Taxonomic Notes
Descrita em: Harvard Pap. Bot. 13(1), 118, 2008. É reconhecida pelas lâminas foliares, pecíolos, e pedicelos revestidos por indumento velutino. Apresenta flores isoladas nas axilas foliares e também dispostas em racemos, seus frutos são cápsulas delgadas, e apresentando uma relação de 1:1 com o ginóforo (Soares Neto e Luber, 2020).
Justification
Árvore sem altura determinada, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi documentada em Caatinga (stricto sensu), Cerrado (lato sensu) e Floresta Estacional Semidecidual associadas a Cerrado e Pantanal presentes nos estados da Bahia, município de Bom Jesus da Lapa, Mato Grosso, município de Poconé, e Mato Grosso do Sul, município de Corumbá. Apresenta distribuição conhecida ampla, extensão de ocorrência (EOO) de 156260 km², porém é reconhecida a partir de poucas coletas, o que reflete em sua área de ocupação (AOO) =12 km². Cynophalla mattogrossensis é conhecida no território nacional por somente quatro coletas, e diversas amostras anteriormente atribuídas ao táxon se mostraram corresponder a outras espécies do gênero. Poderia ser considerada uma espécie de Menor Preocupação (LC), uma vez que o valor de EOO supera vastamente o limiar para categorias de ameaça, não aparenta possuir especifidade de habitat e foi documentada em regiões onde ainda existem na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência potencial em estado prístino e pouco inventariados. Entretanto, diante carência de dados gerais (geográficos, taxonômicos) e da impossibilidade de se suspeitar, estimar ou mesmo inferir com precisão uma eventual redução em área, extensão e qualidade de habitat e no tamanho populacional ocasionada por vetores de pressão que tem se amplificado na região, C. mattogrossensis foi considerada como Dados Insuficientes (DD) nesta ocasião. Estudos direcionados a revisar materiais não determinados depositados em herbários regionais podem revelar novos registros de ocorrência para a espécie, assim como buscas específicas para encontrar a espécie na localidade típica e em outras localidades próximas e/ou com ocorrência potencial. Tais estudos fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional, e assim possibilitar uma robusta avaliação de seu risco de extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — no município Bom Jesus da Lapa —, no estado do Mato Grosso — no município Poconé —, e no estado do Mato Grosso do Sul — no município Corumbá.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore de altura não registrada. Ocorre no Cerrado e Pantanal, em Caatinga (stricto sensu), Cerrado (lato sensu) e Floresta Estacional Semidecidual (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Atividade pecuarista em expansão no entorno dos municípios de Corumbá e Ladários causando degradação ambiental (Silva et al., 2001). Os municípios Bom Jesus da Lapa (BA), Corumbá (MS) e Poconé (MT) possuem, respectivamente, 40,84% (168074,5ha), 30,01% (1942073,6ha) e 17,77% (304997,4ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). O fogo, apesar de estar associado a vegetação de cerrado, têm efeitos danosos sobre as espécies quando sua origem é antrópica (Verdi et al., 2015). Os incêndios com origem antrópica acontecem com frequência, severidade e intensidade muito maior que no passado (Pivello, 2011) e, diferentemente daqueles deflagrados por raios, têm efeitos danosos sobre as espécies, mesmo aquelas adaptadas ao regime de fogo (Kolbek e Alves, 2008, Mistry, 1998, Pivello, 2011, Verdi et al., 2015). Estes incêndios iniciam a partir do uso do fogo na agropecuária, em períodos de festejos locais e feriados, queda de balões ou lapsos com cigarros, por exemplo (Coutinho, 1990, Maurenza et al., 2015, Verdi et al., 2015). Contudo, incêndios criminosos são comuns e, em geral, têm sido realizados como uma forma de protesto em unidades de conservação como, por exemplo, o Parque Nacional da Serra do Cipó (Verdi et al., 2015). Em proporções não antes vistas nos últimos 47 anos, a região do pantanal mato-grossense sofre com queimadas que já fizeram arder 12% de sua extensão. O rastro de destruição afeta duramente o ecossistema da área (Veja, 2020). Em investigação, a Polícia Federal identificou que quase 25 mil hectares dos cerca de 815 mil do Pantanal já foram devastados pelo fogo em 2020. O fogo nesse caso seria para queima da mata nativa para fazer pasto (Morel, 2020). Dados consolidados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostram que os incêndios na região do Pantanal cresceram 210% em 2020, em comparação com o mesmo período do ano de 2019. A região registrou 14.489 focos de calor este ano, contra 4.660 em 2019. O fogo já destruiu uma área de 2,3 milhões de hectares no Pantanal — pouco mais que o território do Estado de Sergipe, ou quase quatro vezes a área do Distrito Federal (BBC, 2020).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information