Taxonomic Notes
Descrita em: Brittonia 33: 17, fig. 1981. É conhecida vulgarmente como imbirema (Prance, 1981; Lorenzi, 2002), e pode ser diferenciada das outras espécies que compõem a seção Echinata por apresentar indumento estrelado mais curto nas pétalas e por apresentar indumento estrelado extremamente visível no exterior do hipanto e dos lobos do cálice (Mori et al., 1990).
Justification
Árvore de até 31 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Conhecida popularmente como imbirema, foi documentada em Floresta Ombrófila (Mata de Tabuleiro) associada à Mata Atlântica, nos estados da Bahia e Espírito Santo. Apresenta distribuição restrita, AOO=40 km², três situações de ameaça e ocorrência em fitofisionomia florestal fragmentada. Ainda, há indícios de que a Couratari asterotricha sofra com a exploração madeireira, devido ao seu grande porte e tronco cilíndrico sem raízes tabulares (Lorenzi, 2002). Hoje restam apenas 11% a 16% da Floresta Atlântica, e parte destes remanescentes é de Floresta Secundária, e menos de 10% encontra-se em áreas protegidas (Ribeiro et al. 2009). Assim como muitos outros grupos de organismos, o incremento da agricultura, pecuária, e o crescimento urbano no Leste do Brasil, tiveram um efeito negativo nas populações nativas das espécies de Lecythidaceae, muitas delas como C. asterotricha retiradas por sua valiosa madeira (Smith et al. 2016). As Florestas Úmidas do sul da Bahia possuem um longo histórico de exploração pelo homem. Atualmente, vastas áreas são utilizadas para a criação extensiva de gado (Mori, 1995) e estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005; Rolim e Chiarello, 2004). Os estados em questão resguardam atualmente entre 10%-12% de remanescentes de floresta original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Mesmo ocorrendo dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral, infere-se declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão do habitat e, potencialmente, no número de situações de ameaça e no número de indivíduos maduros ante o corte seletivo verificado. Assim, C. asterotricha foi considerada Em Perigo (EN) de extinção novamente. Recomendam-se ações de pesquisa (localização de novas subpopulações, censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes, a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois uma extinção local pode ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN), previsto para sua região de ocorrência nos estados em que foi documentada.
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Bahia, município de Santa Cruz Cabrália (Mori 11869); e Espírito Santo, municípios de Governador Lindenberg (Demuner 3877), Linhares (Hatschbach 46953), Pinheiros (Ribeiro 896), e Sooretama (Ribeiro 1106).
Population Information
A espécie é restrita à parte norte do estado do Espírito Santo, conhecida por poucos registros (Ribeiro et al. 2014), a maioria (70%) em área de reserva, apesar dos recentes esforços de coleta na região (Smith, 2016).
Habitat and Ecology Information
Árvores de até 31 m de altura (Lino), que habita a Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
Hoje restam apenas 11% a 16% da Floresta Atlântica, e parte destes remanescentes é de floresta secundária, e menos de 10% se encontra em áreas protegidas (Ribeiro et al. 2009). Assim como muitos outros grupos de organismos, o incremento da agricultura, pecuária, e o crescimento urbano no Leste do Brasil, teve um efeito negativo nas populações nativas das espécies de Lecythidaceae (Smith et al. 2016). O município de Santa Cruz de Cabrália com 145939 ha tem 18% de seu território (25688 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Governador Lindenberg com 35998 ha tem 10% de seu território (3595 ha) transformado em pastagens (Lapig, 2018), e 6,6% (2396 ha) da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Linhares com 350371 ha, possui 34% de sua área (117270 ha) convertida em pastagem (Lapig 2018), e 25% (89011 ha) da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019). O município de Pinheiros (ES) tem 35% de seu território utilizado para pastagem (Lapig, 2018), e 4% (3902 ha) da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019).
Use and Trade Information
A madeira pode ser utilizada para a fabricação de compensado, móveis, forros, painéis, embalagens, chapas de partícula e cabo de vassoura (Prance, 1981; Lorenzi, 2002).
Conservation Actions Information
Estadual e nacionalmente a espécie foi anteriormente avaliada como Em Perigo (EN) na Lista da flora do Espírito Santo (Simonelli and Fraga, 2007), como Vulnerável (VU) na Lista da flora do Brasil (MMA, 2008), e como Em Perigo (EN) no Livro Vermelho CNCFlora 2013, incluída na Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). Tambem foi anteriormente avaliada na Lista Vermelha da IUCN como Criticamente em Perigo (CR) (Pires O'Brien, 1998). Coletada na Reserva Biológica de Córrego do Veado - ES (Ribeiro 892), Reserva Florestal de Linhares (CVRD) - ES (Lino 65). A espécie ocorre em território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território 33.