Descrita em: Kew Bulletin 56(4): 989–992, f. 1–2. 2001. Conhecida pelo nome popular: Quaresma Martins em Venda Nova do Imigrante, Espírito Santo (Folli 2564).

Árvore de até 12 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Ocorre nos domínios da Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2019). Popularmente conhecida por Quaresma-martins (ES) (Flora do Brasil, 2019) foi coletada nos estados do Espírito Santo, municípios de Santa Teresa, São Roque do Canaã e Venda Nova do Imigrante; e de Minas Gerais, no município de Divisópolis. Apresenta AOO= 40 km² e está sujeita a quatro situações de ameaça. Desmatamento, pecuária, agricultura, monocultura de espécies florestais, mineração e poluição (Mendes e Pandovan, 2000; Saatchi et al. 2001; Rolim e Chiarello, 2004; Siqueira et al. 2004; Lapig 2018; DNPM, SIGMINE, 2019; Fundação SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019) são os principais responsáveis pelo declínio de EOO, AOO e qualidade do habitat. A espécie foi considerada Vulnerável (VU) de extinção em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (MMA, 2014), de acordo com o subcritério de extensão de ocorrência. Porém, a recente atualização da coleção reduziu a distribuição da espécie. Considerando a informação mais atualizada dos índices de desmatamento da Mata Atlântica (Fundação  SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indicando que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares, e a falta de novos registros, a espécie passa a ser avaliada como Em Perigo (EN), por distribuição restrita considerando área de ocupação e declínio contínuo. A espécie ocorre em duas Unidades de Conservação de proteção integral, porém foi coletada pela última vez há mais de 10 anos. Portanto, são necessárias ações de pesquisa (tamanho e tendência populacional) e de conservação (programa de conservação ex situ).

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Espírito Santo, municípios de Santa Teresa (Kollmann 8563), São Roque do Canaã (Fontana 1602) e Venda Nova do Imigrante (Hatschbach 61533); e Minas Gerais, município de Divisópolis (Magalhães 17422).

Segundo a obra de descrição, Guimarães e Golndenberg (2001) comentam que a espécie é moderadamente frequente em florestas montanas no centro do estado do Espírito Santo.

Árvores de até 12 m de altura (Kollmann 2310), heliófila (Boone 1049) ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Flora do Brasil, 2019).

A exploração de florestas naturais no Espírito Santo teve um caráter predatório e entrou em declínio no final da década de 1960 e início da década de 1970, com o esgotamento das reservas florestais nativas e com o aumento do custo de transporte de madeira proveniente de áreas mais distantes (Siqueira, et al. 2004). Entre 1967 e 1986, o Governo Federal implantou o Programa de Incentivos Fiscais ao Reflorestamento que, no Espírito Santo, promoveu a ocupação de extensas áreas com plantios homogêneos, principalmente Eucalyptus e Pinus, mudando o enfoque da exploração florestal de áreas naturais para plantadas, alterando também o perfil industrial, de madeireiro para celulose, através da implantação de importante polo de celulose nos cenários regional e nacional (Siqueira et al. 2004). Atualmente o estado do Espírito Santo é o primeiro produtor e exportador mundial de celulose branqueada de fibra curta, representado pela Aracruz Celulose S.A. (Siqueira et al. 2004). Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de sistemas de cabruca. Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004; Saatchi et al., 2001). De acordo com Rolim e Chiarello (2004). Os resultados do seu estudo mostram que a sobrevivência a longo prazo de árvores nativas sob sistemas de cabruca estão sob ameaça se as atuais práticas de manejo continuarem, principalmente devido a severas reduções na diversidade de árvores e desequilíbrios de regeneração. Tais resultados indicam que as florestas de cabrucas não são apenas menos diversificadas e densas do que as florestas secundárias ou primárias da região, mas também que apresentam uma estrutura onde espécies de árvores dos estágios sucessionais tardios estão se tornando cada vez mais raras, enquanto pioneiras e espécies secundárias estão se tornando dominantes (Rolim e Chiarello, 2004). Isso, por sua vez, resulta em uma estrutura florestal drasticamente simplificada, onde espécies secundárias são beneficiadas em detrimento de espécies primárias (Rolim e Chiarello, 2004). Os autores afirmam que um dos maiores problemas da Reserva Biológica Santa Lúcia é a poluição nos rios, recebendo resíduos de atividades agropecuárias e lixos urbanos (Mendes and Pandovan, 2000). O município de Divisópolis - MG com 58651730 ha tem 38,23% de seu território (22423737 ha) convertidos em pastagem. O município de São Roque do Canaã com 34200 ha tem 38% de seu território (13147 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2019). O município de Santa Teresa com 68315 ha tem 12,3% de seu território (8449 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). Para a região dos municípios de Venda Nova do Imigrante, há protocolos atuais de concessão de lavra de granito (864,94 ha desde 1989) e requerimentos de pesquisa para mineração de granito, bauxita, ilmenita. Em São Roque do Canaã há concessão de lavra de argila, além de autorização de pesquisa para a exploração de areia e granito (DNPM, SIGMINE, 2019). No município de Santa Teresa há autorização e requerimentos de pesquisa para a exploração de granito (DNPM, SIGMINE, 2019).

Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.

A espécie foi anteriormente avaliada como Vulnerável na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Brasil (MMA, 2014). A espécie foi registrada na Reserva Biológica Augusto Ruschi (PI), Estação Biológica de Santa Lúcia (PI) e Reserva Particular do Patrimônio Natural Bei Cantoni (US). A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo - TER33.