Descrita em: Ark. Bot. 21A, no. 6, 10, 1927.

Árvore com até 20 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi documentada em Floresta Estacional Semidecidual e Cerradão associados ao Cerrado e Mata Atlântica interiorana presentes no estado do Mato Grosso do Sul, municípios de Corumbá e Miranda. Apresenta especificidade de habitat, área de ocupação (AOO) de 24 km² e quatro situações de ameaça, considerando-se a intensidade, frequência e cronologia de incidência dos vetores de estresse antrópicos documentados nas extremidades e no interior de sua extensão de ocorrência (EOO), integralmente situada no território do estado de Mato Grosso do Sul. Possui especificidade de habitat, menos de cinco situações de ameaça, poucas coletas conhecidas e registros efetuados somente dentro de Unidades de Conservação de uso sustentável, que não confere proteção integral a biodiversidade. Além disso, sabe-se que espécie do gênero Aspidosperma de alcançam porte avantajado são frequentemente retiradas de forma seletiva da natureza pelo seu potencial madeireiro e ampla aplicabilidade na carpintaria em geral, o que pode estar causando declínio no número de situações de ameaça e no número de indivíduos maduros. Estudos apontam que restam apenas 50% da cobertura florestal natural original do Cerrado, e que a taxa de desmatamento tem aumentado, principalmente devido à expansão das indústrias de gado, soja, reservatórios de hidrelétricas e expansão de áreas urbanas, que trazem quase invariavelmente aumento na intensidade e frequência de incêndios florestais (Françoso et al., 2015; Ratter et al., 1997). As taxas de desmatamento no Cerrado (1% por ano) foram 2,5 vezes maiores do que na Amazônia (Strassburg et al., 2017), e atualmente, entre 28-30% dos territórios originais dos municípios em que Aspidosperma occidentale ocorre já se encontram convertidos em áreas de pastagem (Lapig, 2020). Diante deste cenário, portanto, infere-se o declínio contínuo em EOO, AOO, extensão e qualidade de habitat, no número de situações de ameaça e no número de indivíduos maduros. Assim, A. occidentale foi considerada Em Perigo (EN) de extinção nesta ocasião.

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Mato Grosso do Sul — nos municípios Corumbá e Miranda.

A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada como ocasional (Ana Carolina Devides Castello, comunicação pessoal, 2020).

Árvore com até 20 m de altura (Árbocz 838). Ocorre no Cerrado e Mata Atlântica, em Cerrado (lato sensu) e Floresta Estacional Semidecidual (Flora do Brasil, 2020).

Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). Apesar de sua enorme importância para a conservação de espécies e a prestação de serviços ecossistêmicos, o Cerrado perdeu 88 Mha (46%) de sua cobertura vegetal original, e apenas 19,8% permanecem inalterados. Entre 2002 e 2011, taxas de desmatamento no Cerrado (1% por ano) foram 2,5 vezes maiores do que na Amazônia (Strassburg et al., 2017). Estudos apontam que no Cerrado brasileiro restam apenas 50% da cobertura florestal natural. A taxa de desmatamento tem aumentado, principalmente devido à expansão do gado, indústrias de soja, reservatórios de hidrelétricas e expansão de áreas urbanas (Françoso et al., 2015, Ratter et al., 1997). Os municípios Corumbá (MS) e Miranda (MS) possuem, respectivamente, 30,01% (1942073,6ha) e 28,35% (155224,1ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).

Todas as espécies de Aspidosperma têm potencial farmacológico (Ana Carolina Devides Castello, comunicação pessoal, 2020). Todas as espécies de Aspidosperma têm potencial madeireiro (Ana Carolina Devides Castello, comunicação pessoal, 2020).

A espécie foi registrada na seguinte Unidade de Conservação: Reserva Extrativista do Cazumbá-Iracema (US). Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, busca pela espécie em áreas protegidas com habitat potencial de ocorrência) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.