Taxonomic Notes
Descrita em: Fl. Bras. 6(5): 208-209. 1881. Uma das mais impressionantes espécies do gênero, Rudgea vellerea é distinta pelas suas folhas largas e oblongas com pecíolos muito longos (3-4 cm compr.), pelas flores com tubo do cálice expandido e corola carnosa densamente pilosas externamente (Zappi, 2003; Bruniera, 2015).
Justification
Árvore de até 10 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila, associada à Mata Atlântica, nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição restrita à fitofisionomia florestal muito fragmentada, EOO= 8444 km², AOO=140 km² e seis situações de ameaça, de acordo com a concentração de registros de coleta disponíveis para cada região geográfica de ocorrência. Apesar de localmente abundante em algumas localidades (Martin-Gajardo e Morellato, 2003; Prata et al. 2011), e protegida por Unidades de Conservação bem estabelecidas, sabe-se que perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al. 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original de distribuição da espécie (CEPF, 2001). Assim, infere-se declínio contínuo em qualidade e extensão de habitat. Diante desse cenário, Rudgea vellerea foi considerada Vulnerável (VU) a extinção neste momento. É necessário a condução de estudos genéticos para compreender a dinâmica populacional entre essas sub-regiões, devido à presença de 3 grandes rodovias interestaduais e o consequente isolamento de subpopulações raras, que podem ficar sujeitas a rápido declínio populacional.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados do Rio de Janeiro, municípios de Duque de Caxias (Braga 3994), Guapimirim (Burchell 2543), Magé (Nadruz 1980), Miguel Pereira (Junior 19), Nova Iguaçu (Bruniera 717), Paraty (Melo 51), e Silva Jardim (Martinelli 2862); e São Paulo, municípios de Caraguatatuba (Stefani s.n.), e Ubatuba (Pedroni 1058).
Population Information
Em amostragem realizada no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba, no estado de São Paulo, foram quantificados um total de oito indivíduos em 52 parcelas de 10 m² (Martin-Gajardo e Morellato, 2003). Em estudo realizado por Prata et al. (2011), no Núcleo Picinguaba, foram amostrados três indivíduos em uma área de 1 ha. Segundo Rochelle et al. (2011), em estudo realizado também em Picinguaba, foram amostrados numa área de 1 ha um total de 5 indivíduos.
Habitat and Ecology Information
Árvores com até 10 m de altura (Marquete 284), que habita a Floresta Ombrófila na Mata Atlântica (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al. 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (CEPF, 2001). O estado do Rio de Janeiro apresentava 98,59% de sua área coberta por Floresta Atlântica. No entanto, assim como no restante do território brasileiro, esta formação vem sofrendo ao longo dos séculos um intenso processo de fragmentação e redução, especialmente devido à sua localização. As florestas do estado do Rio de Janeiro estão entre as mais ameaçadas, já que cobrem atualmente menos de 20% da área florestal original (Fonseca, 2009).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008) sendo considerada uma espécie com Dados Insuficientes (DD) para avaliação do risco de extinção. Foi considerada Em Perigo (EN) em avaliação de risco de extinção empreendida pela Fundação Biodiversitas (Fundação Biodiversitas, 2005). A espécie foi avaliada como Quase Ameaçada (NT) no Livro Vermelho CNCFlora 2013. A espécie foi coletada nas Unidades de Conservação: Parque Estadual da Serra do Mar - SP (Gomes 504), Parque Nacional da Serra dos Órgãos - RJ (Nadruz 2259), Reserva Biológica do Tinguá - RJ (Rodrigues s.n.), Área de Proteção Ambiental-Cairuçu - RJ (Melo 51), Estação Ecológica Estadual de Paraíso - RJ (Vieira 181).