Taxonomic Notes
Descrita em: Syst. Bot. 42(4), 689, 2017. Popularmente conhecida como folha-de-serra em Minas Gerais (Biral e Lombardi, 2020).
Justification
Arvoreta com até 2 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado da Bahia, Aurelino Leal, e no estado de Minas Gerais, município Januária. Ocorre na Caatinga e Mata Atlântica, em Caatinga (stricto sensu), Floresta Estacional Decidual e Floresta Estacional Semidecidual (Biral e Lombardi, 2020). Apresenta área de ocupação (AOO) de 20 km² e três a quatro situações de ameaças. A constante expansão de estradas é um fator que contribui para a perda de biodiversidade e degradação florestal na Caatinga, uma vez que criam novas bordas em áreas de vegetação contínua, facilitando o acesso da colonização humana (Antongiovanni, 2017, Joly et al., 2019). Toda a paisagem da Caatinga é cortada por uma grande rede de estradas pavimentadas e não pavimentadas, e as distâncias para o interior remanescente são relativamente curtas, toda a área seca da Caatinga é potencialmente suscetível às perturbações por atividades antrópicas (Antongiovanni et al., 2018). Os municípios Aurelino Leal (BA) e Januária (MG) possuem, respectivamente, 40,17% (17889,6ha) e 17,16% (114346,9ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). Diante das ameaças vigentes e principalmente pelos poucos e diminutos remanescentes florestais na Mata Atlântica e na Caatinga, infere-se o declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e número de situações de ameaças. Assim, Monteverdia horrida foi considerada Em Perigo (EN) de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — no município Aurelino Leal —, e no estado de Minas Gerais — no município Januária.
Population Information
A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada rara (Leonardo Biral, comunicação pessoal, 2020).
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 2 m de altura. Ocorre na Caatinga e Mata Atlântica, em Caatinga (stricto sensu), Floresta Estacional Decidual e Floresta Estacional Semidecidual (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
As ocupações urbanas das cidades de Januária e Itacarambi, notoriamente, constam de ausência de infra-estrutura de saneamento básico, informação esta revelada nas análises de água efetuadas em dois pontos do rio São Francisco e nos dados estatísticos de cada município. Com relação às vilas rurais, estas ocasionam impactos nos recursos hídricos, considerando-se os seguintes aspectos: uso do solo sem práticas agrícolas adequadas, inclusive de Áreas de Proteção Permanente (APP) dos rios Peruaçu e São Francisco, ocasionando carreamento de material inconsolidado (erosão laminar) para a calha dos rios, propiciando o assoreamento, uso dos recursos hídricos para abastecimento e para irrigação, sem licença, ocasionando retirada excessiva, uso de agrotóxicos nas plantações adjacentes aos corpos d'água, bem como em outras áreas, sendo parte dos químicos carreados pelas águas das chuvas e pelas águas subterrâneas para os cursos d'água principais, ausência de sistema de tratamento de esgoto e instalação inadequada de fossas sépticas, permitindo a condução de coliformes fecais para os cursos d'água e aquíferos subterrâneos, agravando o quadro de endemias como a esquistossomose (ICMBio, 2005). Em nível regional, o principal projeto agrícola do entorno é o Distrito de Irrigação do Jaíba (DIJ), na margem direita do rio São Francisco, a jusante do rio Peruaçu. Trata-se de uma área com cerca de 100.000 ha, ocupando principalmente a planície sanfranciscana, onde a cobertura vegetal original, formada por caatingas arbóreas e florestas deciduais, foi derrubada para dar lugar à agricultura irrigada, com predominância de plantio de banana Musa sp. Além deste grande projeto, diversas outras iniciativas privadas têm implantado agricultura irrigada por pivôs em áreas próximas ao rio São Francisco. (ICMBio, 2005) A constante expansão de estradas é um fator que contribui para a perda de biodiversidade e degradação florestal na Caatinga, uma vez que criam novas bordas em áreas de vegetação contínua, facilitando o acesso da colonização humana (Antongiovanni, 2017, Joly et al., 2019). Toda a paisagem da Caatinga é cortada por uma grande rede de estradas pavimentadas e não pavimentadas, e as distâncias para o interior remanescente são relativamente curtas, toda a área seca da Caatinga é potencialmente suscetível às perturbações por atividades antrópicas (Antongiovanni et al., 2018). Silva e Barbosa (2017), estimam que as estradas impactam 346267 km² ou 37,9% da região, sendo que por ecorregião, variou de 22,4% nas Dunas do São Francisco a 45,6% na Chapada da Diamantina. Costa et al. (2019) confirmaram pela primeira vez os efeitos à biodiversidade, ocasionado pela construção e pavimentação de rodovias, bem como o tráfego intenso de veículos no Bioma da Mata Atlântica, que podem se estender por muitos metros além da estrada, tendo efeito direto na mortalidade e diversidade das espécies no fragmento. Os municípios Aurelino Leal (BA) e Januária (MG) possuem, respectivamente, 40,17% (17889,6ha) e 17,16% (114346,9ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). O município de Aurelino Leal com 45775 ha possui 902 ha que representam 2% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Cavernas do Peruaçu e Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação e conservação ex situ) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.