Taxonomic Notes
Descrita em: Sellowia 13: 305. 1961. Conhecida pelo nome popular Guamirim (Kuniyoshi 5649) em Paranaguá (PR)
Justification
Árvore de até 15 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Ocorre nos domínios da Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2019). Popularmente conhecida por Guamirim, foi coletada nos estados do Paraná, de Santa Catarina, e de São Paulo. Apresenta EOO=22543 km², AOO=196 km² e está sujeita a mais de 10 situações de ameaça. O desmatamento e a expansão urbana (Simões e Lino, 2003, Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) são os principais responsáveis pelo declínio de EOO, AOO, qualidade do habitat e de subpopulações. A espécie foi considerada Quase ameaçada (NT) em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (Martinelli e Moraes, 2013). A revisão de coleção e inclusão de novos registros aumentou pouco os valores de distribuição da espécie. Portanto, a avaliação da espécie foi mantida como Quase ameaçada (NT), em razão de distribuição restrita associada a declínio contínuo, por causas não cessadas. Dois dos três estados de ocorrência da espécie (Santa Catarina e Paraná), foram reportados entre os cinco estados que ainda não conseguiram sustentar o compromisso de desmatamento zero para o Bioma Mata Atlântica, apresentando taxas de desmatamento inaceitáveis, acima de 1000 ha no período de 2017-2018 (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A espécie ocorre apenas em uma Unidade de Conservação de proteção integral e não foram encontrados dados populacionais atualizados, senão o estudo de Negrelle (2006), que amostrou 13 indivíduos da espécie em um hectare de Floresta Ombrófila Densa de terras baixas na Reserva Volta Velha (Santa Catarina). Portanto, são necessárias ações de pesquisa (atualização da informação sobre tamanho e tendências populacionais), monitoramento das populações encontradas mais recentemente e ações de conservação (programas de conservação ex situ).
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Paraná, municípios Antonina (Hatschbach 40018), Bocaiúva do Sul (Hatschbach 20238), Guaraqueçaba (Hatschbach 24879), Guaratuba (Borgo 298), Morretes (Hatschbach 30532), Paranaguá (Kuniyoshi 5649), Quatro Barras (Silva 1207) e Tunas do Paraná (133); Santa Catarina, municípios Brusque (Veloso 118), Campo Alegre (Cabrera 9973), Garuva (Kummrow 2330), Itajaí (Klein 1546), Itapoá (Negrelle 487), Joinville (Schwirkowski 3338) e São Francisco do Sul (Melo-Júnior 1162); São Paulo, municípios Apiaí (Arzolla 1539), Barra do Turvo (Barbosa 945), Cananéia (Straube 2), Iporanga (Melo 5859), Sete Barras (Barraca 1199), Tapiraí (Barreto 3113).
Population Information
Negrelle (2006) encontrou 13 indivíduos da espécie em um hectare de Floresta Ombrófila Densa de terras baixas na Reserva Volta Velha, município de Itapoá, SC.
Habitat and Ecology Information
Árvores de até 15 m de altura (Hatschbach 22456), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de três hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos. Nos estados onde a espécie ocorre foram desmatados 2.049 ha no Paraná, 96 ha em São Paulo e 905 ha em Santa Catarina. Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi coletada na Reserva Particular do Patrimônio Natural Salto Morato (Brotto 1313), Reserva Natural Morro da Mina (Borgo s.n.), Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Arzolla 1539), e Reserva Volta Velha (Negrelle 487).