Taxonomic Notes
Descrita em: Linnaea 23: 460. 1850. Distingue-se das outras espécies de Rudgea pelas suas folhas diminutas, estreitas e com domácias, pelas inflorescências laxas, 9-12-flora, e frutos maduros amarelados a alaranjados. (Zappi, 2003; Bruniera, 2015).
Justification
Árvore ou arbustos de até 7 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila, associada à Mata Atlântica, nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=91436 km², constante presença em herbários e Unidades de Conservação de proteção integral, além de 12 situações de ameaça. Entretanto, sabe-se que a Mata Atlântica de altitude vem sofrendo um intenso processo de destruição devido ao corte de madeira, e pela ocupação humana desordenada. Hoje, apenas 1-6% dessas formações (1,2 milhões km²) persistem no estado do Rio de Janeiro, por exemplo, em mosaicos de fragmentos mais ou menos contínuo. porém em processo de fragmentação visto a matriz de destruição no entorno dessas encostas florestadas (Costa e Lima, 2005). Sua ocorrência em locais interioranos são da década de 1970, e estudos são necessários para reavaliar possível declínio da extensão de ocorrência. Suspeita-se que subpopulações sobrevivam nas florestas de encosta da Serra do Mar em ambos os estados, porém, de acordo com a especialista C.P. Brunieira (com. pess. 2019), a espécie não foi facilmente encontrada em esforços de campo empreendidos durante sua tese de doutoramento, indicando ainda alta vulnerabilidade da espécie em muitos dos ambientes em que é documentada. Deste modo, infere-se declínio contínuo de extensão e qualidade de habitat e a espécie pode se encontrar ameaçada em um futuro próximo, mesmo ocorrendo dentro de áreas formalmente protegidas e em sua grande parte, em altitudes onde as florestas ainda se encontram conectadas. Apesar de o AOO ser estimado em 92 km², o que posicionaria a espécie pelo critério B2 como Em Perigo (EN), o número de situações de ameaça verificado (12) ultrapassa o limiar para categorias de ameaça. Diante desse cenário, portanto, a espécie foi considerada Quase Ameaçada (NT) de extinção novamente, podendo ser considerada Vulnerável (VU) em futuro próximo caso as ameaças documentadas se ampliem ou mesmo não cessem. Recomendam-se ações de pesquisa (busca direcionada por subpopulações em áreas interioranas e em locais onde a espécie não é documentada há mais de 30 anos, censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados de Minas Gerais, municípios de Camanducaia (Stehmann 58), Entre Rios de Minas (Krieger 10845); Rio de Janeiro, municípios de Itatiaia (Neto 1878), Paraty (Marquete 1287), Petrópolis (Gardner 5741), Resende (Rossi 1531), Rio de Janeiro (Braga 7231); e São Paulo, municípios de Anhembi (Kuhlmann 3958), Bragança Paulista (Mello-Silva 385), Campos do Jordão (Sposito 26428), Capão Bonito (Lobão 1379), Cunha (Zappi 330), São Bento do Sapucaí (Tamashiro 533), Salesópolis (Pirani 4899), Ubatuba (Sanchez 1166).
Population Information
Não existem dados sobre a população.
Habitat and Ecology Information
Árvores ou arbustos com até 7 m de altura (Bruniera, 2015), que habita a Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
O município de Camanducaia com 52848 ha possui 4696 ha que representam 8,8% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Entre Rios de Minas com 45680 ha possui 3569 ha que representam 7,8% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Anhembi com 73656 ha possui 496 ha que representam 0,67% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Bragança Paulista com 51262 ha possui 2334 ha que representam 4,5% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Capão Bonito com 164023 ha possui 39678 ha que representam 24% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Cunha com 140732 ha possui 22933 ha que representam 16% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de São Bento do Sapucaí com 25305 ha possui 4450 ha que representam 17,5% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Cunha com 140725 ha tem 54,4% de seu território (76559 ha) transformado em pastagens (Lapig, 2018).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Espécie ocorre nas seguintes Unidades de Conservação: Parque Municipal Ecológico da Prainha - RJ (Braga 7374), Área de Proteção Ambiental Cairuçu - RJ (Marquete 1287), Parque Nacional da Serra dos Órgãos - RJ (Zappi, 2003), Parque Nacional de Itatiaia - RJ (Silva Neto 1878), Estação Biológica de Boracéia - SP (Pirani 4899), Parque Estadual da Serra do Mar - SP (Zappi 330), e Parque Estadual de Campos de Jordão - SP (Costa 443).