Taxonomic Notes
Descrita em: Arch. Jard. Bot. Rio de Janeiro y. 103 (1930). Nome vernáculo: Canela-amarela (Flora do Brasil, 2019)
Justification
Árvore de até 12 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Popularmente conhecida por Canela Amarela, foi documentada em Floresta Ombrófila, associada à Mata Atlântica, nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição relativamente ampla, porém restrita a fitofisionomia florestal muito fragmentada, cinco situações de ameaça, considerando-se as regiões geográficas em que foi documentada, e AOO=72 km². A fragmentação de ecossistemas é a maior alteração ambiental causada pelo homem na baixada costeira fluminense, tendo como uma das ameaças o plantio e a extração de madeira (Carvalho et al. 2004). Os remanescentes de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro, correspondem a 18,38% da área original do bioma no estado (SOS Mata Atlântica e INPE, 2011). A região Metropolitana do Rio de Janeiro apresenta a segunda maior concentração de veículos, de indústrias e de fontes poluentes da atmosfera do país (MMA e ICMBio, 2008). Em partes da Serra do Mar de São Paulo encontra-se vegetação alterada por conta da poluição oriunda do município de Cubatão, localizado no sopé da serra. Em especial, as áreas mais afetadas são o vale do Rio Mogi, junto a vila de Paranapiacaba e os Parques Represa Billings, Parque Miami e Jardim Riviera (PMSA, 2008). O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam somente 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. Restam entre 10%-18% da Mata Atlântica original nos estados em que a espécie foi documentada (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Minas Gerais lidera o ranking do desmatamento dos estados que integram a Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Diante desse cenário, infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade do habitat. Assim, Panopsis multiflora foi considerada Em Perigo (EN) de extinção novamente. Recomendam-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Minas Gerais, Municípios de Barão de Cocais (Luz 179), Conceição do Mato Dentro (Neto 5389), Ouro Preto (Badini S/N), Santo Antônio do Itambé (Anderson 35706); Rio de Janeiro, Municípios de Nova Friburgo (Glaziou 20469), Petrópolis (Martinelli 9231), Rio de Janeiro (Baez 590); São Paulo, Município de Santo André (Kühn 159).
Population Information
Não existem dados sobre a população.
Habitat and Ecology Information
Árvore com 10 a 12 m de altura (Reitz 6163) e ocupa a Floresta Ombrófila da Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
A fragmentação de ecossistemas é a maior alteração ambiental causada pelo homem na baixada costeira fluminense, tendo como uma das ameaças o plantio e a extração de madeira (Carvalho et al. 2004). Os remanescentes de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro, correspondem a 18,38% da área original do bioma no estado (SOS Mata Atlântica e INPE, 2011). A região Metropolitana do Rio de Janeiro apresenta a segunda maior concentração de veículos, de indústrias e de fontes poluentes da atmosfera do país (MMA e ICMBio, 2008). Em partes da Serra do Mar de São Paulo encontra-se vegetação alterada por conta da poluição oriunda do município de Cubatão, localizado no sopé da serra. Em especial, as áreas mais afetadas são o vale do Rio Mogi, junto a vila de Paranapiacaba e os Parques Represa Billings, Parque Miami e Jardim Riviera (PMSA, 2008). A ameaça de rompimento de barragem em Barão de Cocais (MG) aterroriza população. A cidade de Ouro Preto foi fundada e desenvolvida a partir do descobrimento de depósitos de ouro aluvionar no final do século XVII, tendo rapidamente se tornado o segundo maior centro populacional na América Latina e a capital da província de Minas Gerais. O auge da corrida do ouro ocorreu durante os primeiros quarteis do século XVIII com intensas atividades mineradoras subterrâneas e a céu aberto, em vales e encostas. A partir do século XIX e início do seculo XX a cidade sofreu um esvaziamento econômico e político devido à mudança da capital do estado para Belo Horizonte. O desenvolvimento retornou em 1950 em Ouro Preto com as atividades de mineração de ferro (Sobreira e Fonseca, 2001). O município de Barão dos Cocais com 34058 ha tem 12,41% de seu território (4230 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Santo Antônio do Itambé com 30574 ha, tem 27% de seu território (8310 ha) utilizado como pastagem (Lapig, 2018). O município de Nova Friburgo com 93341 ha tem 7% de seu território (9207 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Anteriormente avaliada como Vulnerável (VU) segundo a Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004). A espécie foi avaliada como Em Perigo (EN) no Livro Vermelho CNCFlora 2013, e está incluída no Anexo I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Nacional da Tijuca, RJ (Duarte 4849); Estação Biológica Alto da Serra de Paranapiacaba, SP (Kühn 159); Parque Estadual do Itacolomi (Messias et al. s.n.). A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território - 10 (MG), Território 20 e Território 32.