Taxonomic Notes
Descrita em: Bol. Bot. Univ. São Paulo 14: 8, 10, fig. 1995. Conhecida vulgarmente como jequitibá-cravinho (Mori, 1995; Ribeiro et al., 2019), apresenta semelhança morfológica com C. legalis (Mart.) Kuntze diferindo por apresentar ramos dentro da copa possuindo ângulos agudos, casca interna cor da pele, folhas bem menores e frutos com ápice truncado (Mori,1995).
Justification
Árvore de até 45 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Conhecida vulgarmente como jequitibá-cravinho, foi documentada em Floresta Ombrófila (Mata de Tabuleiro), associada à Mata Atlântica, nos estados da Bahia e Espírito Santo. Apresenta distribuição restrita, EOO=2711 km², AOO=44 km², três situações de ameaça e ocorrência em fitofisionomia fragmentada. As espécies do gênero Cariniana são muito apreciadas pela qualidade da madeira (Smith et al. 2016). Assim, suspeita-se que Cariniana parvifolia sofra com a exploração madeireira, devido ao seu grande porte e tronco cilíndrico sem raízes tabulares. Hoje restam apenas 11% a 16% da Floresta Atlântica, e parte destes remanescentes é de floresta secundária, e menos de 10% encontra-se em áreas protegidas (Ribeiro et al. 2009). Assim como muitos outros grupos de organismos, o incremento da agricultura, pecuária, e o crescimento urbano no Leste do Brasil, tiveram um efeito negativo nas populações nativas das espécies de Lecythidaceae, muitas delas como C. parvifolia retiradas por sua valiosa madeira (Smith et al. 2016). 2001). As Florestas Úmidas do sul da Bahia possuem um longo histórico de exploração pelo homem. Atualmente, vastas áreas são utilizadas para a criação extensiva de gado (Mori et al. 1983) e estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005; Rolim e Chiarello, 2004). Os estados em questão resguardam atualmente entre 10%-12% de remanescentes de floresta original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Mesmo ocorrendo dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão do habitat e, potencialmente, no número de situações de ameaça e no número de indivíduos maduros. Assim, C. parvifolia foi considerada Em Perigo (EN) de extinção neste momento. Recomendam-se ações de pesquisa (localização de novas subpopulações, censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação, criação e consolidação de Unidades de Conservação em sua área de ocorrência) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois uma extinção local pode ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Bahia, município de Porto Seguro (Folli 761); e Espírito Santo, municípios de Conceição da Barra (Ribeiro 672) e Linhares (Lemes 124).
Population Information
A espécie é conhecida por apenas três localidades com poucas coletas (Smith et al. 2016).
Habitat and Ecology Information
Árvore com até 45 m de altura (Rando 227), que habita a Mata Atlântica, na Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
Hoje restam apenas 11% a 16% da Floresta Atlântica, e parte destes remanescentes é de floresta secundária, e menos de 10% se encontra em áreas protegidas (Ribeiro et al. 2009). Assim como muitos outros grupos de organismos, o incremento da agricultura, pecuária, e o crescimento urbano no Leste do Brasil, teve um efeito negativo nas populações nativas das espécies de Lecythidaceae, muitas delas retiradas por sua valiosa madeira, como as espécies do gênero Cariniana (Smith et al. 2016). O município de Porto Seguro com 228626ha possui 24% de seu território (54866ha) transformado em pastagem. (Lapig 2018). O município de Conceição da Barra com 118489 ha, tem 50% de seu território (60333 ha) desmatados e utilizados para reflorestamento (38794 ha), plantio de cana-de-açúcar (11043 ha) e pastagem (10496 ha) (Lapig, 2018). O município de Linhares com 350371 ha, possui 34% de sua área (117270 ha) convertida em pastagem (Lapig, 2018).
Use and Trade Information
As espécies do gênero Cariniana são muito apreciadas pela qualidade da madeira (Smith et al. 2016).
Conservation Actions Information
A espécie foi avaliada como Em Perigo (EN) na Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli and Fraga, 2007), e também na Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008) e no Livro Vermelho CNCFlora 2013, incluída na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). A espécie foi coletada na Reserva Vale do Rio Doce em Linhares (Rando 227) e ocorre em território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território 33.