Taxonomic Notes
Descrita em: Van der Werff, H., Novon, 1/6, 1991. É conhecida popularmente como "canela-limão" "tapinhoá" (van der Werff, 1991). É caracterizada por ramos teretes, mais velhos com cicatrizes conspícuas de folhas que caíram. Folhas alternas, cartáceas, obovadas. Inflorescências axilares, paniculadas, flores arranjadas em cimas ou ao longo de ramos laterais. Flores glabras verdes. Fruto drupa globosa, sem cúpula distinta (van der Werff, 1991). O gênero Williamodendron é constituído por somente três espécies sendo Williamodendron glaucophyllum restrita a Costa Rica, W. quadrilocellatum conhecido para o norte da Colômbia e arredores de Manaus, e W. cinnamomeum o qual só tem registro em Santa Teresa, ES.
Justification
Árvore de até 20 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Popularmente conhecida como canela-limão ou tapinhoá, foi documentada exclusivamente em Floresta Ombrófila Densa primária ou em avançado estágio de regeneração, associada à Mata Atlântica, no estado do Espírito Santo, município de Santa Teresa. Apresenta distribuição muito restrita, EOO=9 km², uma situação de ameaça e ocorrência em fitofisionomia florestal fragmentada. Segundo Mendes e Padovan (2000), a região de Santa Teresa era integralmente recoberta por floresta nativa. Atualmente, possui cerca de 20% de remanescentes florestais originais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018), convertidos em grande parte em plantações de café e outras culturas. Mendes e Padovan (2000) em seu trabalho na Estação Biológica de Santa Lúcia, onde a espécie foi documentada, relatam a presença de vegetação florestal em estágios avançados de sucessão, com indícios de perturbações antrópicas localizadas em áreas de antigas culturas agrícolas. Santa Teresa tem hoje 12,3% de seu território convertido em pastagem (Lapig, 2019). Com grande parte das coleções realizadas às margens do rio Timbuí, que corta a Estação Biológica de Santa Lúcia, a espécie encontra-se ainda vulnerabilizada pelo aporte intenso de poluição (efluentes urbanos in natura e lixo) e depósito de resíduos de atividades agropecuárias retidos pela vegetação nas margens do rio (Mendes e Padovan, 2000). Diante deste cenário, a espécie foi considerada Criticamente em Perigo (CR) de extinção novamente. Apesar de documentada dentro dos limites de área protegida, infere-se declínio contínuo em EOO e na qualidade e extensão do habitat. Recomendam-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem decretar sua completa extinção.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência no estado Espírito Santo, município de Santa Teresa (Fernandes 260).
Population Information
Não há dados populacionais para a espécie.
Habitat and Ecology Information
Árvore de até 20 m de altura, com ocorrência exclusiva em Floresta Ombrófila Densa primária ou em avançado estado de regeneração, além de Mata Ciliar associadas a Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2019; van der Werff, 1991).
Threats Information
O município de Santa Teresa, outrora recoberto em sua totalidade por Mata Atlântica, atualmente possui cerca de 20% de remanescentes florestais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Mendes e Padovan (2000) relatam que a Estação Biológica de Santa Lúcia, onde a espécie foi documentada, possui vegetação em estágios avançados de sucessão, com indícios de perturbações antrópicas localizadas em áreas de antigas culturas agrícolas. Os autores destacam que a Estação possui pouca fiscalização, sofrendo impactos causados por caça ilegal, além de que a população vizinha realiza queimadas com frequência, que algumas vezes acabam perdendo o controle, ameaçando a vegetação da Estação. Um dos problemas mais importantes é a poluição do rio Timbuí, que corta a Estação, este recebe resíduos de atividades agropecuárias da região e também efluentes urbanos in natura e lixo da cidade de Santa Teresa, sendo, boa parte destes, retidos pela vegetação nas margens do rio. Quando se trata de preservação da biodiversidade e dos processos ecológicos cabe ressaltar que a área é pequena para que esses sejam mantidos a longo prazo. O município de Santa Teresa com 68315 ha tem 12,3% de seu território (8449 ha) transformados em pastagem, 1,3% (910 ha) convertido em agricultura de cana-de-açúcar e milho, e 2,6% de seu território (1822 ha) transformados em Floresta Plantada (Lapig, 2019). Segundo Mendes e Padovan (2000), a região de Santa Teresa até o século passado era coberta por floresta nativa. Com a chegada dos europeus e a colônia, foram priorizando outros usos, em especial o cultivo do café.
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi anteriormente avaliada como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli and Fraga, 2007), como Deficiente de Dados (DD) na Lista Vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), e como Criticamente em Perigo (CR) em MMA (2014). Ocorre em área protegida: Estação Biológica de Santa Lúcia, Santa Teresa, Espírito Santo (Saiter, 2007). A espécie ocorre em territórios que serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo - 33 (ES).