Taxonomic Notes
Descrita em: PhytoKeys 126, 38, 2019.
Justification
Árvore de até 35 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi documentada em Floresta Ombrófila Densa associada a Mata Atlântica presente no estado da Bahia, município de Almadina. Apresenta distribuição conhecida muito restrita, AOO=4 km², uma situação de ameaça, considerando-se sua ocorrência em diminuto fragmento florestal de Mata Atlântica sujeito a vetores de estresse antrópicos semelhantes em intensidade e frequência. Sabe-se que a perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica, onde se estima que restam apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original, com cerca de 42% da área florestal total representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Em Almadina, a Mata Atlântica original está reduzida a cerca de 11% da vegetação nativa original (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019), e não existem Unidades de Conservação de proteção integral na região que garantam a persistência dos fragmentos florestais remanescentes, visto que o estado da Bahia figura entre os sete estados brasileiros que em 2020 ainda apresentam índices inaceitáveis de desmatamento na Mata Atlântica (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Dadas as poucas informações, Guatteria attenuata poderia ser considerada como Dados Insuficientes (DD); entretanto, adotando-se o princípio da precaução diante do aumento vertiginoso dos índices de desmatamento no estado, infere-se o declínio contínuo em EOO, AOO, extensão e qualidade de habitat, no número de situações de ameaça e no número de indivíduos maduros. Assim, a espécie foi considerada Criticamente em Perigo (CR) de extinção nesta ocasião.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado da Bahia - no município Almadina.
Population Information
Não existem dados sobre a população.
Habitat and Ecology Information
Árvore de até 35 m, ocorrendo no bioma da Mata Atlântica, associada à Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). O município de Almadina com 25111 ha tem 10,8% de seu território (2742 ha) preservado com vegetação nativa (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O Atlas da Mata Atlântica indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos, mas, a pesar dos resultados positivos, o estado da Bahia ainda mantém índices inaceitáveis de desmatamento. O relatório aponta que no último ano foram destruídos 11.399 hectares (ha), ou 113 km², de áreas de Mata Atlântica acima de 3 hectares nos 17 estados do bioma. No ano anterior, o desmatamento tinha sido de 12.562 hectares (125 km²).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Área de Proteção Ambiental Lagoa Encantada (US). Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, busca pela espécie em áreas protegidas com habitat potencial) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, poisas pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem levá-la a extinção.