seu território ocupado com floresta plantada (25669 ha), lavoura de milho (450 ha), pastagem (57317 ha) (Lapig, 2019). Para a região do município de Cambará do Sul há protocolos atuais de autorização de pesquisa para mineração de riólito. Para a região do município de São Leopoldo há protocolos atuais de autorização de pesquisa para mineração de antracito, linhito, sapropelito e argila (DNPM, SIGMINE, 2019).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi anteriormente avaliada como Em Perigo na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). A espécie ocorre na Floresta Nacional de São Francisco de Paula - RS (Narvaes et al. 2008). A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo - 33 (ES).