Taxonomic Notes
Descrita em: Martius, C., 1841. Flora 24(2, Beibl.): 78.
Justification
Árvore de até 12 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila, associada à Mata Atlântica, no estado do Rio de Janeiro e, possivelmente, em estados adjacentes como Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, porém sem documentação confirmada pelo especialista botânico M. Gomes. Apresenta distribuição conhecida restrita, EOO=2560 km², AOO=44 km², quatro situações de ameaça e ocorrência exclusiva à fitofisionomia florestal muito fragmentada. O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O Rio de Janeiro resguarda atualmente somente cerca de 18% de remanescentes da Mata Atlântica original, atualmente muito fragmentada (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A série histórica das coletas faz suspeitar um declínio populacional, a última coleta data de 2006. A expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre os maciços da Tijuca e da Pedra Branca constituem intenso vetor de transformação da vegetação nativa (Fernandes et al. 1999). No Parque Nacional da Tijuca, a expansão de áreas de ocupação irregular, o adensamento urbano nas cotas altimétricas mais baixas, a intensificação do fluxo de veículos e pessoas e a proliferação de trilhas não planejadas e não monitoradas nas áreas de borda limítrofes ao Parque (Figueiró e Netto, 2009) representam ameaças à espécie, já que alteram seu ambiente de ocorrência e o impactam de forma descontrolada. No entorno da Reserva Biológica do Tinguá, existem áreas particulares avançando sobre áreas de floresta nativa (Teixeira, 2006). Diante desse cenário, infere-se declínio contínuo em qualidade e extensão de habitat. Assim, Posoqueria palustris foi considerada Em Perigo (EN) de extinção nesta ocasião. Recomendam-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência no estado do Rio de Janeiro, municípios de Nova Friburgo (Pessoa s.n.), Rio de Janeiro (Plowman 10104) e Silva Jardim (Pessoa 1072).
Population Information
Não existem dados sobre a população.
Habitat and Ecology Information
Árvores ou arbustos de 2-12 m de altura ocorrendo no domínio da Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
O município de Silva Jardim com 93754 ha tem 30% de seu território (27346 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018), e 32424 ha de Mata Atlântica que representam 35% da cobertura original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). A expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre o maciço da Tijuca constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem. A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalar-se, geralmente, em lugares mais suscetíveis a problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al. 1999). O Parque Estadual da Pedra Branca encontra-se influenciado por diversas atividades decorrentes da sua proximidade com os grandes centros urbanos, industriais e rurais, que vêm comprometendo a preservação do maciço (Freire et al. 2009; Fernandez, 2009). Por ser situada em área urbana, a Floresta da Tijuca possui diversas estradas pavimentadas que causam efeito de borda e fragmentação da vegetação (Matos, 2007). No Parque Nacional da Tijuca, a expansão de áreas de ocupação irregular, o adensamento urbano nas cotas altimétricas mais baixas, a intensificação do fluxo de veículos e pessoas e a proliferação de trilhas não planejadas e não monitoradas nas áreas de borda limítrofes ao Parque (Figueiró e Coelho Netto, 2009) representam ameaças à espécie, já que alteram seu ambiente de ocorrência e o impactam de forma descontrolada. No entorno da Reserva Biológica do Tinguá existem áreas particulares utilizadas por sitiantes, que buscam lazer e descanso, ou mesmo para fins comerciais. A região da baixada é pouco beneficiada por áreas de lazer. A população a buscar áreas ainda conservadas para banhos de cachoeira e outras formas de lazer e contato com a natureza (Teixeira, 2006).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Presumivelmente Extinta (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004). A espécie foi registrada na Área de Proteção Ambiental da Pedra Branca (US), Área de proteção Ambiental de Macaé de Cima (US), Parque Nacional da Tijuca (PI) e Reserva Biológica Poço das Antas (PI). A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Rio de Janeiro - TER32.