Taxonomic Notes
Descrita em: Brittonia 57(2), 105, 2005. A espécie é morfologicamente semelhante a Remijia asperula Standley, difere principalmente por ter superfícies de lâmina foliar superiores velutinosas (vs. ásperas), flores verdes (vs. brancas) e lóbulos de cálice lanceolados, 6-8 mm de comprimento (vs. triangular, 1-2 mm de comprimento) (Boom, 2005).
Justification
Arbusto ou arvoretas com até 4 m, endêmica do Brasil (Boom, 2005; Flora do Brasil, 2020), foi documentada em Campinarana, Savana Amazônica e Floresta de Terra-Firme associadas à Amazônia no estado do Amazonas, município de Presidente Figueiredo. Apresenta distribuição conhecida restrita, extensão de ocorrência (EOO) de 1272 km², área de ocupação (AOO) de 16 km²; entretanto, é conhecida por poucas coletas válidas, realizadas em sua grande parte de forma esparsa, em região onde esforços de coleta ainda são considerados insuficientes e onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias em estado prístino. Diante da carência geral e da impossibilidade de se suspeitar, estimar ou mesmo inferir uma eventual redução populacional ocasionada por vetores de estresse que tem se amplificado na região, Remijia hubbardiorum foi considerada como Dados Insuficientes (DD) nesta ocasião.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Amazonas — no município Presidente Figueiredo.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Arbustos ou arvoretas de até 4 m de altura, ocorrendo em Florestas de Terra-Firme, associadas à Amazônia (Boom, 2005; Flora do Brasil, 2020). Segundo Boom (2005), além do tipo vegetacional citado, a espécie ocorre também em vegetação sob areia branca e campina fechada.
Threats Information
No município de Presidente Figueiredo a pecuária encontra-se em desenvolvimento, com perspectivas de aumento futuro, particularmente a criação de bovinos. A área ocupada pela agropecuária situa-se ao longo das estradas BR-174, AM240, onde estão implantadas diversas fazendas e com uma predominância de pastagens, e ao longo das vicinais, onde se pratica predominantemente atividades agrícolas (ICMBio, 1997). Desde a década de 1960, a expansão de estradas, barragens e grandes projetos de mineração levaram a um intenso processo de ocupação regional que já levou cerca de 20% das florestas originais associadas ao bioma Amazônia no Brasil, e causaram conflitos sociais recorrentes (Becker, 2004, Hecht, 2011, Silva, 2015, Souza et al. 2015). De 1988 a 2015, 413505 km² de florestas na região foram substituídos por outros tipos de uso da terra (INPE, 2015). Em 2004, o desmatamento chegou a 27772 km², o que levou o governo brasileiro a elaborar um plano de longo prazo para controlar o desmatamento e afastar a região do modelo de fronteira tradicional para um plano de desenvolvimento mais centrado na conservação (Hecht, 2011). O material examinado por Boom (2005) consta que a espécie foi coletada em uma região próxima ao canteiro de obra da Hidrelétrica Balbina, no município de Presidente Figueiredo. Registro constante de atividades ilegais de grande impacto desenvolvidas na maior parte das áreas protegidas da Amazônia foi desenvolvido por Kauano et al. (2017). Os autores encontraram 27 tipos de uso ilegal de recursos naturais que foram agrupados em 10 categorias de atividades ilegais. A maioria das infrações estava relacionada à supressão e degradação da vegetação (37,40%), seguida pela pesca ilegal (27,30%) e atividades de caça (18,20%). Esses resultados demonstram que, embora as Áreas Protegidas (APs) sejam fundamentais para a conservação da natureza na Amazônia brasileira, as pressões e ameaças representadas pelas atividades humanas incluem uma ampla gama de usos ilegais de recursos naturais. A densidade populacional de até 50 km de uma AP é uma variável-chave, influenciando atividades ilegais. Essas ameaças colocam em risco a conservação a longo prazo e ainda são necessários muitos esforços para manter as APs suficientemente grandes e intactas para manter as funções dos ecossistemas e proteger a biodiversidade. Segundo Boom (2005) a espécie foi coletada na margem da estrada Manaus-Caracaraí e (BR-174), estrada Balbina Km 69. No município de Presidente Figueiredo a pecuária encontra-se em desenvolvimento, com perspectivas de aumento futuro, particularmente a criação de bovinos. A área ocupada pela agropecuária situa-se ao longo das estradas BR-174, AM240, onde estão implantadas diversas fazendas e com uma predominância de pastagens, e ao longo das vicinais, onde se pratica predominantemente atividades agrícolas (ICMBio, 1997).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Estudos direcionados a revisar material não determinado depositados em herbários regionais podem revelar novos registros de ocorrência para a espécie, assim como buscas específicas buscando encontrar a espécie na localidade típica e em outras localidades próximas e/ou com ocorrência potencial. Tais estudos fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional, e assim possibilitar uma robusta avaliação de seu risco de extinção.