Taxonomic Notes
Descrita em: Flora Ilustrada Catarinense 436. 1970. Conhecida pelo nome popular Guamirim.
Justification
Árvore de até 20 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019). Ocorre no domínio da Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Flora do Brasil, 2019). Popularmente conhecida por Guamirim, foi coletada nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Apresenta AOO= 96 km² e está sujeita a mais de 10 situações de ameaça. O desmatamento e a expansão urbana (Simões e Lino, 2003; SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) são os principais responsáveis pelo declínio de EOO, AOO, qualidade do habitat e de subpopulações. A espécie foi considerada Quase Ameaçada (NT) em avaliação de risco de extinção anterior, em nível nacional (Martinelli e Moraes, 2013). A revisão de coleção e inclusão de novos registros aumentou pouco os valores de distribuição da espécie. Portanto, a avaliação da espécie foi mantida como Quase Ameaçada (NT), em razão de distribuição restrita associada a declínio contínuo, por causas não cessadas. Três estados de ocorrência da espécie (Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina), foram reportados entre os cinco estados que ainda não conseguiram sustentar o compromisso de desmatamento zero para o Bioma Mata Atlântica, apresentando taxas de desmatamento inaceitáveis, acima de 1000 ha no período de 2017-2018 (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). A espécie ocorre em cinco Unidades de Conservação de proteção integral e não forma encontrados dados populacionais atualizados. Portanto, são necessárias ações de pesquisa (atualização da informação sobre tamanho e tendências populacionais), monitoramento das populações encontradas mais recentemente e ações de conservação (programas de conservação ex situ).
Geographic Range Information
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil, 2019), com ocorrência nos estados: Espírito Santo, municípios Conceição do Castelo (Hatschbach 49937), Santa Teresa (Kollmann 8507) e Venda Nova do Imigrante (Hatschbach 61504); Minas Gerais, municípios Camanducaia (Meireles 1049) e Delfim Moreira (Ivanauskas 6500); Paraná, municípios General Carneiro (Hatschbach 30712), Paula Freitas (Hatschbach 30670) e Piraquara (Silva 1660); Rio de Janeiro, município Nova Friburgo (Moraes 242); São Paulo, municípios Campos do Jordão (Robim 360), Cananéia (Batista 71) Cunha (Lucas 349), Santo André (Faria 2990), São Miguel Arcanjo (Moraes 638); Santa Catarina, municípios Otacílio Costa (Reitz 11937).
Population Information
Foi realizado um estudo fitossociológico no distrito de Monte Verde, município de Camanducaia (MG), onde foram encontrados nove indivíduos de Myrceugenia scutellata (Meireles, et al. 2008).
Habitat and Ecology Information
Árvores de até 20 m de altura (Britto 70), ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) e na Floresta Ombrófila Mista (Flora do Brasil, 2019).
Threats Information
O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos. Nos estados onde a espécie ocorre foram desmatados 19 ha no Espírito Santo, 3.379 ha em Minas Gerais, 2.049 ha no Paraná, 18 ha no Rio de Janeiro, 96 ha em São Paulo e 905 ha em Santa Catarina. Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003).
Use and Trade Information
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.
Conservation Actions Information
Foi registrada na Reserva Ecológica Municipal de Macaé de Cima (Moraes 242), Parque Estadual Carlos Botelho (Moraes 598), Parque Estadual da Serra do Mar (Lucas 349), Parque Natural Municipal de Paranapiacaba (Faria 2990), Parque Estadual da Ilha do Cardoso (Batista 71). A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al. 2018) e em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Paraná - 33 (ES) e Território Rio de Janeiro - 33 (RJ).