Taxonomic Notes
Descrita em: Recueil Trav. Bot. Néerl. 39, 195, 1942. É reconhecida pelas folhas geralmente 4 ou 5 jugadas, pecíolos dos folíolos laterais do tamanho de sua acúmen, 1/12–1/10 do comprimento dos folíolos (1,25 cm); folhetos com 10–13 pares de seg. nervos, subcoriaceous a coriaceous, inflorescências longas, cerca de duas vezes mais longas que os pecíolos, pedicelos 1% vezes mais longos que as flores, flores 4-meras, pequenas, lobos do cálice diminutos (Swart, 1942). Popularmente conhecida como breu preto.
Justification
Árvore com até 22 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020). Popularmente conhecida como breu preto, foi documentada em Campinarana, Floresta de Terra-Firme e Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) associadas à Amazônia presente no estado do Amazonas, município de Humaitá. Possivelmente ocorre no Parque Nacional do Jaú, onde foi considerada uma espécie frequente nas parcelas fitossociológicas (Ferreira e Prance, 1998, 1999; Swart, 1942). Apresenta distribuição conhecida restrita, extensão de ocorrência (EOO) de 8 km², área de ocupação (AOO) de 8 km² e duas situações de ameaça, considerando-se a única localidade de ocorrência com material de herbário como uma situação de ameça, e sua ocorrência no Parque Nacional do Jaú como outra situação de ameaça. Entretanto, é conhecida por poucas coletas válidas, a última realizada em 1934, em região onde esforços de coleta ainda são considerados insuficientes e onde ainda estão presentes na paisagem fitofisionomias em estado prístino. Diante da carência geral e da impossibilidade de se suspeitar, estimar ou mesmo inferir uma eventual redução populacional ocasionada por vetores de pressão que tem se amplificado na região, a espécie foi considerada como Dados Insuficientes (DD) nesta ocasião. Estudos direcionados a revisar material não determinado depositado em herbários regionais podem revelar novos registros de ocorrência para a espécie, assim como buscas específicas visando encontrar a espécie na localidade típica e em outras localidades próximas e/ou com ocorrência potencial. Tais estudos fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional, e assim possibilitar uma robusta avaliação de seu risco de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Amazonas — no município Humaitá. Possivelmente ocorre no Parque Nacional do Jaú, onde foi considerada uma espécie frequente nas parcelas fitossociológicas (Ferreira e Prance, 1998, 1999; Swart, 1942), no entanto essas ocorrências não são confirmadas.
Population Information
No estudo fitossociológico realizado no Parque Nacional do Jaú por Ferreira e Prance (1998), a espécie apresentou abundância relativa de 5,0 e dominância relativa de 2,8. Em estudo desenvolvido pelos mesmos autores em uma mata primária, no Parque Nacional do Jaú, de 3 ha, a espécie apresentou Índice de Valor de Importância (IVI) de 11,4, frequência relativa de 3,5, densidade relativa de 5,0 e dominância relativa de 2,8 (Ferreira e Prance, 1999). Essas ocorrências não são confirmadas.
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 22 m de altura (Swart, 1942). Ocorre no Amazônia, em Campinaranas, Floresta de Terra-Firme e Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Amazônia brasileira, ocorrem desmatamentos para criação de gado em grande escala (Joly et al., 2019). Com ca. 330 milhões de hectares, a Amazônia brasileira possuia, em 2014, 42.427.000 ha (12,8%) de sua extensão convertidos em pastagens (TerraClass, 2020). Em 2018, as pastagens já ocupavam entre ca. 46.209.888 ha (14%) (Lapig, 2020) e 53.431.787 ha (16,1%) (MapBiomas, 2020). Aproximadamente 60-62% de todas as terras desmatadas na Amazônia brasileira são cobertas por pastagens, colocando a criação de gado em evidência como um dos principais impulsionadores do desmatamento (Almeida et al., 2016, Carvalho et al., 2020). Fora o impacto causado pela conversão de áreas, vários estudos com foco na ocorrência de incêndios no Brasil destacam que, atualmente, a Amazônia e o Cerrado apresentam os maiores números de eventos de incêndios relacionados principalmente a práticas de conversão da vegetação natural em pastagem, o que gera outros impactos diretos relacionados às atividades pecuárias (Davidson et al., 2012, MCTI, 2016, Joly et al., 2019). No município de Humaitá (AM), onde a espécie é encontrada, a agricultura familiar vem cedendo lugar a grandes propriedades dedicadas a atividade pecuária nas cidades Lábrea e Humaitá (Macedo e Teixeira, 2009). No município tem criação de gado, porcos, galinhas, patos e carneiros. (Baraúna, 2009). Na Amazônia, ocorre degradação florestal por conta da mineração (Joly et al., 2019). Desde a década de 1960, a expansão de estradas, barragens e grandes projetos de mineração levaram a um intenso processo de ocupação regional que já levou cerca de 20% das florestas originais associadas ao bioma Amazônia no Brasil, e causaram conflitos sociais recorrentes (Becker, 2004, Hecht, 2011, Silva, 2015, Souza et al., 2015). Em 2004, o desmatamento chegou a 27.772 km², o que levou o governo brasileiro a elaborar um plano de longo prazo para controlar o desmatamento e afastar a região do modelo de fronteira tradicional para um plano de desenvolvimento mais centrado na conservação (Hecht, 2011). Entre 2005 e 2015, a mineração representou 9% do desmatamento na floresta amazônica. Contudo, os impactos da atividade de mineração podem se estender até 70 km além dos limites de concessão da mina, aumentando significativamente a taxa de desmatamento por meio do estabelecimento de infraestrutura (para mineração e transporte) e expansão urbana (Sonter et al., 2017). Estudos recentes indicaram que 15% do bioma Amazônia está potencialmente ocupado por áreas de mineração, podendo chegar a 30% em áreas protegidas (Charity et al., 2016). De acordo com Veiga e Hinton (2002), as atividades de mineração artesanal também têm gerado um legado de extensa degradação ambiental, tanto durante as operações quanto após as atividades cessarem, sendo um dos impactos ambientais mais significativos derivado do uso de mercúrio no garimpo de ouro. No município de Humaitá, o garimpo do ouro representa uma boa parte da renda que garante a sobrevivência de muitos e é uma prática presente há anos nas famílias que vivem nas comunidades ribeirinhas da região (Baraúna, 2009). A exploração do ouro é feita ilegalmente e com uso de mercúrio.
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada no Parque Nacional do Jaú segundo (Ferreira e Prance, 1998, 1999).