Taxonomic Notes
Descrita em: Fl. Bras. (Martius) 6(5), 62, 1881.
Justification
Árvore de altura desconhecida, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi documentada em Floresta de Igapó e de Terra Firme associadas à Amazônia presente nos estados do Amazonas (AM), município de Manaus, e no Pará (PA), município de Santarém. Apresenta distribuição conhecida restrita a poucas coletas, área de ocupação (AOO) de 8 km² e duas situações de ameaça, considerando-se sua ocorrência conhecida em dois municípios distintos e sujeitos a vetores de estresse que variam em intensidade e frequência. Entretanto, é conhecida somente por dois materiais, a última coleta realizada há cerca de 50 anos em região onde esforços de coleta ainda são considerados insuficientes e predomina na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência potencial em estado prístino. Assim, diante da carência de dados geral, Ixora rufa foi considerada como Dados Insuficientes (DD) neste momento.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Amazonas — no município Manaus —, e no estado do Pará — no município Santarém.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore de altura desconhecida, ocorrendo em Floresta de Igapó e de Terra Firme (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Com uma alta densidade demográfica (41 hab. por ha), na zona Norte de Manaus o crescimento populacional tem sido o principal responsável pela degradação ambiental que a mesma vem sofrendo. A construção de conjuntos habitacionais pelo poder público e privado é um dos principais responsáveis pelo desmatamento verificado nos últimos 18 anos. Mas sua proximidade com a Reserva Adolpho Ducke há uma grande preocupação, pois os estudos mostram que a Reserva sofre grande pressão devido ao surgimento cada vez mais intenso de ocupações irregulares em seu entorno (Nogueira et al. 2007). O crescimento urbano de Manaus foi o maior da região Norte, sendo considerada hoje o 12º maior centro urbano do país, e uma metrópole regional, com 1.644.690 habitantes. Nos últimos dez anos, Manaus, foi dentre os municípios mais populosos do Brasil, o que apresentou a maior taxa média geométrica de crescimento anual (Nogueira et al. 2007). A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Amazônia brasileira, ocorre desmatamentos para criação de gado em grande escala (Joly et al. 2019). Com ca. 330 milhões de hectares, a Amazônia brasileira possuia, em 2014, 42.427.000 ha (12,8%) de sua extensão convertidos em pastagens (TerraClass, 2020). Em 2018, as pastagens já ocupavam entre ca. 46.209.888 ha (14%) (Lapig, 2020) e 53.431.787 ha (16,1%) (MapBiomas, 2020). Aproximadamente 60-62% de todas as terras desmatadas na Amazônia brasileira são cobertas por pastagens, colocando a criação de gado em evidência como um dos principais impulsionadores do desmatamento (Almeida et al. 2016, Carvalho et al. 2020). Fora o impacto causado pela conversão de áreas, vários estudos com foco na ocorrência de incêndios no Brasil destacam que, atualmente, a Amazônia e o Cerrado apresentam os maiores números de eventos de incêndios relacionados principalmente a práticas de conversão da vegetação natural em pastagem, o que gera outros impactos diretos relacionados às atividades pecuárias (Davidson et al. 2012, MCTI 2016, Joly et al. 2019). O chorume gerado do aterro sanitário da cidade de Manaus, contem alta concentração dos metais pesados (Zn, Co, Ni, Cu, Fe, e Pb). Este chorume contamina os corpos hídricos da Bacia do Tarumã-Açu causando impacto ambiental. Segundo Santana e Barroncas (2007) a alta concentração destes metais pesados está muito acima dos valores permitidos pela resolução 357/2005 do CONAMA.
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Estudos direcionados a revisar material não determinado depositados em herbários regionais podem revelar novos registros de ocorrência para a espécie, assim como buscas específicas buscando encontrar a espécie na localidade típica e em outras localidades próximas e/ou com ocorrência potencial. Tais estudos fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional, e assim possibilitar uma robusta avaliação regional de seu risco de extinção, urgente diante do aumento dos vetores de pressão que se apresentam para sua região de ocorrência conhecida (Almeida et al. 2016; Lapig, 2020; Nogueira et al. 2007).