Taxonomic Notes
Descrita em: Reise Bras. (Spix & Mart.) 1, 551, 1823.
Justification
Árvore ou arbusto com até 1,5 m de altura, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado de Minas Gerais, municípios Belo Horizonte, Brumadinho, Caeté, Itabirito, Moeda, Nova Lima e Sabará. Ocorre no Cerrado, em Campo Rupestre (Flora do Brasil, 2020). Apresenta EOO= 904 km², AOO= 32 km² e sete situação de ameaça. Esta espécie está severamente fragmentada. A perda e a alteração de habitat no Cerrado também está vinculada a atividade de mineração desenvolvida em vários estados de sua ocorrência (Jacobi e Carmo, 2008, Fernandes et al. 2011, 2014). Na região do Cerrado há dois principais centro de exploração mineral, sendo um deles situado em Goiás onde se destaca o município de Niquelândia (Fernandes et al. 2011) e o outro em Minas Gerais, cuja região do quadrilátero ferrífero e Espinhaço Meridional concentram a maior parte das atividades (Jacobi e Carmo, 2008, Fernandes et al. 2011, 2014, Carmo e Jacobi, 2012). Nas últimas quatro décadas o Quadrilátero Ferrífero já perdeu milhares de hectares de cangas, pelo menos 40% da área total, devido principalmente ao efeito direto da ocorrência de 46 minas de extração de minério de ferro (Carmo e Jacobi, 2012). Tal atividade tem provocados danos ambientais imensuráveis, dentre eles, o maior desastre ambiental após o rompimento de uma das barragens de rejeitos minerais (Escobar, 2015, Neves et al. 2016). A Serra do Itabirito apresenta áreas com perda irreversível de habitat decorrente de mineração (Carmo, 2010). Somado à perda de habitat pela mineração, o Cerrado contém extensas áreas em condições favoráveis à agricultura intensiva e à pecuária extensiva, sendo cerca de 40% da área convertida para estes usos (Rachid et al. 2013). Os municípios Brumadinho (MG), Caeté (MG), Itabirito (MG), Moeda (MG) e Sabará (MG) possuem, respectivamente, 26,26% (16791,7ha), 10,92% (5924,9ha), 11,56% (6270,8ha), 30,97% (4803,3ha) e 10,42% (3150,7ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). Diante das ameaças vigentes e por não existir registros em Unidades de Conservação, infere-se o declínio contínuo de extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e número de situações de ameaças. Assim, Styrax aureus foi considerada Em Perigo (EN) de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado de Minas Gerais — nos municípios Belo Horizonte, Brumadinho, Caeté, Itabirito, Moeda, Nova Lima e Sabará.
Population Information
A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada frequente (Andressa Cabral e Gerson Oliveira Romão, comunicação pessoal, 2020). Esta espécie está severamente fragmentada.
Habitat and Ecology Information
Árvore ou arbusto com até 1,5 m de altura. Ocorre no Cerrado, em Campo Rupestre (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
A região metropolitana de Belo Horizonte possui uma intensa expansão urbana e, consequentemente, uma conversão acelerada dos ecossistemas naturais. A urbanização é incentivada por investimentos governamentais e privados que ampliam a infraestrutura e aquecem a econômica dos municípios do entorno (Martins et al. 2014). O Cerrado contém extensas áreas em condições favoráveis à agricultura intensiva e à pecuária extensiva, sendo cerca de 40% da área convertida para estes usos (Rachid et al. 2013). A expansão agrícola no Cerrado vem sendo estimulada por diversos incentivos governamentais, tais como os programas de biocombustíveis e desenvolvimento do Cerrado, ou de assistência técnica (Ratter et al. 1997, Fearnside, 2001, Gauder et al. 2011, Pereira et al. 2012, Rachid et al. 2013, Koizumi, 2014, Bojanic, 2017, Moreddu et al. 2017), a fim de suprir a crescente demanda do mercado internacional (Gauder et al. 2011, Pereira et al. 2012). Essa região é responsável pela produção de cerca de 49% dos grãos no Brasil (Rachid et al. 2013), em particular a soja, o milho e o algodão (Ratter et al. 