Descrita em: Bulletin du Muséum National d'Histoire Naturelle, Section B, Adansonia. sér. 4, Botanique Phytochimie 13(3–4): 147. 1991.

Árvore com até 8 m, não é endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020); no Brasil, foi registrada em Floresta Ombrófila associada à Amazônia presente nos estados do Amapá, município de Oiapoque, e Pará, municípios de Oriximiná e Terra Santa. Apresenta distribuição conhecida restrita; entretanto, é conhecida por poucas coleções além do material-tipo e somente por duas subpopulações, o que indica que sua distribuição ainda seja pouco compreendida. Desde sua última documentação (2007), pouco se avançou em relação ao seu estado de conhecimento. Assim, diante da carência de dados geral e pelo fato da espécie ter sido descrita a partir de material coletado em uma região onde esforços de coleta são considerados insuficientes e grandes extensões de habitat potencial para sua ocorrência ainda predominam na paisagem, a espécie foi considerada como Dados Insuficientes (DD) neste momento. São necessárias pesquisas adicionais para determinar se esta espécie é pouco coletada, naturalmente rara ou ou se está experimentando declínio populacional efetivo. Estudos direcionados buscando encontrar a espécie na localidade típica e em outras localidades próximas fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional e assim possibilitar uma robusta avaliação de seu risco de extinção, urgente diante do aumento dos vetores de pressão que se apresentam para sua região de ocorrência, principalmente na região do rio Trombetas (Andrade, 2011; Charity et al., 2016; Lapig, 2020; Silva-Junior et al., 2018).

A espécie ocorre no Brasil e também nas Guianas, mas tem uma distribuição bem restrita a essa região norte da América do Sul (Garcia, F.C.P. comunicação pessoal, 2020). No Brasil com a seguinte distribuição: Amapá, Oiapoque; Pará, Oriximiná e Terra Santa.

Não existem dados populacionais.

Árvore de até 8 metros de altura. A espécie ocorre na Amazônia, em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2020).

Desde a década de 1960, a expansão de estradas, barragens e grandes projetos de mineração levaram a um intenso processo de ocupação regional que já levou cerca de 20% das florestas originais associadas ao bioma Amazônia no Brasil, e causaram conflitos sociais recorrentes (Becker, 2004; Hecht, 2011; Silva, 2015; Souza et al., 2015). De 1988 a 2015, 413505 km² de florestas na região foram substituídos por outros tipos de uso da terra (INPE, 2015). Em 2004, o desmatamento chegou a 27772 km², o que levou o governo brasileiro a elaborar um plano de longo prazo para controlar o desmatamento e afastar a região do modelo de fronteira tradicional para um plano de desenvolvimento mais centrado na conservação (Hecht, 2011). O estado do Pará é atualmente um dos mais geodiversos do Brasil e do mundo. A qualidade e o tamanho da classe mundial de seus depósitos - ferro, bauxita, manganês, cobre e níquel - sustentam essa afirmação. A mineração de metal é um dos setores mais fortes e promissores da economia paraense e é capaz de promover o crescimento econômico regional (Enríquez e Drummond, 2007). A floresta amazônica perdeu 17% de sua cobertura florestal original, 4,7% somente entre 2000 e 2013, principalmente devido à atividades oriundas da infraestrutura rodoviárias (Charity et al., 2016). Silva-Junior et al. (2018) mostraram que a suscetibilidade da paisagem aos incêndios florestais aumenta no início do processo de desmatamento. Em geral, seus resultados reforçam a necessidade de garantir baixos níveis de fragmentação na Amazônia brasileira, a fim de evitar a degradação de suas florestas pelo fogo e as emissões de carbono relacionadas. A redução do passivo florestal decorrente da última modificação do Código Florestal aumenta a probabilidade de ocorrência de degradação florestal pelo fogo, uma vez que permite a existência de áreas com menos de 80% de cobertura florestal, contribuindo para a manutenção de altos níveis de fragmentação. Os mesmo autores prevêem que a degradação florestal por fogo continuará a aumentar na região, especialmente à luz do relaxamento da lei ambiental mencionada e seus efeitos sinérgicos com mudanças climáticas em curso. Tudo isso pode afetar os esforços para reduzir as emissões do desmatamento e da degradação florestal (REDD). Esses autores indicam que ações para prevenir e gerenciar incêndios florestais são necessárias, principalmente para as propriedades onde existem passivos florestais que são compensados em outras regiões. O município de Terra Santa (PA) com 189650ha, possui 11% (20220ha) do seu território convertido em áreas de pastagem (Lapig, 2020). A Bacia do Rio Trombetas, localizada no município de Oriximiná, apresenta grande potencial hidrelétrico, sofrendo grande influência do governo federal que prevê em seu Plano Nacional de Energia a exploração dos rios Trombetas e Erepecuru para fins de geração de energia hidrelétrica. Os estudos já realizados na bacia projetam 15 empreendimentos hidrelétricos, estando 13 deles com estudos de inventário iniciados, um com estudo de viabilidade e um com projeto básico. Segundo o Plano Nacional de Energia 2030, a previsão de área total a ser inundada por tais hidrelétricas somaria 5530 quilômetros quadrados, afetando significativamente as terras quilombolas da região (Andrade, 2011).

Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.

A espécie foi registrada na seguintes Unidade de Conservação: Reserva Biológica do Rio Trombetas e na Floresta Nacional de Saracá-Taquera.