Taxonomic Notes
Descrita em: Flora 58, 452, 1875.
Justification
Árvore ou arbusto de até 5 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi documentada em Floresta Semcidecidual e Ombrófila, associadas à Mata Atlântica presente nos estados do Espírito Santo (ES), municípios Colatina, Marilândia e Santa Leopoldina, Minas Gerais, municípios Alto Caparaó e Pedra Dourada, e no Rio de Janeiro (RJ), município de Nova Friburgo. Apresenta distribuição restrita à fitofisionomias florestais severamente fragmentadas, área de ocupação (AOO) de 24 km², e cinco situações de ameaça, considerando-se a incidência distinta em intensidade, frequência e cronologia de vetores de pressão nas extremidades de sua extensão de ocorrência (EOO) conhecida. A espécie foi registrada no estado do Rio de Janeiro somente pelo material-tipo, coletado por Riedel no município de Macaé em meados do século XIX. Macaé possuí cerca de 44% de sua extensão territorial total convertida em áreas de pastagens (Lapig, 2020), e somente 24% da Mata Atlântica original resite atualmente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2011), a maioria dos fragmentos legalmente desprotegidos. O processo histórico de conversão de áreas naturais em pastagens também promoveu reduções entre 13% e 54% nos outros municípios em que a espécie foi documentada (Lapig, 2020), evidenciando a severidade da fragmentação florestal dentro da EOO conhecida de Chomelia tristis. A espécie não possuí subpopulações conhecidas dentro dos limites de nenhuma Unidade de Conservação, e claramente existe a necessidade de melhorar a proteção de habitat nos locais onde se sabe que ela ocorre. Diante deste cenário, portanto, infere-se o declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão de habitat e no número de situações de ameaça. Assim, C. tristis foi considerada Em Perigo (EN) de extinção nesta ocasião.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Espírito Santo — nos municípios Colatina, Marilândia e Santa Leopoldina —, no estado de Minas Gerais — nos municípios Alto Caparaó e Pedra Dourada —, e no estado do Rio de Janeiro — no município Macaé.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore ou arbusto de até 5 m de altura, ocorrendo em Floresta Semcidecidual e Ombrófila, associada à Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Os municípios Alto Caparaó (MG), Colatina (ES), Macaé (RJ), Marilândia (ES), Pedra Dourada (MG) e Santa Leopoldina (ES) possuem, respectivamente, 12,81% (1328,4 ha), 54,11% (76669,1 ha), 44,81% (54460,8 ha), 34,4% (10630,2 ha), 27,74% (1941,4 ha) e 19,48% (13985,9 ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). O alto grau de desmatamento da Floresta Atlântica, faz com que os inselbergues percam seus atributos de ilhas. É possível perceber a presença de espécies invasoras que se estabelecem por diversos mecanismos como a abertura de estradas e de clareiras como vias de acesso. Espécies exóticas como Melinis repens (Willd.) Zizka e Melinis minutiflora P. Beauv. já se estabeleceram em diversos inselbergs do Leste Brasileiro. Para proteger esta flora diversa e singular é preciso integrar este ecossistema em todos os planos de ação para a conservação (Porembski et al. 1998). Os municípios de ocorrência da espécie apresentam significante redução da vegetação original. Os remanescentes florestais representam 17,5% do território do município do Rio de Janeiro, 24% de Macaé, 29% Petrópolis, 30% de Piraí, 32% de Duque de Caxias, 34,5% de Magé, 38% de Nova Iguaçú, 42% de Rio Claro e 76,5% de Paraty (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2011).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al. 2018), e pode ser considerada um táxon prioritário para o empreendimento de buscas direcionadas em campo no território fluminense, já que pode estar extinta localmente. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, busca pela espécie em áreas protegidas com habitat potencial de ocorrência) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.