Taxonomic Notes
Descrita em: Contributions from the University of Michigan Herbarium 22: 4–5. 1999. Caracteriza-se pelas folhas cordiformes, coriáceas, tomentosas; flores com sépalas vermelho-escuras e pétalas rosadas, esbranquiçadas para as margens (Anderson, 1999).
Justification
Arvoreta de até 3 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Foi documentada em encostas de formação arenítica e baixadas com buritizais, em Campos Rupestres e Campos Sujos associados ao Cerrado no Brasil Central, nos estados de Goiás e Maranhão. Descrita em 1999, é conhecida por somente três coletas. Apresenta distribuição conhecida bastante ampla e EOO=96868 km². A espécie aparentemente é restrita a habitat muito fragmentado (Strassburg et al. 2017; Françoso et al. 2015; Ratter et al. 1997), e poderia ser incluída em categoria de ameaça pelo critério B2, pelo seu diminuto valor de AOO, conforme avaliação passada. Entretanto, não possui habitat restrito, e diante da carência de dados geral, a espécie foi considerada como Dados Insuficientes (DD) nesta ocasião, uma vez que o conjunto de informações disponíveis não possibilitou a condução de re-avaliação de risco de extinção de forma robusta. Novos estudos buscando encontrar a espécie em outras localidades e levantar dados populacionais na região próxima às áreas de ocorrência fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional e assim possibilitar uma robusta avaliação de seu risco de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Goiás, município de Portelândia (Silva 3328); e Maranhão, municípios Balsas (Ratter 6853) e Carolina (Ratter 6702).
Population Information
Não existem dados sobre a população.
Habitat and Ecology Information
Arvoreta de até 3 m de altura (Ratter 6702). Ocorre em encostas de formação arenítica e baixadas com buritizais, em Campos Rupestres e Campos Sujos associados ao Cerrado no Brasil Central (Anderson, 1999).
Threats Information
Para a formação das pastagens, os Cerrados do Brasil Central são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura) (Klink and Machado, 2005). O Cerrado perdeu 88 Mha (46%) de sua cobertura vegetal nativa, e apenas 19,8% permanecem inalterados. Entre 2002 e 2011, as taxas de desmatamento no Cerrado (1% por ano) foram 2,5 vezes maiores que na Amazônia. A proteção atual permanece fraca. As áreas protegidas públicas cobrem apenas 7,5% do bioma (em comparação com 46% da Amazônia) e, de acordo com o Código Florestal brasileiro, apenas 20% (em comparação com 80% na Amazônia) de terras privadas são destinadas à conservação (Strassburg et al. 2017). Como resultado, 40% da vegetação natural remanescente pode agora ser legalmente convertida (Soares-Filho et al. 2014). O fogo, apesar de estar associado a vegetação de cerrado, têm efeitos danosos sobre as espécies quando sua origem é antrópica (Verdi et al. 2015). Os incêndios com origem antrópica acontecem com frequência, severidade e intensidade muito maior que no passado (Pivello, 2011) e, diferentemente daqueles deflagrados por raios, têm efeitos danosos sobre as espécies, mesmo aquelas adaptadas ao regime de fogo (Kolbek e Alves, 2008; Mistry, 1998; Pivello, 2011; Verdi et al. 2015). Estes incêndios têm iniciado a partir do uso do fogo na agropecuária, em períodos de festejos locais e feriados, queda de balões ou lapsos com cigarros, por exemplo (Coutinho, 1990; Maurenza et al. 2015; Verdi et al. 2015). Contudo, incêndios criminosos são comuns e, em geral, têm sido realizados como uma forma de protesto em unidades de conservação como, por exemplo, o Parque Nacional da Serra do Cipó (Verdi et al. 2015). A perda e a alteração de habitat no Cerrado também está vinculada a atividade de mineração desenvolvida em vários estados de sua ocorrência (Fernandes et al. 2011, 2014; Jacobi and Carmo, 2008). Na região do Cerrado há dois principais centro de exploração mineral, sendo um deles situado em Goiás onde se destaca o município de Niquelândia (Fernandes et al. 2011) e o outro em Minas Gerais, cuja a região do quadrilátero ferrífero e Espinhaço Meridional concentram a maior parte das atividades (Carmo e Jacobi, 2012; Fernandes et al. 2011, 2014; Jacobi and Carmo, 2008). Nas últimas quatro décadas o Quadrilátero Ferrífero já perdeu milhares de hectares de cangas, pelo menos 40% da área total, devido principalmente ao efeito direto da ocorrência de 46 minas de extração de minério de ferro (Carmo e Jacobi, 2012). Tal atividade tem provocados danos ambientais imensuráveis, dentre eles, o maior desastre ambiental após o rompimento de uma das barragens de rejeitos minerais (Escobar, 2015; Neves et al. 2016). Segundo Fearnside (2001), a soja é muito mais prejudicial do que outras culturas, porque justifica projetos de infra-estrutura de transporte maciço que desencadeia outros eventos que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além do que já é diretamente usado para o seu cultivo. O município de Balsas (MA) com 1314159 ha tem 16,5% de seu território (216862 ha) transformados em convertidos em agricultura de soja. O município de Portelândia (GO) com 55657 ha tem 44,67% de seu território (24865 ha) transformados em convertidos em agricultura de soja (Lapig, 2018).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi anteriormente avaliada como Em Perigo e está incluída no Anexo I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014).