Taxonomic Notes
Descrita em: Rodriguésia 50(76/77): 40, f. 4–5. 1998.
Justification
Árvore de até 5 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Ocorre nos domínios do Cerrado, em vegetação de Campo Rupestre ou Floresta ciliar, em apenas dois municípios do estado de Minas Gerais, Diamantina e São Gonçalo do Rio Preto (Baumgratz, 2019). Apresenta EOO=478 km², AOO=44 km², sujeita a até 3 situações de ameaça, representadas pelas ameaças definidas como: i) ameaças relacionadas a localidades a sul da distribuição, a oeste do município de Diamantina ii) ameaças relacionadas às localidades mais próximas do município de Diamantina, e iii) ameaças relacionadas a ocorrência no Parque Estadual do Rio Preto, município de São Gonçalo do Rio Preto, localidade mais distanciada das demais, pela barreira geográfica do Rio Jequitinhonha Preto. A redução dos habitats causadas por mineração, pastagem, queimadas e invasão de espécies exóticas (Kolbek e Alves, 2008, IEF, 2017) são responsáveis por declínio de EOO, AOO, na qualidade do habitat e numero de subpopulações. A espécie ocorre nos Campos Rupestres, onde a mineração a céu aberto, queimadas, extração de madeira e espécies invasoras são grandes ameaças (Kolbek e Alves, 2008, Silveira et al. 2016). Embora a maioria das espécies de Campos Rupestres pareça ser resistente ao fogo (Kolbek e Alves, 2008, Silveira et al. 2016), essa prática intensifica a disseminação do capim invasivo Melinis minutiflora, que é capaz de crescer novamente em áreas queimadas mais rápido que a maioria das espécies nativas, formando uma cobertura densa e impedindo a regeneração das espécies nativas (Kolbek e Alves, 2008). Regionalmente, a atividade mineradora no município de Diamantina, tem sido a principal atividade econômica da região, causando graves problemas ambientais (Giulietti et al. 1997). No estado de Minas Gerias, as atividades minerárias vêm sendo realizada há anos sem controle/monitoramento pelo poder público, causando grande prejuízo ao meio ambiente e às populações sob risco iminente de novos rompimentos de barragens como ocorreu no município de Mariana (do Carmo, 2017). Existem atualmente para o município de Diamantina (MG) processos recentes em andamento para autorização de pesquisa e requerimento de áreas a serem mineradas com especial interesse em quartzito, manganês e ouro (DNPM/SIGMINE, 2019). A espécie foi anteriormente avaliada como Em Perigo (EN) (MMA, 2014), em razão de distribuição restrita e declínio continuo. Não havendo novos dados, a espécie foi mantida na categoria Em Perigo, tendo sido atualizada a informação sobre ameaças atuais incidentes. Considerando-se que a espécie foi coletada recentemente, porém não há dados populacionais disponíveis, recomendam-se pesquisa sobre tamanho e tendência populacional. Também, se recomenda manejo da espécie, incluindo uma avaliação das potencialidades para sua conservação ex situ, teste de germinação e armazenamento em banco de germoplasma ou DNA, garantindo material viável para reintroduções necessárias nos Campos rupestres da região. Além disso, é necessária a proteção dos habitats preferenciais da espécie, considerando que os Campos rupestres/afloramentos rochosos necessitam de ações urgentes de conservação (Martinelli, 2007). O monitoramento e controle das ameaças incidentes, especialmente considerando a restrição legal de mineração em áreas prioritárias para conservação e em Unidades de Conservação com ocorrência de espécies ameaçadas, é imprescindível para manutenção dos habitats preferenciais (Campos rupestres do Espinhaço) e perpetuação da espécie.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estado de Minas Gerais, municípios Diamantina (Heiden 1638) e São Gonçalo do Rio Preto (Lombardi 3805). Ocorre em 1.250 m de altitude (Baumgratz, 2004).
Population Information
Não existem dados sobre a população.
Habitat and Ecology Information
Árvores de até 5 m de altura (Hatschbach 44719), heliófila (Martinelli 18182), ocorrendo nos domínios do Cerrado no Campo Rupestre e na Floresta Ciliar ou Galeria (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
A mineração a céu aberto, queimadas, extração de madeira e espécies invasoras são grandes ameaças nos Campos Rupestres (Kolbek e Alves, 2008, Silveira et al. 2016). A queima de vegetação para criação de gado é uma prática comum neste bioma (Kolbek e Alves, 2008, Silveira et al. 2016), e embora a maioria das espécies de Campos Rupestres pareça ser resistente ao fogo (Kolbek e Alves, 2008, Silveira et al. 2016), essa prática intensifica a disseminação do capim invasivo Melinis minutiflora, que é capaz de crescer novamente em áreas queimadas mais rápido que a maioria das espécies nativas, formando uma cobertura densa e impedindo a regeneração das espécies nativas (Kolbek e Alves, 2008). A atividade mineradora no município de Diamantina, Minas Gerais, já foi a principal fonte de economia da região, causando grande prejuízo ao meio ambiente (Giulietti et al. 1997). Existem atualmente para o município de Diamantina (MG) processos recentes em andamento para autorização de pesquisa e requerimento de áreas a serem mineradas com especial interesse em quartzito, manganês e ouro (DNPM/SIGMINE, 2019). A unidade de conservação do Parque Estadual do Rio Preto, em São Gonçalo do Rio Preto, reúne as terras das antigas fazendas Boleiras, Alecrim e Curral. Nessas fazendas eram exploradas atividades de pecuária de corte, extração de sempre-vivas, garimpo e coleta de frutos silvestres (IEF, 2017). Os inselbergs ou formações rochosas do Leste Brasileiro têm estreitas relações com um tipo de vegetação conhecido como campo rupestre (Alves e Kolbek, 1994). Este termo tem sido empregado para o complexo mosaico de tipos de vegetação, típico de um grande número de cadeias montanhosas no Escudo Brasileiro. Fisionômica e florísticamente, a flora saxícola do campo rupestre e a dos inselbergs estudados compartilham muitos elementos comuns. Além disso, certos elementos ligam inselbergs a formações costeiras de restinga (tipos de vegetação que ocupam planícies costeiras arenosas). Pelo fato destas formações rochosas não atraírem interesse para a agricultura, elas foram preservadas dos impactos humanos e mantiveram suas características de refúgio. Entretanto, devido ao alto grau de desmatamento da Floresta Atlântica, estas formações rochosas estão perdendo seus atributos de “ilhas”. É possível perceber a presença de espécies invasoras que se estabelecem por diversos mecanismos como a abertura de estradas e de clareiras como vias de acesso. Espécies exóticas como Melinis repens (Willd.) Zizka e M. multiflora P.Beauv. já se estabeleceram em diversos inselbergs do Leste Brasileiro. Para proteger esta flora diversa e singular é preciso integrar este ecossistema em todos os planos de ação para a conservação (Porembsky et al. 1998).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al. 2015). A espécie foi anteriormente avaliada como Em Perigo e está incluída no Anexo I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). A espécie foi registrada no Parque Estadual do Rio Preto (Lombardi 3805). A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Centro Minas - 10.