Taxonomic Notes
Descrita em: Fl. Bras. 6(5): 172. 1881. Espécie semelhante à Rudgea jasminoides pelas estípulas dorsalmente carenadas e pelas inflorescências ramificadas e laxas, mas difere desta pela fusão da porção intrapeciolar das estípulas, pelo formato das folhas e pela maior proporção no tamanho de suas estruturas (Zappi, 2003; Bruniera, 2015).
Justification
Árvore de até 7 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila Densa submontana e montana, entre 900-1300 m, na Mata Atlântica dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição restrita, EOO=7504km², AOO=52 km², cinco situações de ameaça e especificidade de habitat, atualmente muito fragmentado. Diante da cota altitudinal preferencial para a ocorrência de Rudgea nobilis, seu habitat é relativamente bem preservado, e há ocorrências em importantes Unidades de Conservação, inclusive com registros realizados na última década para o estado de São Paulo, onde foi considerada extinta. Entretanto, mesmo dentro das áreas protegidas, ameaças incidem e afetam a perpetuação de espécies da flora como R. nobilis. O desmatamento e a extração de madeira ainda são uma realidade no Parque Estadual da Serra do Mar (SEMA/IF-SP, 2008), assim como o aumento em frequência e intensidade de incêndios florestais na Serra dos Órgãos (RJ) (IBAMA, 2014; ICMBio, 2014). Ainda, agricultura de subsistência e de base familiar em pequenas e médias propriedades, com plantio de feijão, mandioca e hortaliças e, em menor quantidade, criação de animais (Mendes, 2010), também representam vetores de stress à biodiversidade. Diante desse cenário, infere-se declínio contínuo em qualidade e extensão de habitat. Assim, R. nobilis foi considerada Em Perigo (EN) de extinção nesta ocasião. Recomendam-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Rio de Janeiro, municípios de Nova Friburgo (Sylvestre 363), Petrópolis (Glaziou 6040), São Fidélis (Nadruz 2667), Teresópolis (Pereira 201); e São Paulo, municípios de Cunha (Martins 12368), São Luiz do Paraitinga (Ressel 130), Ubatuba (Peixoto 13060). Encontrada entre 900-1300 m (Flora do Brasil, 2019).
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Caracteriza-se por arvoretas de até 7 m de altura (Zappi, 2003; Bruniera, 2015), que habitam a Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila Densa submontana e montana, entre 900-1300 m (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
Historicamente, no município de Nova Friburgo e na localidade de Alto Macaé que está incluída na Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima, praticava-se agricultura de subsistência e de base familiar em pequenas e médias propriedades, com plantio de feijão, mandioca e hortaliças e, em menor quantidade, criação de animais (Mendes, 2010). Na busca de uma forma alternativa de vida, novos moradores se instalaram em Nova Friburgo fugindo de centros urbanos, havendo substituição de atividades agropecuárias por atividades vinculadas ao turismo, à construção civil, ao comércio e à prestação de serviços, afim de atenderem as novas demandas da região (Mendes, 2010). Devido à sua beleza cênica, Nova Friburgo se tornou um local de atração turística, e como consequência, houve uma substituição das atividades agropecuárias por atividades vinculadas ao turismo. Propriedades destinadas à agricultura foram substituídas por pousadas, hotéis, restaurantes e casas de veraneio (Mendes, 2010). O município de Nova Friburgo possui 43% de matas Nativas, Petrópolis 32%, São Fidélis 6%, Teresópolis 34% (RJ); Cunha 15%, São Luis do Paraitinga 17%, Ubatuba 85% (SOS Mata Atlântica/INPE, 2014). O aumento da frequência de incêndios na Serra dos Órgãos (IBAMA, 2014; ICMBio, 2014) representa uma ameaça às espécies. O município de São Luiz do Paraitinga com 61731 ha tem 44,3% de seu território (27359 ha) transformados em pastagens (Lapig, 2018). O município de Cunha com 140725 ha tem 54,4% de seu território (76559 ha) transformado em pastagens (Lapig, 2018). O desmatamento foi classificado no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica muito alta e a extração de madeira como uma pressão alta. As florestas de encosta apresentam grande diversidade e estão sujeitas aos diversos tipos de perturbações (caça, corte seletivo, poluição, ocupação irregular).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Considerada como Dados Insuficientes (DD) pela Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), Anexo 2. Em Perigo (EN) (Biodiversitas, 2005). Considerada Presumivelmente Extinta (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004). A espécie foi registrada na Área de proteção Ambiental Carapiá (US), Área de proteção Ambiental de Macaé de Cima (US), Área de Proteção Ambiental de Petrópolis (US), Parque Estadual da Serra do Mar (PI), Parque Estadual do Desengano (PI), Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PI) e Parque Estadual da Serra do Mar (PI).