1997, Castro et al. 2010, Bojanic, 2017). O Cerrado brasileiro sofreu perdas particularmente pesadas para o avanço da soja (Fearnside, 2001), tendo cerca de 10,5% de sua área ocupada por culturas agrícolas (Sano et al. 2008). Além de ser considerado o celeiro brasileiro devido à produção de grão (Pereira et al. 2012), extensas áreas de Cerrado têm sido ocupadas pela cana-de-açúcar (Castro et al. 2010, Loarie et al. 2011, Rachid et al. 2013, Koizumi, 2014), sendo o Brasil o mais importante produtor de açúcar do mundo (Galdos et al. 2009, Gauder et al. 2011, Pereira et al. 2012). Recentemente, a expansão da produção de cana-de-açúcar no Cerrado tem sido motivada por programas governamentais destinados a promover o setor sucroalcooleiro, especialmente para a produção de agroenergia e bioetanol devido à importância econômica que assumiram no mercado internacional (Gauder et al. 2011, Loarie et al. 2011, Pereira et al. 2012, Rachid et al. 2013, Koizumi, 2014). O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo (Mielnik et al. 2017). Segundo Rachid et al. (2013), as áreas cultivadas nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul cresceram mais de 300% nos últimos 5 anos. Essa expansão ocorre principalmente por meio da substituição de áreas agrícolas estabelecidas (pastagem e campos de soja e milho) por cana-de-açúcar, forçando a expansão dessas atividades sobre novas áreas de floresta ou Cerrado (Castro et al. 2010, Loarie et al. 2011, Rachid et al. 2013, Koizumi, 2014). Ainda, a produção de cana-de-açúcar por muitos anos esteve associada às queimadas dos canaviais realizadas pré-colheita, causando impactos ambientais sobre diferentes componentes do ecossistema (Galdos et al. 2009, Rachid et al. 2013). Os municípios Brumadinho (MG), Caeté (MG), Itabirito (MG), Moeda (MG) e Sabará (MG) possuem, respectivamente, 26,26% (16791,7ha), 10,92% (5924,9ha), 11,56% (6270,8ha), 30,97% (4803,3ha) e 10,42% (3150,7ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). A Serra do Itabirito apresenta áreas com perda irreversível de habitat decorrente de mineração (Carmo, 2010). As atividades de mineração na Serra do Itabirito remontam ao ciclo do ouro do século XVIII, com um aproveitamento incipiente das imensas reservas de minério de ferro, através de fábricas de ferro de pequeno porte, uma das quais localizada ao sul do Pico de Itabira, próxima à localidade de Pires. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), no âmbito federal, registrou o tombamento do Pico de Itabira em 26 de junho de 1962, o mesmo foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG) em 1989. A Minerações Brasileiras Reunidas SA (MBR) limitou, a partir de 1989, as atividades de lavra à parte externa do perímetro tombado pelo IEPHA – MG (Rosière et al. 2005). A perda e a alteração de habitat no Cerrado também está vinculada a atividade de mineração desenvolvida em vários estados de sua ocorrência (Jacobi e Carmo, 2008, Fernandes et al. 2011, 2014). Na região do Cerrado há dois principais centro de exploração mineral, sendo um deles situado em Goiás onde se destaca o município de Niquelândia (Fernandes et al. 2011) e o outro em Minas Gerais, cuja região do quadrilátero ferrífero e Espinhaço Meridional concentram a maior parte das atividades (Jacobi e Carmo, 2008, Fernandes et al. 2011, 2014, Carmo e Jacobi, 2012). Nas últimas quatro décadas o Quadrilátero Ferrífero já perdeu milhares de hectares de cangas, pelo menos 40% da área total, devido principalmente ao efeito direto da ocorrência de 46 minas de extração de minério de ferro (Carmo e Jacobi, 2012). Tal atividade tem provocados danos ambientais imensuráveis, dentre eles, o maior desastre ambiental após o rompimento de uma das barragens de rejeitos minerais (Escobar, 2015, Neves et al. 2016).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação e conservação in situ e ex situ) a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.