Taxonomic Notes
Descrita em: Brittonia 71(1), 65, 2018. É reconhecida pelas folhas sésseis a subsessis, estrutura cimosa unilateral e um anel de tricomas na garganta do tubo do cálice. Assemelha-se a Hyptidendron unilaterale e Hyptidendron albidum Harley & Antar por ter inflorescências cimosas unilaterais e bases foliares cordadas a arredondadas. Hyptidendron albidum difere de Hyptidendron roseum por folhas pecioladas, ausência de um anel de tricomas ao redor da garganta das corolas e um indumento de tricomas dendróides brancos. Hyptidendron unilaterale difere de H. roseum pelas folhas pecioladas, ausência de um anel de tricomas ao redor da garganta da corola e um indumento composto de minúsculos tricomas estipitado-glandulares e longos tricomas unisseriados não glandulares (Antar et al., 2019).
Justification
Árvore ou arbusto com até 3,5 m de altura (Antar et al., 2019), endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado de Goiás, município Cavalcante. Ocorre no Cerrado, em Campo Rupestre (Flora do Brasil, 2020). Apresenta extensão de ocorrência (EOO) de 4 km², área de ocupação (AOO) de 4 km² e uma situação de ameaça. No cerrado goiano, um grande desmatamento está ocorrendo sem considerar os inúmeros impactos que possam causar na sobrevivência da fauna e flora, por causa da produção agropecuarista na região (Silva, 2010). No município de Cavalcante, no estado de Goiás, há atividade agrícola em expansão (Lara et al., 2007). O município Cavalcante (GO) possui 7,31% (50837,9ha) do seu território convertido em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). No município de Cavalcante, no estado de Goiás, devido à atividade agrícola em expansão, há intensa utilização do fogo para preparação das terras para o cultivo, podendo acarretar incêndios descontrolados causando prejuízos a biodiversidade (Lara et al., 2007). A região da Chapada dos Veadeiros também sofre com essa ameaça (Fiedler et al., 2006). Diante o cenário de ameaças vigentes infere-se o declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e situações de ameaça. Assim, Hyptidendron roseum foi avaliada como Criticamente em Perigo (CR) de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado de Goiás — no município Cavalcante.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore ou arbusto com até 3,5 m de altura (Antar et al., 2019). Ocorre no Cerrado, em Campo Rupestre (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
O Cerrado contém extensas áreas em condições favoráveis à agricultura intensiva e à pecuária extensiva, sendo cerca de 40% da área convertida para estes usos (Rachid et al., 2013). A expansão agrícola no Cerrado vem sendo estimulada por diversos incentivos governamentais, tais como os programas de biocombustíveis e desenvolvimento do Cerrado, ou de assistência técnica (Bojanic, 2017, Fearnside, 2001, Gauder et al., 2011, Koizumi, 2014, Moreddu et al., 2017, Pereira et al., 2012, Rachid et al., 2013, Ratter et al., 1997), a fim de suprir a crescente demanda do mercado internacional (Gauder et al., 2011, Pereira et al., 2012). Essa região é responsável pela produção de cerca de 49% dos grãos no Brasil (Rachid et al., 2013), em particular a soja, o milho e o algodão (Bojanic, 2017, Castro et al., 2010, Ratter et al., 1997). O Cerrado brasileiro sofreu perdas particularmente pesadas para o avanço da soja (Fearnside, 2001), tendo cerca de 10,5% de sua área ocupada por culturas agrícolas (Sano et al., 2008). Além de ser considerado o celeiro brasileiro devido à produção de grão (Pereira et al., 2012), extensas áreas de Cerrado têm sido ocupadas pela cana-de-açúcar (Castro et al., 2010, Koizumi, 2014, Loarie et al., 2011, Rachid et al., 2013), sendo o Brasil o mais importante produtor de açúcar do mundo (Galdos et al., 2009, Gauder et al., 2011, Pereira et al., 2012). Recentemente, a expansão da produção de cana-de-açúcar no Cerrado tem sido motivada por programas governamentais destinados a promover o setor sucroalcooleiro, especialmente para a produção de agroenergia e bioetanol devido à importância econômica que assumiram no mercado internacional (Gauder et al., 2011, Koizumi, 2014, Loarie et al., 2011, Pereira et al., 2012, Rachid et al., 2013). O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo (Mielnik et al., 2017). Segundo Rachid et al., (2013), as áreas cultivadas nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul cresceram mais de 300% nos últimos 5 anos. Essa expansão ocorre principalmente por meio da substituição de áreas agrícolas estabelecidas (pastagem e campos de soja e milho) por cana-de-açúcar, forçando a expansão dessas atividades sobre novas áreas de floresta ou Cerrado (Castro et al., 2010, Koizumi, 2014, Loarie et al., 2011, Rachid et al., 2013). Ainda, a produção de cana-de-açúcar por muitos anos esteve associada às queimadas dos canaviais realizadas pré-colheita, causando impactos ambientais sobre diferentes componentes do ecossistema (Galdos et al., 2009, Rachid et al., 2013). No cerrado goiano, um grande desmatamento está ocorrendo sem considerar os inúmeros impactos que possam causar na sobrevivência da fauna e flora, por causa da produção agropecuarista na região (Silva, 2010). No município de Cavalcante, no estado de Goiás, há atividade agrícola em expansão (Lara et al., 2007). O município Cavalcante (GO) possui 7,31% (50837,9ha) do seu território convertido em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). No município de Cavalcante, no estado de Goiás, devido à atividade agrícola em expansão, há intensa utilização do fogo para preparação das terras para o cultivo, podendo acarretar incêndios descontrolados causando prejuízos a biodiversidade (Lara et al., 2007). A região da Chapada dos Veadeiros também sofre com essa ameaça (Fiedler et al., 2006).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Área de Proteção Ambiental Pouso Alto e Reserva Particular do Patrimônio Natural Renascer. De acordo com Antar et al. (2019), a espécie pode ser considerada como Criticamente Ameaçada de acordo com os critérios CR B1ab (iii) + 2ab (iii), pois área de ocupação é de apenas 4 km². Todas as coleções foram encontradas dentro de uma unidade de conservação privada denominada Reserva Particular do Patrimônio Natural Renascer. Mesmo assim, Hyptidendron roseum é conhecido apenas em uma localidade, que está sujeita a incêndios descontrolados. As áreas próximas ainda não foram exploradas e também podem conter populações de H. roseum. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Planos de Ação, Cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação e Conservação ex situ) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.