Taxonomic Notes
Descrita em: Syst. Bot. 42(4), 689, 2017.
Justification
Árvore com até 17 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado do Espírito Santo, Cariacica e Santa Teresa, e no estado do Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes, Natividade, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia e Silva Jardim. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Biral e Lombardi, 2020). Apresenta extensão de ocorrência (EOO) de 18039 km² , área de ocupação (AOO) de 96 km² e oito situações de ameaça. Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuárias é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2020). Em levantamentos relativos a 2018, as áreas de pastagens ocupavam entre ca. 39.854.360 ha (30,4% da AALMA) (Lapig, 2020) e ca. 50.975.705 ha (39% da AALMA), dentre os quais 36.193.076 ha foram classificados como pastagens e 14.782.629 ha como Mosaico de Agricultura ou Pastagem (MapBiomas, 2020). Mesmo com registros de coleta de Monteverdia longifolia realizados dentro de Unidades de Conservação de proteção Integral e constante presença em herbários, a espécie apresenta distribuição restrita, menos de cinco situações de ameaça e presença exclusiva em fitofisionomia severamente fragmentada. Diante das ameaças vigentes e principalmente pelos poucos e diminutos remanescentes florestais na Mata Atlântica, infere-se o declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e número de situações de ameaças. Assim, a espécie foi considerada Vulnerável (VU) à extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Espírito Santo — nos municípios Cariacica e Santa Teresa —, e no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Campos dos Goytacazes, Natividade, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia e Silva Jardim.
Population Information
A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada ocasional (Leonardo Biral, comunicação pessoal, 2020).
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 17 m de altura. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
A região de Santa Teresa (ES) até o século passado era coberta por floresta nativa. Com a chegada dos europeus e a colônia, foram priorizando outros usos, em especial o cultivo do café (Mendes e Padovan, 2000). O município de Campos dos Goytacazes (RJ) possui 7,57% (30512ha) do seu território convertido em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). O município de Campos dos Goytacazes (RJ) possui 7,44% (30000ha) do seu território convertido em áreas de cultivo de cana-de-açúcar, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuárias é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (SOS Mata Atlântica, 2020). Em levantamentos relativos a 2018, as áreas de pastagens ocupavam entre ca. 39.854.360 ha (30,4% da AALMA) (Lapig, 2020) e ca. 50.975.705 ha (39% da AALMA), dentre os quais 36.193.076 ha foram classificados como pastagens e 14.782.629 ha como Mosaico de Agricultura ou Pastagem (MapBiomas, 2020). Na Mata atlântica, a partir de 2002 foi registrado um decréscimo das áreas ocupadas por pastagens como decorrência da intensificação da pecuária (Parente et al., 2019). Apesar disso, esses autores verificaram a expansão de áreas ocupadas por atividades agricultura de larga escala (cana-de-açúcar e soja), que ocupa espaços antes destinados à pecuária mais extensiva. Em direção ao interior da Região Hidrográfica, a pecuária é o principal uso do solo, com as pastagens ocupando 51% do seu território. A atividade agrícola, embora diversificada e distribuída diagonalmente ao longo da região, sobressai pelas extensas áreas ocupadas pela monocultura de cana-de-açúcar, especialmente em Casimiro de Abreu e Silva Jardim. Cabe ressaltar ainda que a maior incidência de queimadas coincide com essas áreas de canaviais (Pougy et al., 2018). Os municípios Campos dos Goytacazes (RJ), Cariacica (ES), Natividade (RJ), Rio das Ostras (RJ), Santa Teresa (ES), São Pedro da Aldeia (RJ) e Silva Jardim (RJ) possuem, respectivamente, 67,1% (270572,7ha), 22,94% (6416,5ha), 73,99% (28640,8ha), 53,82% (12277,5ha), 23,05% (15743,6ha), 55,91% (18614,9ha) e 40,63% (38103,4ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). O município de Campos dos Goytacazes com 402670 ha possui 32128 ha que representam 7,9% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Cariacica com 27986 ha possui 6829 ha que representam 24% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Silva Jardim com 93755 ha possui 32424 ha que representam 35% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Santa Teresa com 68316 ha possui 13933 ha que representam 20% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica e INPE - Aqui tem Mata, 2019). Foi registrado na Rebio Poço das Antas 417 números de focos de calor no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2015. (Nunes et al., 2018). Em fevereiro de 2014 ocorreu um grande incêndio e destruiu mais de quatro milhões de metros quadrados de mata da Reserva. Os incêndios são uma das maiores fontes de danos aos ecossistemas presentes em unidades de conservação, principalmente em regiões em desenvolvimento e paisagens dominadas por áreas agrícolas e pastagens (Bontempo et al. 2011). Um dos maiores problemas em Santa Teresa (ES) é a poluição nos rios, recebendo resíduos de atividades agropecuárias e lixos urbanos (Mendes e Padovan, 2002).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João - Mico Leão, Área de Proteção Ambiental do Pico do Goiapaba-Açu, Reserva Biológica Augusto Ruschi e Reserva Biológica de Poço das Antas. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, cumprimento de efetividade de Unidades de Conservação e conservação ex situ) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.