Taxonomic Notes
Descrita em: Molec. Phylogen. Evol. 132, 213, 2018.
Justification
Árvore sem altura máxima definida, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi documentada em Caatinga (stricto sensu) associada à Caatinga presente no estado de Minas Gerais, municípios de Januária, Lontra, Mirabela e Pedras de Maria da Cruz. Apresenta distribuição conhecida restrita, extensão de ocorrência (EOO) de 1082 km², área de ocupação (AOO) de 20 km², quatro situações de ameaça, considerando-se o grau de perturbação associado as extremidades de sua EOO conhecida e o grau de proteção associado a subpopulações específicas, e presença em fitofisionomia fragmentada. A Caatinga ocupava originalmente 826.411 km² do território brasileiro, porém atualmente cerca de metade de sua cobertura vegetal foi perdida devido à ocupação humana (Antongiovanni et al., 2018, Marinho et al., 2016). Os ambientes remanescentes, encontram-se sob intensa pressão da extração de madeira, pecuária e caça (Marinho et al., 2016). Os municípios Januária (MG), Lontra (MG), Mirabela (MG) e Pedras de Maria da Cruz (MG) possuem, respectivamente, 17,16% (114346,9ha), 30,37% (7861,9ha), 26,16% (18917,5ha) e 36,82% (56157,4ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). Adicionalmente, o Distrito de Irrigação do Jaíba (DIJ), na margem direita do rio São Francisco, a jusante do rio Peruaçu, suprimiu a cobertura vegetal original, formada por caatingas arbóreas e florestas deciduais, para dar lugar à agricultura irrigada, com predominância de plantio de banana, além de diversas outras iniciativas privadas que têm implantado agricultura irrigada por pivôs em áreas próximas ao rio São Francisco (ICMBio, 2005). Além disso, a espécie está sujeita aos riscos inerentes à expansão das áreas de pecuária e monocultura às quais estão submetidas a maior parte das áreas de caatinga. Apresenta populações estimadamente pequenas, localizadas em áreas fragmentadas, normalmente em bordos de estradas de chão e rodovias (Márcio L. L. Martins, Comunicação Pessoal, 2020). Diante deste cenário, portanto, infere-se o declínio contínuo em EOO, AOO, extensão e qualidade de habitat, no número de situações de ameaça e no número de indivíduos maduros. Assim, Manihot hahnii foi considerada Em Perigo (EN) de extinção nesta ocasião.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição no estado de Minas Gerais — nos municípios Januária, Lontra, Mirabela e Pedras de Maria da Cruz.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore de altura desconhecida, ocorrendo em Caatinga (stricto senso), associada à Caatinga (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
As ocupações urbanas das cidades de Januária e Itacarambi, notoriamente, constam de ausência de infra-estrutura de saneamento básico, informação esta revelada nas análises de água efetuadas em dois pontos do rio São Francisco e nos dados estatísticos de cada município. Com relação às vilas rurais, estas ocasionam impactos nos recursos hídricos, considerando-se os seguintes aspectos: uso do solo sem práticas agrícolas adequadas, inclusive de Áreas de Proteção Permanente (APP) dos rios Peruaçu e São Francisco, ocasionando carreamento de material inconsolidado (erosão laminar) para a calha dos rios, propiciando o assoreamento, uso dos recursos hídricos para abastecimento e para irrigação, sem licença, ocasionando retirada excessiva, uso de agrotóxicos nas plantações adjacentes aos corpos d'água, bem como em outras áreas, sendo parte dos químicos carreados pelas águas das chuvas e pelas águas subterrâneas para os cursos d'água principais, ausência de sistema de tratamento de esgoto e instalação inadequada de fossas sépticas, permitindo a condução de coliformes fecais para os cursos d'água e aquíferos subterrâneos, agravando o quadro de endemias como a esquistossomose (ICMBio, 2005). Ao nível regional, o principal projeto agrícola do entorno é o Distrito de Irrigação do Jaíba (DIJ), na margem direita do rio São Francisco, a jusante do rio Peruaçu. Trata-se de uma área com cerca de 100.000 ha, ocupando principalmente a planície sanfranciscana, onde a cobertura vegetal original, formada por caatingas arbóreas e florestas deciduais, foi derrubada para dar lugar à agricultura irrigada, com predominância de plantio de banana Musa sp. Além deste grande projeto, diversas outras iniciativas privadas têm implantado agricultura irrigada por pivôs em áreas próximas ao rio São Francisco. (ICMBio, 2005) A Caatinga ocupava originalmente 826.411 km² do território brasileiro, porém atualmente cerca de metade de sua cobertura vegetal foi perdida devido à ocupação humana (Antongiovanni et al., 2018, Marinho et al., 2016). Os ambientes remanescentes, encontram-se sob intensa pressão da extração de madeira, pecuária e caça (Marinho et al., 2016). Os municípios Januária (MG), Lontra (MG), Mirabela (MG) e Pedras de Maria da Cruz (MG) possuem, respectivamente, 17,16% (114346,9ha), 30,37% (7861,9ha), 26,16% (18917,5ha) e 36,82% (56157,4ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, garantia de proteção in situ das subpopulações situadas dentro de áreas protegidas) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.