Taxonomic Notes
Descrita em: Linnaea 8: 51. 1833.
Justification
Árvore de até 6 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila Densa e formações campestres (Campos de Altitude) associadas a Mata Atlântica no estado de São Paulo, município de São Paulo. Apresenta distribuição muito restrita, EOO=31 km², uma situação de ameaça e ocorrência exclusiva a fitofisionomias fragmentadas. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original da Mata Atlântica, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al. 2009). O estado de São Paulo resguarda atualmente cerca de 13,7% da Mata Atlântica original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). O município de São Paulo, onde a maior parte das coleções foi realizada, resguarda atualmente cerca de 17,47% da Mata Atlântica original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). São Paulo também é o centro da região metropolitana de mesmo nome que abriga 19 milhões de habitantes, e ocupa a 4.ª posição no ranking das maiores aglomerações urbanas do mundo. Forma uma mancha urbana contínua que, no sentido leste-oeste, apresenta cerca de 100 km de extensão (Prefeitura de São Paulo, 2018). A região de Curucutu sofreu um histórico de ações antrópicas. As de maiores impactos aparecem relacionadas ao período da atividade carvoeira, especialmente nas décadas de 1940/1950, que promoveu desmatamentos em larga escala. Além disso, a atividade carvoeira e a extração de madeira ocorreram de maneira generalizada no arco sudoeste, sul, sudeste, leste da Grande São Paulo (Garcia e Pirani, 2005). Diante desse cenário, portanto, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, extensão e qualidade de habitat, no número de situações de ameaça e possivelmente, no número de individuos maduros. Assim, foi considerada Criticamente em Perigo (CR) de extinção novamente. Devem ser incentivadas ações de pesquisa (distribuição e censo populacional) e conservação (in situ e ex situ, inclusão em Plano de Ação e Planos de Manejo) para garantir sua perpetuação na natureza. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para São Paulo.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: São Paulo, município de São Paulo (Simão-Bianchini 915). Seus registros indicam ocorrência somente em São Paulo (SP), entretanto, Micheletti Neto (2007) indica a presença da espécie também no Parque Estadual de Intervales (SP), mas este registo não foi incluído na avaliação.
Population Information
Não há dados populacionais para a espécie.
Habitat and Ecology Information
Árvore de até 6 m alt. (Oliveira-Filho, 2010). Ocorre em Floresta Ombrófila Densa e formações campestres (Campos de Altitude) associados a Mata Atlântica no estado de São Paulo (Flora do Brasil, 2019; Stehmann et al. 2009).
Threats Information
O município de São Paulo já eliminou muito de seus ambientes originais para se tornar a maior cidade da América do Sul e hoje o crescimento da cidade ainda ameaça o pouco que restou. A região de Curucutu sofreu um histórico de ações antrópicas. As de maiores impactos aparecem relacionadas ao período da atividade carvoeira, especialmente nas décadas de 1940/1950, que acrescentou a retirada das árvores, bem como abertura de caminhos de maneira generalizada no arco sudoeste, sul, sudeste, leste da Grande São Paulo (Garcia e Pirani, 2005). O estado de São Paulo resguarda atualmente cerca de 13,7% da Mata Atlântica original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). O município de São Paulo, onde a maior parte das coleções foi realizada, resguarda atualmente cerca de 17,47% da Mata Atlântica original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A ocupação rural adensada foi classificada no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica muito alta, ao passo que as pastagens e reflorestamento com Pinus e Eucalyptus foram considerados vetores de pressão alta. Destaca-se a aparente invasão de Pinus spp. em campos montanos do Núcleo Curucutu, que pode interferir na dinâmica das espécies nativas, levando à descaracterização da vegetação dos locais onde se estabelecem. Algumas áreas do Núcleo Itutinga-Pilões encontram-se bastante alteradas em função de plantações de Eucalyptus spp. (SEMA/IF-SP, 2008). O desmatamento foi classificado no Plano de Manejo como um vetor de pressão antrópica muito alta e a extração de madeira como uma pressão alta. As florestas de encosta apresentam grande diversidade e estão sujeitas aos diversos tipos de perturbações, como caça, corte seletivo, poluição, ocupação irregular (SEMA/IF-SP, 2008). As linhas de transmissão da usina termoelétrica para ligar ao sistema nacional passariam por dentro de áreas protegidas como o Parque Estadual da Serra do Mar e a Estação Ecológica Juréia-Itatins (Gastrading, 2016). As ferrovias, linhas de alta tensão e rodovias não pavimentadas foram classificadas no Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar como vetores de pressão antrópica muito alta, ao passo que dutos e rodovias pavimentadas foram considerados vetores de pressão extrema. A implementação da infraestrutura de comunicação entre o planalto e o litoral, traduzida nos sistemas viários, redes de transmissão de energia, oleodutos, gasodutos e torres repetidoras, assim como a ocupação clandestina das encostas, cria um cenário de fragmentação e perda de habitat. No Parque Estadual da Serra do Mar contribuem diretamente para a perda e fragmentação de habitat a infraestrutura viária, a existência de dutos, a expansão urbana, dentre muitos outros aspectos (SEMA/IF-SP, 2008).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi avaliada como Presumivelmente Extinta na Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004), e como Criticamente em Perigo (CR) na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). Ocorre nas seguintes Unidades de Conservação (SNUC): Área de proteção Ambiental Municipal do Capivari-Monos, Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Estadual Intervales; Reserva Estadual Do Curucututu (Micheletti Neto, 2007).