Taxonomic Notes
Descrita em: Brittonia 72, 20, 2020.
Justification
Arbusto de até 2 m de altura, endêmica do Brasil, ocorrendo em Floresta Estacional Semidecidual, associada à Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2020). A espécie ocorre somente no município de Santa Maria de Jetibá, no estado do Espírito Santo. Apresenta distribuição restrita, com extensão de ocorrência (EOO) de 4km², área de ocupação (AOO) de 4 km² e uma situação de ameaça. O município de Santa Maria de Jetibá está localizado na região serrana do Espírito Santo. Martinelli et al. (2012) realizaram um estudo de uso e cobertura do solo. Os resultados apresentados mostram que 23,05% da área é ocupada por cultivos agrícolas, e só 9,32% da área são dedicados à pastagem. 67,47% da área correspondem à cobertura vegetal. Em Santa Maria de Jetibá o uso do solo está diretamente relacionado à declividade e à altitude, de modo que há um predomínio de cobertura florestal na paisagem em geral do município (Martinelli et al. 2012). O município de Santa Maria de Jetibá (ES) possui 6,28% (4620 ha) do seu território convertido em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). E ainda, Santa Maria de Jetibá (ES) possui 17,14% (12601,9ha) do seu território convertido em áreas de pastagem (Lapig, 2020). Diante desse cenário, portanto, infere-se o declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat, AOO e EOO. Assim, Didymopanax racemiferus foi avaliada como Criticamente em Perigo (CR) de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Espírito Santo — no município Santa Maria de Jetibá.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Arbusto de até 2 m de altura, ocorrendo em Floresta Estacional Semidecidual, associada à Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
O município de Santa Maria de Jetibá está localizado na região serrana do Espírito Santo. Martinelli et al. (2012) realizaram um estudo de uso e cobertura do solo. Os resultados apresentados mostram que 23,05% da área é ocupada por cultivos agrícolas, e só 9,32% da área são dedicados à pastagem. 67,47% da área correspondem à cobertura vegetal. Em Santa Maria de Jetibá o uso do solo está diretamente relacionado à declividade e à altitude, de modo que há um predomínio de cobertura florestal na paisagem em geral do município (Martinelli et al. 2012). O município de Santa Maria de Jetibá (ES) possui 6,28% (4620ha) do seu território convertido em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuária é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (SOS Mata Atlântica, 2020). Em levantamentos relativos a 2018, as áreas de pastagens ocupavam entre ca. 39.854.360 ha (30,4% da AALMA) (Lapig, 2020) e ca. 50.975.705 ha (39% da AALMA), dentre os quais 36.193.076 ha foram classificados como pastagens e 14.782.629 ha como Mosaico de Agricultura ou Pastagem (MapBiomas, 2020). Na Mata atlântica, a partir de 2002 foi registrado um decréscimo das áreas ocupadas por pastagens como decorrência da intensificação da pecuária (Parente et al., 2019). Apesar disso, esses autores verificaram a expansão de áreas ocupadas por atividades agricultura de larga escala (cana-de-açúcar e soja), que ocupa espaços antes destinados à pecuária mais extensiva. O município Santa Maria de Jetibá (ES) possui 17,14% (12601,9ha) do seu território convertido em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Espírito Santo - 33 (ES). Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação e estabelecimento de Unidades de Conservação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza.