Taxonomic Notes
Descrita em: Knapp, S., 1992. Brittonia 44(1): 67–68, f. 4, 6.
Justification
Arvoreta ou arbusto de até 3 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila, associada à Mata Atlântica, nos estado do Paraná e Santa Catarina. Apresenta distribuição restrita a ecossistemas florestais fragmentados, AOO=72 km² e cinco situações de ameaça. Dados publicados recentemente (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, principalmente nos estados de ocorrência de Solanum gertii, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A Floresta Ombrófila Densa nestes estados encontra-se fragmentada e em processo de sucessão (Vibrans et al., 2013). A remoção de espécies madeireiras e o corte raso promoveu aberturas do dossel, com surgimento de clareiras em meio à floresta nativa. Ambos os estados encontram-se entre os cinco estados dentro do contexto da Mata Atlântica que permanecem apresentando taxas de perda de cobertura florestal distantes do índice almejado, próximo a zero (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Mesmo ocorrendo dentro dos limites de área protegida e em cotas altitudinais tradicionalmente negligenciadas por atividades agrosilviculturais (entre 800-900 m de altitude), infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão do habitat. Assim, Solanum gertii foi considerada Em Perigo (EN) de extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (localização de novas subpopulações, censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois extinções locais podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nestes estados.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Paraná, municípios de Bocaiúva do Sul (Hatschbach 24053), Campina Grande do Sul (Lindeman 5833), Guaratuba (Ribas 1355), Londrina (Nishimura s.n.), Morretes (Ribas 763), Sertanópolis (Colombo s.n.); e Santa Catarina, municípios de Alfredo Wagner (Dreveck 877), São Bento do Sul (Meyer 672), Santa Terezinha (Oliveira 1330), Taió (Korte 1801). Segundo Mentz (2004), a espécie ocorre entre 800 e 900 m de altitude. A Flora do Brasil ainda não inclui os registros no estado de Santa Catarina (Flora do Brasil, 2019).
Population Information
Não existem dados sobre a população.
Habitat and Ecology Information
Árvore ou arbusto de até 3 m altura (Ribas, 1355; Flora do Brasil, 2019; Knapp, 1992; Mentz e Oliveira, 2004). Ocorre em Florestas Ombrófilas Densas na Mata Atlântica.
Threats Information
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003). Dados publicados recentemente (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). A Floresta Ombrófila Densa no estado de Santa Catarina encontra-se fragmentada e em processo de sucessão. A remoção de espécies madeireiras e o corte raso promoveu aberturas do dossel, com surgimento de clareiras. No inventário florestal deste estado foi detectado a menor diversidade em Alfredo Wagner (Vibrans et al., 2013), município onde foi registrado Solanum gertii S.Knapp mais ao sul no Brasil. Este registro foi em fragmento florestal próximo a áreas abertas, possivelmente para uso na pecuária, como observado no Google Earth. Bocaiúva do Sul - O município tem 1.244,2 ha de plantios de Eucalyptus e 8.045 ha de Pinus, outros 604,4 ha estão em corte raso ou recém-plantados (Eisfeld e Nascimento, 2015). Campina Grande do Sul - O município tem 281,6 ha de plantios de Eucalyptus e 2.073,4 ha de Pinus, outros 37,6 ha estão em corte raso ou recém-plantados (Eisfeld e Nascimento, 2015). Guarapuva - O município tem 5.395,4 ha de plantios de Eucalyptus e 18.161,4 ha de Pinus, outros 3.490 ha estão em corte raso ou recém-plantados (Eisfeld e Nascimento, 2015). O uso da terra é por reflorestamento, agropecuária de subsistência e extração de erva-mate (Castella e Britez, 2004). Nas últimas décadas, com a forte imposição da legislação ambiental a favor da preservação ambiental dos remanescentes florestais, o processo desmatamento de nativas recuou, embora o corte clandestino ainda exista. Em contrapartida, a economia foi se transformando e a madeira continuou entre os principais produtos do município, só que agora, com os reflorestamentos de exóticas (Santos e Gomes, 2009). O município de Londrina com 165257 ha tem 0,6% de seu território (1017 ha) transformado em floresta plantada (Lapig, 2018). O município de Morretes tem 2,2 ha de plantios de Eucalyptus e 447,8 ha de Pinus, outros 455,3 ha estão em corte raso ou recém-plantados (Eisfeld e Nascimento, 2015). O município de Campina Grande do Sul com 53924 ha, tem 14% de seu território ocupado com floresta plantada (2338 ha), lavoura de milho (1530 ha), pastagem (3518 ha) (Lapig, 2019). O município de Taió com 69288 ha tem 4,37% de seu território (3030 ha) convertidos em cultivo de soja (30 ha) e milho (3000 ha) (Lapig, 2018). O município de Taió com 69288 ha tem 14,34% de seu território (9939 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada na Área de proteção Ambiental Estadual de Guaratuba.