Taxonomic Notes
Descrita em: Global Fl. 4, 134, 2018. É reconhecidas pelas folhas com ápice com acúmen curto e largo, flores 3,5–4,5(–5) mm comprimento, pétalas esparsas com tricomas 0,5 mm comprimento, frutos maduros esverdeados, 1,3–1,6 x 1,2–1,3 cm, glabro, e cotilédones em forma de J (Daly, 1990). Popularmente conhecida como pinhão-do-mato (Grandtner e Chevrette, 2013).
Justification
Árvore com até 21 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020). Popularmente conhecida por pinhão-do-mato (Grandtner e Chevrette, 2013), foi documentada exclusivamente em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) associada à Mata Atlântica presente no estado do Rio de Janeiro, municípios de Angra dos Reis, Cachoeiras de Macacu e Rio de Janeiro. Apresenta distribuição conhecida restrita, extensão de ocorrência (EOO) de 3201 km², área de ocupação (AOO) de 24 km², três situações de ameaça, considerando a distinta intensidade, frequência e cronologia dos vetores de pressão documentados nas localidades de ocorrência, e presença em fitofisionomia fragmentada. Protium breviacuminatum foi considerada rara (Daly, 2009) e avaliada anteriormente como Em Perigo (EN) de extinção (Sakuragui et al., 2018). Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). No município do Rio de Janeiro, a expansão da área urbana formal e informal da cidade sobre o maciço da Tijuca constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem (Fernandes et al., 1999). O crescimento urbano e a especulação imobiliária se tornam grandes vetores de pressão sobre os remanescentes florestais do Rio de Janeiro, intensificando a degradação dos ecossistemas (Pougy et al., 2018). A substituição de áreas florestais em pastagens e áreas agrícolas em Cachoeiras de Macacu e no Rio de Janeiro levaram a conversão de 24,7% e 10,16% de seus territórios, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). Mesmo com registros de coleta de P. breviacuminatum realizados dentro de Unidades de Conservação de proteção integral e sua presença em coleções ex situ, a espécie apresenta distribuição restrita, menos de cinco situações de ameaça e presença exclusiva em fitofisionomia severamente fragmentada. Diante deste cenário, infere-se o declínio contínuo em EOO, AOO, extensão e qualidade de habitat. Assim, P. breviacuminatum foi considerada Em Perigo (EN) de extinção nesta ocasião.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2020), com distribuição: no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Angra dos Reis, Cachoeiras de Macacu e Rio de Janeiro.
Population Information
Não existem dados populacionais.
Habitat and Ecology Information
Árvore terrestre com até 21 m de altura. Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) (Flora do Brasil, 2020). Foi coletada com flores de outubro a março, e com frutos de outubro a janeiro (Daly, 1990). A espécie é considerada uma espécie rara, segundo a publicação Plantas Raras do Brasil (Daly, 2009).
Threats Information
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). Mais de 70% da população brasileira está condensada na área do bioma Mata Atlântica (Joly et al., 2019). Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2002). A expansão da área urbana formal e informal da cidade do Rio de Janeiro sobre o maciço da Tijuca constitui o principal e mais antigo vetor de transformação da estrutura da paisagem. A ocupação espontânea do tipo favela ganha destaque pela característica peculiar de instalar-se, geralmente, em lugares menos privilegiados em relação à probabilidade de problemas erosivos, como áreas de grande declividade no sopé de afloramentos rochosos (Fernandes et al., 1999). O crescimento urbano e a especulação imobiliária se tornam grandes vetores de pressão sobre os remanescentes florestais do Rio de Janeiro, intensificando a degradação da Mata Atlântica fluminense a partir de meados do século XX e início do século XXI (Pougy et al., 2018). A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuária é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (SOS Mata Atlântica, 2020). Em levantamentos relativos a 2018, as áreas de pastagens ocupavam entre ca. 39.854.360 ha (30,4% da AALMA) (Lapig, 2020) e ca. 50.975.705 ha (39% da AALMA), dentre os quais 36.193.076 ha foram classificados como pastagens e 14.782.629 ha como Mosaico de Agricultura ou Pastagem (MapBiomas, 2020). Na Mata atlântica, a partir de 2002 foi registrado um decréscimo das áreas ocupadas por pastagens como decorrência da intensificação da pecuária (Parente et al., 2019). Os municípios Cachoeiras de Macacu (RJ) e Rio de Janeiro (RJ) possuem, respectivamente, 24,7% (23585,1ha) e 10,16% (12192,7ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
A espécie foi registrada no Parque Nacional da Tijuca e Parque Estadual da Ilha Grande. Também foi registrada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Há registros da espécie para o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (W.R. Matos 20, 21, 43, 44, 137, 173, 192, M.V. Stefano et al. 254), datados dos anos de 2003, 2004 e 2011. Em 2017, o CNCFlora avaliou esta espécie como Em Perigo (EN) (Sakuragui et al., 2013). Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Plano de Ação, busca pela espécie em áreas protegidas com habitat potencial de ocorrência) urgentes de modo a se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.