Taxonomic Notes
Descrita em: Flora Neotropica, Monograph 52: 269–270, f. 59E–G. 1990. (26 April 1990) (Flora Neotropica, Monograph). Popularmente conhecida como Massaranduba na Bahia (Alves-Araújo et al. 2019).
Justification
Árvore de até 12 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2019). Popularmente conhecida como Massaranduba, foi documentada em Campo Rupestre, Floresta Estacional Decidual E Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos associados a Caatinga e a Mata Atlântica no estado da Bahia. Apresenta distribuição ampla, EOO=71493 km², AOO=264 km², constante presença em herbários e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral, além de registro em múltiplas fitofisionomias. A área de ocorrência de Pouteria andarahiensis, vem sofrendo acelerada degradação, o que remonta à história das lavras diamantinas e auríferas, associada a diversos fatores que incluem uso intensivo do fogo para abrir pasto para o gado e a expansão de áreas agrícolas nos momentos atuais (Nascimento et al. 2010). Segundo Oldfield et al. (1998), a espécie possui alto valor econômico, sendo a exploração madeireira, portanto, uma potencial ameaça à espécie. A Caatinga, que cobre grande parte da distribuição de P. andarahiensis, encontra-se reduzida atualmente a cerca de metade de sua cobertura vegetal original (Antongiovanni et al. 2018, Marinho et al. 2016). Os ambientes remanescentes, encontram-se sob intensa pressão da extração de madeira, pecuária e caça (Marinho et al. 2016). Infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade do habitat, e considera-se que espécie possa vir a ser ameaçada de extinção em um futuro próximo, caso as mesmas não reduzam ou cessem. Diante desse cenário, portanto, a espécie foi considerada Quase Ameaçada (NT) de extinção. Sua ocorrência em áreas degradadas e o corte seletivo poderão causar declínio de habitat e populacional, diminuindo o número de situações de ameaça para menos de 10, caso as ameaças não sejam controladas, transferindo a espécie para a categoria de ameaça mais restritiva. Recomendam-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois extinções locais podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para a implementação de Planos de Ação Nacional (PAN), em territórios situados ao longo da distribuição conhecida de P. andarahiensis.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2019), com ocorrência no estado da Bahia, municípios de Abaíra (Ganev 1197), Alagoinhas (Jesus 293), Andaraí (Melo 12860), Entre Rios (Jesus 1088), Érico Cardoso (Harley 27545), Ibicoara (Fróes 1020), Itaberaba (França 2658), Jacobina (Bautista 3420), Jequié (Thomas 13878), Lençóis (Costa 1894), Livramento de Nossa Senhora (Harley 26412), Morro do Chapéu (Jardim 4015), Mucugê (Funch 286), Palmeiras (Silva 140), Piatã (Sano CFCR14553), Pindobaçu (Miranda 4336), Rio de Contas (Juchum 115) e Ruy Barbosa (Queiroz 9503).
Population Information
Considerada rara em áreas de cerrado e campo rupestre no município Piatã, Bahia (Hind 4034) e ocasional no município de Andaraí, Bahia (Atkins PCD5637).
Habitat and Ecology Information
Pouteria andarahiensis é uma árvore que pode chegar a 12 metros de altura, endêmica do estado da Bahia, encontrada em florestas sazonais associadas à vegetação de Campos rupestres e Carrasco entre 700-1000 metros de altitude (Pennington 1990, Alves-Araújo et al. 2014). Nos municípios de Palmeiras e Lençóis, ambos localizados na Chapada da Diamantina, é frequentemente encontrada entre rochas ou em afloramentos rochosos (Queiroz 16011, Guedes 7423, Melo PCD1788, Costa PCD1894, Melo 1705, Guedes PCD607, Melo 1300). Possui caule castanho, látex branco abundante, folhas descolores, face abaxial verde-clara e frutos elípticos (Bautista 3420).
Threats Information
A área de ocupação de Pouteria andarahiensis, vem sofrendo acelerada degradação, o que remonta à história das lavras diamantinas e auríferas, associada a diversos fatores que incluem uso intensivo do fogo para abrir pasto para o gado e a expansão de áreas agrícolas nos momentos atuais (Nascimento et al. 2010). Por ser considerada uma espécie de alto valor econômico, a exploração madeireira atua como uma potencial ameaça à espécie (Oldfield et al. 1998). A Caatinga, que cobre grande parte da distribuição da de P. andarahiensis, ocupava originalmente 826.411 km² do território brasileiro, porém atualmente cerca de metade de sua cobertura vegetal foi perdida devido à ocupação humana (Antongiovanni et al. 2018, Marinho et al. 2016). Os ambientes remanescentes, encontram-se sob intensa pressão da extração de madeira, pecuária e caça (Marinho et al. 2016). Apenas 1,75% da área original da Caatinga é protegida por Unidades de Conservação de proteção Integral e 7% por Unidades de Conservação de Uso Sustentável, o que a coloca como um dos biomas menos protegido dentre todos os biomas brasileiros (MMA 2011; Brasil 2018a,b).
Use and Trade Information
As espécies do gênero Pouteria são utilizadas na produção de estacas, esteios, postes, mourões, dormentes e peças de alta resistência (Remade 2019).
Conservation Actions Information
Anteriormente avaliada como Em Perigo (EN) na Lista Vermelha da IUCN (Pires O'Brien 1998). A espécie foi registrada na Área de proteção Ambiental Marimbus/Iraquara (US), Área de proteção Ambiental Serra do Barbado (US), Área de Relevante Interesse Ecológico Serra do Orobó (US), Monumento Natural Cachoeira do Ferro Doido (PI), Parque Estadual do Morro do Chapéu (PI) e no Parque Nacional da Chapada Diamantina (PI). A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Mucugê - TER40 e Território Chapecó - TER22.