Taxonomic Notes
Descrita em: Bol. Mus. Paraense Emilio Goeldi, N.S., Bot. 14, 4, 1961.
Justification
Árvore de até 11 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), foi registrada em Campinarana associada à Amazônia presente nos estados do Amazonas (AM), município de Itapiranga, e no Pará (PA), município de Jacareacanga. Apresenta distribuição conhecida restrita a poucas coletas, área de ocupação (AOO) de 8 km² e duas situações de ameaça, considerando-se sua ocorrência conhecida em dois municípios distintos e sujeitos a vetores de estresse que variam em intensidade e frequência. Entretanto, é conhecida somente por quatro materiais, a última coleta realizada em 1979 em região onde esforços de coleta ainda são considerados insuficientes e predominam na paisagem extensões significativas de fitofisionomias de ocorrência potencial em estado prístino. Assim, diante da carência de dados geral, Gleasonia cururuensis foi considerada como Dados Insuficientes (DD) neste momento. Estudos direcionados a revisar material não determinado depositados em herbários regionais podem revelar novos registros de ocorrência para a espécie, assim como buscas específicas buscando encontrar a espécie na localidade típica e em outras localidades próximas e/ou com ocorrência potencial. Tais estudos fazem-se necessários para melhorar o conhecimento sobre sua distribuição e dinâmica populacional, e assim possibilitar uma robusta avaliação regional de seu risco de extinção, urgente diante do aumento dos vetores de pressão que se apresentam para sua região de ocorrência conhecida (MapBiomas, 2020; Oliveira, 2009; TerraClass, 2020).
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Amazonas — no município Itapiranga —, e no estado do Pará — no município Jacareacanga.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore de até 11 m de altura, ocorrendo em Campinarana, associada à Amazônia (Flora do Brasil, 2020).
Threats Information
Dentre as empresas com sede em Toronto, Canadá, está a Junior Company Amerix Precious Metals Corporation, listada na TSX-V:APM e na Frankfurt Stock Exchange (FSE:NJG). A empresa atua exclusivamente na exploração de ouro na Província Mineral do Tapajós onde possui os direitos minerários sobre 2 concessões. O Projeto Vila Porto Rico, prioridade da empresa, situa-se no município de Jacareacanga/PA. O projeto está em fase de sondagem nas principais zonas de mineralizações: Ouro Roxo Norte (Buriti), Ouro Roxo Sul (Pimenteiras), Nova Brasília e Carumbé que juntas abrangem uma área de 20 mil km². O Projeto Limão, localizado a nordeste do Projeto Vila Porto Rico, detém concessões que somam 120 km². O Projeto está dando início à programação de sondagem (Oliveira, 2009). A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Amazônia brasileira, ocorrem desmatamentos para criação de gado em grande escala (Joly et al. 2019). Com ca. 330 milhões de hectares, a Amazônia brasileira possuia, em 2014, 42.427.000 ha (12,8%) de sua extensão convertidos em pastagens (TerraClass, 2020). Em 2018, as pastagens já ocupavam entre ca. 46.209.888 ha (14%) (Lapig, 2020) e 53.431.787 ha (16,1%) (MapBiomas, 2020). Aproximadamente 60-62% de todas as terras desmatadas na Amazônia brasileira são cobertas por pastagens, colocando a criação de gado em evidência como um dos principais impulsionadores do desmatamento (Almeida et al. 2016, Carvalho et al. 2020). Fora o impacto causado pela conversão de áreas, vários estudos com foco na ocorrência de incêndios no Brasil destacam que, atualmente, a Amazônia e o Cerrado apresentam os maiores números de eventos de incêndios relacionados principalmente a práticas de conversão da vegetação natural em pastagem, o que gera outros impactos diretos relacionados às atividades pecuárias (Davidson et al. 2012, MCTI 2016, Joly et al. 2019). Silva-Junior et al. (2018) mostraram que a suscetibilidade da paisagem aos incêndios florestais aumenta no início do processo de desmatamento. Em geral, seus resultados reforçam a necessidade de garantir baixos níveis de fragmentação na Amazônia brasileira, a fim de evitar a degradação de suas florestas pelo fogo e as emissões de carbono relacionadas. A redução do passivo florestal decorrente da última modificação do Código Florestal aumenta a probabilidade de ocorrência de degradação florestal pelo fogo, uma vez que permite a existência de áreas com menos de 80% de cobertura florestal, contribuindo para a manutenção de altos níveis de fragmentação. Os mesmo autores preveem que a degradação florestal por fogo continuará a aumentar na região, especialmente à luz do relaxamento da lei ambiental mencionada e seus efeitos sinérgicos com mudanças climáticas em curso. Tudo isso pode afetar os esforços para reduzir as emissões do desmatamento e da degradação florestal (REDD). Esses autores indicam que ações para prevenir e gerenciar incêndios florestais são necessárias, principalmente para as propriedades onde existem passivos florestais que são compensados em outras regiões. van Marle et al. (2017) mostraram que até 1987, relativamente poucos incêndios ocorreram na Amazônia e que as emissões de fogo aumentaram rapidamente durante os anos 90. Esses autores descobriram que esse padrão corrobora razoavelmente bem com os conjuntos de dados de perda florestal disponíveis, indicando que embora incêndios naturais possam ocorrer na Amazônia ocasionalmente, as atuais taxas de desmatamento e degradação, ampliadas desde os anos 90, foram a principal causa de aumento na frequência/intensidade dos incêndios nessa região.
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental de Presidente Figueiredo - Caverna do Moroaga (US), Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (US).